sábado, 25 de novembro de 2017

CULTURA DE MASSAS!




CULTURA DE MASSAS!


Se a cultura de massas é o modelo ideal de sociedade a crítica da mesma, sob outra forma de cultura, é considerado um aparte, inteletualismo, que não tem relevância para o mecanismo existente, popularizado, do qual faz parte a maioria.

Mas, afinal o que deveria importar numa sociedade que pretende ascender a nível cultural, a quantidade, os modelos estandardizados, a alta produção e os benefícios económicos que advém, ou a qualidade, a originalidade...!? 

Há uma parte da sociedade que, minoria, pensa de forma diferente, dando primazia à qualidade e à criatividade, mas, têm pouco direito de opinião e assim sujeita a viver a imposição do modelo de sociedade idealista, que premia o consumo, evidente atualmente.

Hoje em dia, troca-se tudo com uma frequência descomunal, tanto os bens de primeira necessidade, como outros objetos, assim como também as pessoas, porque passou de moda ou está aparte da tipologia. Qualquer outra cultura é suplantada à cultura de massas, severamente criticada e até marginalizada. 

Pretende-se uma sociedade homogénea, cujo objetivo é vincular as várias classes, apesar de não descurarem o valor hierárquico, a um bem final comum, ou seja, a uniformização de um determinado meio para atingir um dado objetivo. Como podemos verificar, cada vez mais, a sociedade é generalizada, fruto de uma indústria projetada para as massas e de um sistema idealista económico, onde a cultura no seio da sociedade é o monopólio da expressão cultural!

Uma cultura de massas, padroniza, pretende valorizar a produção e consumo, deixando de lado a arte genuína, o cunho pessoal, o parecer e a escolha individual, de cada um. Não que todos não tenham uma opinião concreta e por vezes discordante, mas, é irrelevante e até se torna ridículo opinar sobre a matéria! Existe sempre dentro da cultura de massas uma intrínseca, quase invisível descriminação, calculável de forma subjetiva. O modelo de sociedade que se considera perfeito, na medida em que contribui para uma igualdade de classes e defesa de todos os deveres e direitos humanos!

Tendo em conta o impato e até os benefícios que a industria cultural, nomeadamente, os mídia, teve na implementação e avanço de novas tecnologias e por sua vez na formação de mentes, a qual atingiu um sucesso inquestionável, não me parece que seja a melhor forma de abordar o assunto menosprezando-a, mas sim, respeitando-a e dando-lhe o devido valor. Digamos que tem bastantes aspetos positivos, nomeadamente, a grande divulgação e novas oportunidades, em particular para uma camada social desprivilegiada, com menos poder económico e recursos educacionais.

Então, direi que cultura é muito mais que cultura de massas, e quando me refiro a cultura estou a englobar todas as classes, fachas etárias e etnias. Na minha condição de humilde ser, vou-me formando no quotidiano com todos os que me rodeiam e através de diversos meios, inclusive, os mídia, com um único objetivo o de aprender e de algum modo, contribuir para a sociedade. 

Entendo por cultura tudo o que exprime conhecimento, arte na sua essência, baseado numa determinada etnia, ou contexto, independente no espaço e no tempo, ou seja, que perpétua e em diversos espaços, pela sua historicidade ou criatividade, o que deverá ser fonte aberta ao espírito critico. Considero que deve existir um certo inteletualismo, o que pode ser considerado menos benéfico à sociedade e até reprimido pela mesma. 

Se todos gostássemos do amarelo o que venderia as outras cores? Confesso que adoro amarelo, mas, se tivesse que conviver todos os dias com ele, acabaria por o achar uma cor enfadonha! Pois é isso mesmo, há que mudar, "mudam-se os tempos, mudam-se as vontades", mas, não queiram escravos, dêem margem a opções de escolha! Eu tenho, tal como outro um, uma forma de ver e arquitetar o mundo, que presumo ser diferente, não que seja entendido na área da cultura, mas, tenho opinião própria e não me dou muito bem com os fanatismos!

Cada vez mais, vivemos em sociedades multiculturais, onde há diversas etnias e por sua vez mais raízes culturais, porquê generalizar o que é tão puro e único, o que faz parte de uma educação e cultura, todos deveriam ter o direito a viver consoante a forma própria, natural que os faz realmente seres!? Ah, seria uma mais-valia, pois, para além de aprendermos, ensinarmos e vice-versa, respeitaríamos os diversos géneros culturais, do quotidiano, numa espécie de união e intercâmbio cultural! Não que o não haja, mas, não tão significativo, há uma nítida modelagem ao sistema! E, com o devido respeito, devíamos ter espírito critico, fundamentado, evidentemente, pois, não poderei chamar veículo de cultura a tudo o que exprime opinião contrária porque entende que a seu ver é racional. Há que para além de ser consciente ser formado (educado), assim como também se fazer presente, para evitar a manipulação! 

