DUETOS


DUETO: ACÁCIO COSTA & RÓ MAR


 Pintura: Taras Laboda


Olhos Negros


Se teus olhos negros
me viessem ver,
devagarinho,
pela janela da emoção
do meu caminho,
talvez pudessem ver
a cor dos olhos meus
o verde da tua paixão.

© Acácio Costa

Olhos Negros
Sedimentos
no Compasso
do Meu olhar azul.
Veludo de sentimentos
que espaço
num tom mudo.
Apenas um Céu Azul.

© Ró Mar




DUETO: JOSÉ SEPÚLVEDA & RÓ MAR




FRUTOS SILVESTRES


Frutos silvestres,
Um sabor a carmesim.
Uma réstia de esperança
Para quem gosta de mim.
E, se nesta fantasia
Deixamos o mal, a dor,
Viva pois a poesia...
Com gestos ternos de amor.

Vejo Prados, múltiplos campestres...
Neste frenesim,
O meu coração balança.
Há o sabor em mim...
Viva pois a poesia...
O que Vivemos no calor
Da amizade, a magia...
Vida de glamour.

© Ró Mar | José Sepúlveda



DUETO: ARMINDO LOUREIRO & RÓ MAR


 Imagem- Bellissime Immagini


GOSTO DE TI, Ó PRIMAVERA…


Gosto de ti, ó Primavera...
És a primeira das Estações;
És o fruto que em mim gera
Ser um homem de paixões.

Minha paixão é colorida
Por isso eu gosto de ti;
Tu és alma, tu és vida
Tudo isso que eu já senti.

Quero beijar tua boca,
Ser teu anjo encantador;
Desejo que fiques louca
Num beijo de muito amor.

Que sejas sempre Primavera
E o mais bonito jardim,
Aquele que em si gera
Essa flor que é meu Jasmim.

© Armindo Loureiro 


GOSTO DE TI, Ó OUTONO…


Gosto de ti, ó Outono
És o primeiro das revoluções;
És vento em meu abono,
Sou em ti a mulher de tentações.

Meu génio é a Vida,
Por isso, tu és bem-vindo;
Tu és a alma da boa-vida,
Contigo vejo o baloiçar no mundo.

Dou-te o gozo do meu fresco hálito,
O perfume de muitas flores
E a tua idoneidade habito
Com todos os seus louvores.

Seremos a eternidade,
O infinito luar
Que se uniu pela amizade
Nos ventos do fenestrar.

© Ró Mar



Dueto: RÓ MAR & ACÁCIO COSTA


Foto:  José Alpedrinha


"MAR-E-SOL"


As escadinhas do Mar-e-Sol!...

Eu hei-de subir ao Céu
Pelas escadinhas do Mar
Um degrau será o Sol,
Para o ver bem ao entrar!...

© Acácio Costa

Salvé, abençoado Mar-e-Sol!...

Que me revolve ao léu,
Envolto no Amar.
Anjo fenol
Para poder voar!...

© Ró Mar

Corpo nu de feiticeira,
Veste-o de iodo e sal.
Mostra-me o teu Amar
Envolto de Mar-e-Sol,
Tempero prá vida inteira!...

© Acácio Costa

Meu Mar da Ericeira,
Nas ondas de maioral
Vibras o brilhar
D' um anjo Mar-e-Sol,
Serei tua parceira!...

© Ró Mar


DUETO: JOSÉ SEPÚLVEDA & RÓ MAR




COMPANHEIRO


Nesta imensa Estrada
Coberta p’lo pó,
Tão cheio de nada,
Procuro estar só.

E, fujo da Vida 
Que é pura ilusão,
E que anda perdida
No meu coração.

Suscito um calor
Nesta imensidão,
Que é força e fervor
Do meu coração.

E nada mais vejo...
Num rosto encoberto
Apenas o desejo
De te ver por perto.

Por entre a Areia,
No meio do nada,
Surge uma candeia...
Alta madrugada.

És tu, companheiro,
De tanta jornada.
Serás o primeiro
Na eterna alvorada.

© Ró Mar | José Sepúlveda



DUETO: RÓ MAR & CARLOS MARGARIDO


Imagem- Monet in his Floating Studio, 1874


POESIA DA PRIMAVERA


Asas brancas pelo Céu,
Pingos d'orvalho matinais...
Que aromas estes,
Que respiram ar
De Quimera!

Verdejante véu...
Juventude onde vais,
Que ares estes
De amar,
Beleza vera!

