Imagem - Catrin Welz-Stein
SEMPRE…
Sempre que a noite estica eu idolatro-a
Em lençóis de cambraia que o vento embala;
Ao meu peito se espraia o azul de sua proa
Que me invade a alma e louca fico a amá-la.
Sempre uma outra noite quer romper o dia
Em letras de alfazema e alecrim bordo-a;
Aos meus olhos se beija a lua; tal glória
Que meu coração sente adormecendo-a.
Sempre um novo dia atraca nos meus braços
Em tons pastel transpassa à madrugada
Que nem um sonho que sobejou em laços.
Sempre novo amanhecer, liço real
De laivos perolados surge à abóbada
Que nem rouxinol que encanta o beiral.
® RÓ MAR