Concluindo, todos nós somos seres de valores culturais, inquestionável, na medida que não ultrapasse o limite que confere à margem que dá origem à liberdade do outro. Em suma, somos seres de várias culturas, independente de pertencermos ao mesmo território, não devemos generalizar, porque generalizar é tornar banal e banal é algo de abominável que não tem uma pinga de cultura!

Com isto, não quero de forma alguma dar a entender que apoio certos movimentos extremistas, excêntricos, que fazem mais barulho que outra coisa que chamo de falácia, pois, cultura é arte, musica melodiosa e harmoniosa e tem que inevitavelmente contribuir para o bem da sociedade.

Ser diferente numa certa perspetiva, no ponto de vista em que a cultura e a educação estão interligadas, o que digo não aos extremismos, pois, considero formas de exibicionismo e desrespeito pelos valores sócio-culturais, quais não podem, de forma alguma, ser considerados fontes ou veículos de cultura, apelidaria-os de anti-culturais, genes, específicos de uma outra massa.

O que me parece ser relevante e até grandioso, num determinado território é o sentido patriótico, histórico e cultural em simbiose com a criatividade existencial premiando o espírito critico e exaltando os valores de educação, ou seja, privilegiar diferentes culturas! Deixando de ser um modelo estereotipado e passando a uma concepção realista de diversas culturas interligadas e em simultâneo projetáveis, o que certamente conduziria a uma melhor compreensão e aperfeiçoamento dos fenómenos culturais que se vão sucedendo.

© Ró Mar

quarta-feira, 22 de novembro de 2017

NO AMOR HÁ O PORMENOR QUE FAZ TODA A DIFERENÇA!


Imagem - Bellissime Immagini 


NO AMOR HÁ O PORMENOR...


No amor há o Pormenor que faz toda a diferença!
Sei que estás a pensar na cor dos olhos dele,
Na intensidade do beijo, que te fez pertença,
Nas palavras pronunciadas e, ou, no arrepio de pele!

Tudo é pormenor, que define a vida amorosa,
E é relevante quando se ama mesmo de verdade!
Mas, há mais que presente e outra realidade
Que só com Pormenor se mantém chama graciosa!

Tudo o que desejas ainda viver com ele
Ou, que até já vives e ainda não deste conta,
São pormenores que o dito Pormenor sustenta!

É Ele a base onde se constrói o ninho de mel!
Sei que estás a pensar na cumplicidade, na paixão,
E, ou, outro que melhor o defina e nada é em vão!

No amor há o Pormenor que faz toda a diferença!

© Ró Mar

domingo, 19 de novembro de 2017

O CAULE QUE A DANÇA


Imagem - Amar e ser amado sempre


 O CAULE QUE A DANÇA


Uma forma de estar bem para com a vida
É respirar delicadamente o ar da natureza,
Olhar o céu pleno e sentir a vera beleza
A germinar pelo coração como flor querida.

Uma forma de viver em constante harmonia
Com o universo é criar laços de amizade,
Entre o solstício de inverno e o de verão, poesia
Que os olhos descrevam com espontaneidade.

Uma expressão de sorriso pelo rosto de uma criança,
É um dia de sol em qualquer estação do ano,
Tem o místico e contagiante verso de esperança.

Uma flor enlaçada pelos dedos de uma criança,
É uma amizade que cresce em qualquer ser humano,
Tem o mote em sintonia com o caule que a dança.

© Ró Mar

sábado, 18 de novembro de 2017

ERA OUTRO OUTONO


Imagem - Colors of Life 


ERA OUTRO OUTONO 


Tenho saudades de um outro Outono, 
Trajado de mil e uma folhas coloridas
E um cheirinho aromático a especiarias,
Que rotulava o dia de uma boa safra do ano.

O café suculento pela manhã e o dia
Uma estrela ao vento e muita poesia,
Que fazia de sol quando chovia pela janela,
E eu sentia o terno aroma de canela.

Tenho saudades de um outro outono,
Sentir meu coração quente e um amor presente,
Era em mim uma nova era e me tinha contente.