Que ninhos inocentes
Onde os Poetas se desnudam,
Onde o Sol passeia pelo Jardim...
Quantos amores tens Tu!

Manhãs deslumbrantes
Onde os pássaros cantam,
Onde se cheira jasmim...
Quantas Vidas tens Tu!

Tardes calentes, apaixonantes
Onde os Ventos encantam
Onde se bebe no frenesim...
Quantos sabores tens Tu!

Noites de Luar, cintilantes
Onde o Sol e a Lua se beijam.
Onde se voa sem fim...
Quantos Segredos tens Tu!

Quantas Barcas d'amores...
Quadro inacabado,
Remo Eu, sorris Tu,
Corrente de Coração navegada.

Quantas mil cores...
Tela de brocado,
Pinto Eu, sorris Tu,
Corrente de Estação adorada.

Que deslumbre, levas-nos ao Céu,
Poesia e Trovas marginais!
Que sentires estes
Que se descobrem no acasalar
Para o Dueto Primavera!


© 
Ró Mar | Carlos Margarido




Dueto: RÓ MAR & JOSÉ SEPÚLVEDA


 Imagem- Half Past Three (The Poet) 1911-Marc Chagall


MOMENTOS AO LUAR


Sopra o Vento de mansinho...
E ao ouvir a Voz do Vento
Parto em busca do Carinho,
Que sai do teu Pensamento.

Na nossa teia de linho,
Perdidos ao barlavento,
É o olor de Rosmaninho
Que inspiramos no momento.

Do mais raro Pergaminho,
Que nos dá força e alento,
Seguimos o longo Caminho
Que paira no Sentimento.

No perfeito desalinho
Deste cantar ao relento
Nasce a Fonte do Carinho
Que é maior que o Pensamento.


© Ró Mar | José Sepúlveda




DUETO: RÓ MAR & ACÁCIO COSTA


Imagem- SPA POESIA


BORBOLETA-FLOR


Flor-de-Lis
Que contemplas
Os olhos meus.
Princesa-Flor
Dos verdes campos,
Menina dos meus
Encantos.

Primavera-Flor,
Perfume e beleza
Rara,
Laços meus
No teu Coração.

Vistas amplas,
Sonhos tantos...
Asas dançantes,
Na leveza
De botões de paixão.

Semblantes...
Que com carinho,
Vivo na frescura
Do teu sorriso.
Voo na tua cor,
Canto a melodia
Do Amor.

Nada mais preciso,
A Tua candura
É o meu ninho.
Eterna magia,
Borboleta-Flor
De Estação.

© Ró Mar | Acácio Costa



Dueto: RÓ MAR & JOSÉ SEPÚLVEDA





ACORDA, MEU AMOR...


Acorda, meu amor...
Nas suaves palavras
Deste dia lindo.
Vamos passear...
Pelo jardim
Dos sonhos,
Só nós.

Talvez me dês uma flor...
E, eu te brindo
Com um beijo nos lábios.
Meu jasmim,
Cor da minha vida,
Ar de planaltos.

Acorda, meu amor...
Vamos escutar
O chilreal das aves
As águas a deslizar
Pelos regatos.
O silêncio do amor.

Sentir...
O prazer de estarmos sós.
No paraíso de paz e alegria...
Acorda, meu amor...
Já brilha o sol.
Vamos amar...
No raiar d' arrebol.

© Ró Mar | José Sepúlveda






DUETO: RÓ MAR & ARMINDO LOUREIRO



Imagem: ECLiP$E


Lê este pergaminho!


Tenho um gostinho
a maracujá...
O desejo de te ver já,
Meu rosmaninho.

Tenho o sabor
Manga...
No corpo que ginga
O nosso amor.
Tenho o desejo
De amora...
Pensamento que mora
No meu peito.

 Tenho o perfume
De laranja...
O teu ciúme,
Gomo que lampeja.

 Tenho o coração
Vermelho morango,
Uma tentação...
Valsa ou tango.

 Tenho perfil citrino
Lima, limão...
Ser divino
Que te refresca, tentação.

Tenho uma canção
De amor e paixão...
Para escutares
Com vida de pomares.
Tenho ares...
Que desnudo,
Em telas de quivi-veludo,
Para me amares.
Tenho cores salutares
Para desfrutares.
Nesta pêra de mundo...
Sou o teu todo.
Meu docinho 
Campestre...
Lê este pergaminho,
E, dá-me o dia que veste.

