quarta-feira, 19 de setembro de 2018

PRIMAVERA DE SETEMBRO


Imagem - Beautiful world. Nature, love, art. 


PRIMAVERA DE SETEMBRO


Primavera de Setembro
Que abres as portas ao Outono
Pelos ventos do Outubro
E as chuvas de Novembro
Até às geadas do Dezembro.

Primavera de Setembro
Que trazes o encanto nas folhas,
Parras verde maduro, 
Que dão nome ao nosso Portugal,
Os azafamados vinhos.

Primavera de Setembro
Que cantarolas ao luar no serão
A despedida do verão
E o começo de uma nova estação.

Primavera de Setembro
Deixas a saudade à janela do roseiral
E abres a porta ao vendaval
Que vai pelos campos adiante rumo ao futuro.

Primavera de Setembro
Temperada de doces rios e salgados mares, 
Abastado e frutífero trono,
Agrada-me os teus ares.

Primavera de Setembro
Que escrevo em mil folhas
Uns quantos sonhos,
Não te vás embora, não antes de semeares 
A Poinsétia do Natal.

© RÓ MAR

terça-feira, 18 de setembro de 2018

ERA O CÉU A DOIS!


Imagem: Bellissime Immagini  


ERA O CÉU A DOIS!


Perdi-me nas horas de infinitos pensamentos!
Encontrei-me à beira mar no azul de momentos,
O profundo sentimento ao outro coração que me beijava:
Era o céu, as estrelas, a lua... tudo o que desejava.

Era o Céu a Dois!
- Nem imaginais o quão sois!
Sois beleza rara, matriz fecunda,
O germinar de pétalas de açucena 
Ao alcance da minha vista;
Sois o desabrochar da felicidade plena.

© Ró Mar

sábado, 15 de setembro de 2018

QUERIDA


Arte de Van Gogh


QUERIDA


Na tela a óleo de um setembro
Ondeei o cabelo à minha amada
E tão dançado!, que ainda me lembro
Da arte que ousou as cores da vida.

O vento que elevou o anil ao céu
Criou uma montanha de verde prado,
Que outra natureza soprou, [véu]
Dedilhado em extremo cuidado.

Espelhei seus olhos cor de mel 
Naquele arrepio de terra molhada,
P´la lágrima, em sereno tom pastel.

No sol de seus lábios nasceu o dia
E selei minha obra [pura poesia]
Na palavra mais cara que há [querida].

© Ró Mar

AINDA QUE SEJA OUTONO EM MIM


Imagem: Zzig.


AINDA QUE SEJA OUTONO EM MIM


Senti a manhã aplaudindo o coração
No esmero que cozinhaste p´ra mim,
Ainda que seja outono em mim,
Há no paladar do teu cozinhado
A certeza de se ser bem amado.

Senti o teu olhar bem regalado
No meu jeito de degustar a uva madura,
O que me fez provar mais da tua doçura,
Ainda que seja outono em mim
Há no olhar o doce prazer d´ amar.

Senti a minha vida a renovar
Na folha orvalhada d´ uma lírica estação
Que colheste p´ra apurar a paixão,
Ainda que seja outono em mim
Há presente bem temperado p´lo ar.

© Ró Mar

sexta-feira, 14 de setembro de 2018

A MENINA QUE TRICOTAVA


Imagem: IN$PiRATiON


A MENINA QUE TRICOTAVA


A menina que sonhava 
Com o mundo melhor
Todos os dias tricotava
Para seu bem maior.

Na aldeia o céu brilhava
Com a luz de seus olhos
E a vida despertava
Ao som de passarinhos.

A menina que tricotava
Com amor o pensamento
Fez manta de gabarito
Ao `gato´ que estimava.

© Ró Mar

quinta-feira, 13 de setembro de 2018

R E G R E S S O À S A U L A S




R E G R E S S O  À S  A U L A S


R equisitar uma pilha de livros,
E m modo digital, é tarefa a executar!
G rafar o post-it de material escolar a precisar;
R ememorar o cardápio escolar;
E xecutar o calendário do primeiro período,
S em esquecer as horas de estudo
S uficientes para cada disciplina opinar -
O êxito escolar.

À s ciências aplicar a teoria e às letras a prática de livros,
S em esquecer de pôr em prática a arte de recriar.

A os colegas bem falar e aos amigos abraçar,
U ns e outros sempre cumprimentar!
L idar com os professores com o devido respeito;
A tento sempre às aulas para as matérias dominar -
S ão normas fundamentais para aprender direito.

terça-feira, 11 de setembro de 2018

ANTERO TARQUÍNIO DE QUENTAL




ANTERO TARQUÍNIO DE QUENTAL [ 18/04/1842 - 11/09/1891 ]


A N T E R O  D E  Q U E N T A L


A ntero de Quental grande poeta de Portugal.
N asceu a 18 de Abril de 1842 em Ponta Delgada,
T endo-se suicidado a 11 de Setembro de 1891 em Ponta Delgada.
E scritor, filósofo, político, pretendente a renovar o país pela literatura.
R evolucionário importante na geração de 70 (setenta);
O rgão fundador do Jornal da República e Partido Socialista.

D e uma extraordinária visão do mundo, sempre actual a sua leitura;
E xímio nas revoluções e conflitos existenciais, uma excelência partitura.

Q uental foi o grande impulsionador dos sonetos, autênticos brasões,
U ns dos melhores da língua e comparados aos de Bocage e Camões.
E xiste nas suas obras várias tendências poéticas,
N omeadamente, a poesia militante, ‘a voz da revolução’,
T endo papel relevante a poesia nas angustiantes variações metafísicas.
A honra à literatura, os sonetos, inigualável sabor clássico e musical.
L utou pelos ideais da humanidade - ‘ESPERANÇA’ - até ao seu final.

T A R Q U Í N I O


T oda a homenagem
A o poeta é sempre uma tentativa
R emota e acto de vassalagem.
Q uental era um escritor de cultura viva,
U níco em certos meios de acção;
Í mpar a sua poesia, uma partitura,
N ome marcante na história da literatura;
I magéticamente a voz da revolução,
O dia comemorativo de hoje dá-nos reflexão.

domingo, 9 de setembro de 2018

S E T E M B R O

Imagem: J'ad' OR


S E T E M B R O



S empre que o vento embala as árvores 

E leva as folhas a passear p´los jardins

T emos vasta beleza de tons ocres

E m pergaminhos de querubins.

M istíca que realiza o nono mês,

B álsamo de diversa natureza

R ecriando a chuva estrelar que vês:

O iro de outono p´la passarela da singeleza.

domingo, 2 de setembro de 2018

A JANELA DO CORAÇÃO


Arte: Alonso Pereira - Open ArtGroup


A JANELA DO CORAÇÃO


A janela do coração tem orbitas
Lunares e galáxias de cometas
Que ao Lusco-fusco pela humanidade
Celebram bistres olhares às temperas de planetas
Que têm luz e vida própria. Quando
O pensamento invade tal lustre
As retinas abrem de par em par
Num desejo de serem terra e mar
Pelas encruzilhadas de seu caminho.
O mundo que é outro volve a sonho
Pelos lábios que palmilham felicidade
Sem olhar à outra face amarela,
A que tem a vista do velho mundo.
E, pelo ecrã vê-se a soberba aguarela
Que leve pinta a janela do coração.