O abraço aconchegante pela manhã e o dia
Um monumento, que me deslumbrava, e havia
Pelo universo paz e amor, pois, era outro outono.

© Ró Mar

terça-feira, 14 de novembro de 2017

RENOVAR O MODO DE VIDA


Imagem - SAi$ONS 


 RENOVAR O MODO DE VIDA


Agitam-se as vontades através da tempestade 
De um outono tumultuoso de pouco vento,
Pouca chuva, muito seco e sem dó, nem piedade
E esta nossa estação medra a verdade do momento.

Verdade que espanta os pardacentos trigais
De um campo devassado e adorna as pedras,
Empilhadas (em prol de inovadora cidade), em floridos arrais
De muita monta que remonta ao tempo das esperas.

Agitam-se as colinas através da intrusa velocidade
De uma avassaladora locomotora, paranormal,
E o céu bebe o ocre outono e transparece a realidade
Que tem ar de querer gente de bem, simples e normal.

Gente de bem, simples e normal que labute pela vida,
Que o outono tumultuoso levou em seu regaço,
E agora, que o tempo é a favor e há mais espaço,
Não dê outra razão a não ser renovar o modo de vida.

domingo, 12 de novembro de 2017

A LUZ DE TEU OLHAR


Imagem - Art of God and Nature


A LUZ DE TEU OLHAR


A luz de teu olhar, deixa-me perplexa numa mesura infinita, em que me deleito e descanso, num silêncio profundo. À margem das tuas reais pestanas leio a suavidade do dia, e assim surge a emblemática paisagem pela minha alma, repleta de vida.
Vida que espreguiço pelo teu olhar, a madressilva, e levo comigo a melhor das poesias para cantar pelos beirais de outros dias. 

Minha amada, amante, paixão que me seduz e embala pelo solstício de um amor de cor una a todas as eras.

À noite o dia transborda, pela tua quimera, e meu corpo sente a alquimia que abraça o universo e dá espaço para muitos outros versos, onde a humanidade é senhora de coração azul, tal e qual a luz que tu irradias, e a vida é céu aberto, tal as tuas nobres 'meninas'. 

Cantarei, cantarei a tua mocidade aos quatro cantos do mundo e jamais me cansarei! 

Se te perder de vista sei que vou conseguir continuar o caminho, pois, é tão intenso o meu desejo que não há nada que o faça desfalecer a não ser certo dia que apossará minhas pestanas! Esse, é parte natural a que pertenço e ninguém, nem mesmo tu me podes livrar. Mas, sei que parto feliz, pois, tive o privilégio de prosear contigo e isso ninguém me poderá tirar e levarei comigo para a vida plena, onde tu serás parte de meu olhar pelo mar sereno, décadas de uma perene paixão.

© Ró Mar

AS CASTANHAS DE SEU POUCO VINTÉM!




AS CASTANHAS 

DE SEU POUCO VINTÉM!


A cidade animada, num dia frio abastava
A castanha dourada, que revirava 
O olho ao pobre coitado que a avistava,
Havia gente que às quarenta comprava!

A dúzia a dois euros e cinquenta cêntimos,
Uma ninharia para quem tem algibeira que abunda,
O pobre coitado, tinha-a rota pelo uso de vida
E, pediu meia dúzia, tinha os tostões contados!

A vendedeira pede um euro e cinquenta para as levar
E ele diz que só quer meia dúzia e estende a mão 
Com um euro e vinte cinco e ela tira uma do pacotão
E diz-lhe que (um euro e cinquenta) é para o troco facilitar!

O sujeito diz que trazia trocado e agradece de bom grado.
Pois, a vida é mesmo assim, uns têm o que outros não têm!
Ele tinha dignidade e educação e foi-se, carregando o fardo
Alegre, comendo as castanhas de seu pouco vintém!

© Ró Mar

É O TEMPO DE UM SÃO MARTINHO:


Imagem - PAUSE - CAFé


É O TEMPO DE UM SÃO MARTINHO:


É o tempo de um outono vadio:
As ruas escancaradas pela folia,
Azáfama à castanha estaladiça, o assobio
Das folhas peneiradas pelo frenético frio,
O brinde ao vinho novo com poesia,
Pelo cartuxo que envolve, o fruto maciço
E há febras e pão com chouriço!

É o tempo de um São Martinho:
As feiras que aglomeram vilas e aldeias
Pela multidão que segue estas ideias,
O brinde ao vinho novo, trovas ao vizinho,
Improvisadas à lenda "Verão de São Martinho",
Parafraseadas numa outra nomenclatura, 
Para adoçar o beiço da tradição e cultura!