 © Ró Mar

Gosto frutado!


Esse gosto que tu tens
A Maracujá bem maduro
Se para o meu lado vens
Vem amor que eu te aturo

Teu corpo bem gingão
Bem encostado ao meu
Altera-me a pulsação
E me põe todo ao leu

Saboreio o teu odor
Com toda a minh’alegria
No teu ciúme há amor
E também muita magia

Revejo-me no coração
Vermelho amorangado
Mas que rica tentação
No fado por mim amado

Tua cor alaranjada
Põe-me como um limão
A cabeça desesperada
Abaulado o coração

Quando me cantas assim
Com toda essa paixão
Eu não respondo por mim
Fico mal do coração

Se te desnudas um pouco
Quando pensas num quivi
O teu corpo fica louco
Por aquilo que eu vi

Gosto muito dessas cores
Que tu mostras só a mim
Mesmo se escorrem suores
Eu te gosto por seres assim

E quando ao campo tu vais
Para ver algo campestre
Por este fruto tu logo cais
E o desfrutas sem a veste

© Armindo Loureiro



DUETO: JOSÉ SEPÚLVEDA & RÓ MAR





ESTRELA DO MAR


Adormeci junto à praia
Com o pensamento em ti...
Não fora a onda
Que veio sorrateira,
E ali ficaria...
Vário.
Deitado à tua espera...
Tempo de Sonho e fantasia...
Tempo... que quimera...

Era o borbulhar da areia
No emaranhar do Vento.
O Sol Poente...
Brilho resplandecente
Que me remanesce.
Estrela do Mar...
Que a cada dia cresce
Este amar,
Minha Sereia.

© Ró Mar | José Sepúlveda



DUETO: RÓ MAR & JOSÉ LUIZ SANTOS


Imagem: Bellissime Immagini

 

PRIMAVERA


Abro as Janelas d'Alma e a pressinto,
No espaço que me absorve
A sinto.
Ah... como sinto...
Se movendo sutil, me envolvendo.
Sinto-a dentro e fora de mim.

Um Vento que se agita
No ar da frescura se move,
E pinto...
Voo nesse terno labirinto
Que me traz a Flor de arvoredo,
Que circunda em mim.

E, nada mais digo!
Habito o Silêncio do seu odor
Em vastas alvoradas
De olor,
No meu umbigo.

No espelho do Mar
Faço longa espera
Para te ter em mim,
E o Sol sorri para mim...
És Tu Primavera.

 © Ró Mar | José Luiz Santos



DUETO: ARMINDO LOUREIRO & RÓ MAR


Imagem: Picture & Photo & Erkan TORUN 


Leituras...


Leio-te pelo teu exterior
Leio-te de forma diferente
Tu te envolves com amor
Numa roupagem envolvente

Não te consigo aqui ler
Mas reconheço o pensamento
Só gostava de saber
O que pensas no momento

Nesses folhos de papel
Tu escreves ternamente
Palavras cheias de mel
Que a mim me põe contente

Nesses folhos sobrepostos
Deve estar uma linda história
São contos com muitos gostos
Que tiraste da tua memória

Tacteei a tua beleza
Saltando de folho em folho
Apalpei a aspereza
E nos versos te escolho

Continuo a olhar
Revejo-me num pedestal
Na roupagem quero amar
Uma esfinge sem igual

© Armindo Loureiro

Experimenta ler o interior da mente
De forma mais omnisciente.
Verás que me envolvo de Saudade
Numa roupagem d' ansiedade.

Presta atenção...
Vais conseguir ler o meu pensamento.
Se fores persistente, perceberás a intenção.
Não te restará dúvida do meu sentimento.

Estes latos folhos de papel
São recordação patente
D 'um Amor de Mel,
Que em mim é Presente.

Neste descrever de Véu...
Está uma linda Alma, Coração imaculado
Que Vive do meu lado.
E que habita no Céu.

A Vida nem sempre é larga
Por vezes prega-nos partidas.
Há raízes profundas, despedidas
Que são parte em nós, calma...

Presta atenção...
Vais ver que é mera ilusão.
Este busto fenomenal
É um sentimento brutal.

Um Desejo contagiante
De ter a Vida eternamente.
A passagem permanente
Do Ser ausente.

Uma Saudade descomunal
Que o Vento leva e traz.
No passo fatal
De quem Jaz.

© Ró Mar