É o tempo de brindar a um certo povo:
As noites têm calor humano novo,
Pelos becos há certos agasalhos e verde caldo
Para cumprir a intenção do Santo amado,
O brinde ao vinho novo é feito de água pé,
Para dar certo cheirinho à chinela do Zé,
E a vida continua para os que têm tudo!

É o tempo de partilhar daqui em frente:
O Santo fez milagre exemplar por um dia
E um ano tem centenas de dias, há nostalgia,
Gente que não tem base de alimento e sente
Que a época da castanha é só por um dia!
O país em desalinho e o povo implora pão
E mais calor humano porque o frio não 
Se supera por si só e há inverno pela frente!

© Ró Mar

sábado, 11 de novembro de 2017

SEMPRE PINTO ESTRELAS ANIMANDO


Imagem - Bellissime Immagini 


SEMPRE PINTO ESTRELAS ANIMANDO


Tomo o meu café num dia de ar tão pardo
E quedo a olhar pela parede que me impuseram,
Sem puder devolver um centímetro ao mundo
De alguém que a projetou porque a encomendaram!

A minha paisagem vai diminuindo dia para dia
E quedo entre paredes de um solstício meu,
Olhando a luz interior que transmite boa energia
Para avançar com a calma de aceitar outro céu.

Assim vivo pelo meu céu, de um azul colorado,
Porque ainda quero acreditar em sonho! 
E, assim vou descrevendo o mundo, risonho,
À ideia que sempre pinto estrelas animando.

© Ró Mar

SER| PAZ | EVO


Imagem - J'ad' OR 


SER| PAZ | EVO


O que se leva desta vida
Pouco ou nada, uma folha caída!
Nada mais preciso que alma,
Apenas uma grande calma.

Nunca nada, nem ninguém
Ficou, sei que vou também!
O que penso ou não penso
Pouco vai mudar meu verso.

Quando acabar escrevo
Uma frase das pequenas,
Três palavras apenas:
SER| PAZ | EVO

© Ró Mar

terça-feira, 7 de novembro de 2017

MAIS UM BEIJO... UM DESEJO


Imagem - Bellissime Immagini


MAIS UM BEIJO... UM DESEJO



Anda de boca em boca que hoje é o dia do beijo!

De boca em boca devia todos os dias haver beijo.

Beijo de boca em boca que seria hoje mais um beijo.

Mais um beijo de boca em boca que seria um desejo.


© Ró Mar 

segunda-feira, 6 de novembro de 2017

QUANDO ACORDAVAS EM MIM


Imagem - Art of God and Nature


 QUANDO ACORDAVAS EM MIM


Ah, queria ter-te aqui bem junto a mim,
Rente ao coração, que é parte de ti!
Sentir aquele abraço, sem mais fim,
Que davas quando eu olhava para ti.

Ah, queria ser o luar em noite de verão,
Beijar o azul do céu e retê-lo em mim!
Sentir aquele aroma de jasmim
Que libertava quando te tocava ao coração.

Ah, queria ser a lua em quarto crescente!
Sentir aquele ondeado de constelações em mim
Que guiava quando vibrava o mais que presente.

Ah, queria ter-te aqui bem junto a mim!
Sentir aquele dia sereno e estuporante
Que pestanejava quando acordavas em mim.

© Ró Mar

sexta-feira, 3 de novembro de 2017

HÁ LUZ (SÃO MARTINHO) QUE ALUMIA TODOS OS TERRENOS


Foto  ©  Ró Mar


HÁ LUZ (SÃO MARTINHO)
QUE ALUMIA TODOS OS TERRENOS


O tempo arrefeceu, sente-se a frescura
Da natureza enroscada em folhas curvas
De um outono polémico. E, há chuvas
Que caiem do céu salpicando verdura.

O tempo arrefeceu, aos dias que encolhem
A beleza do outono outros se seguem
De um outro verão estimado por todos.
E, há castanhas que saltam aos olhos de todos.

O tempo arrefeceu, sente-se a frescura
Dos dias amanhecer em calva brandura
De um outono preciso e alegre. E, há chuvas
Que caiem pelos lagares fermentando uvas.

O tempo arrefeceu, aos dias mais pequenos
O estatuto de grandes sonhadores
De um tempo a outro verão de mais sabores.
E, há luz (São Martinho) que alumia todos os terrenos.

© Ró Mar