quinta-feira, 8 de maio de 2014

CANELA


Imagem: Christine Comyn - Open ArtGroup


CANELA 


Gosto do teu cheiro… 
Admiro-te fina especiaria… 
Fazes-me recordar os ventos a oriente, 
Grão que delicio no salivar 
Pelos lábios a poente… 
Sabes a doce-amar. 

Polvilho-me do teu aroma de flor, 
Perfume de séculos… 
Polvilho os conventuais doces 
Com o teu pó das arábias… 
Visto-me da tua cor, moldes belos 
Que beijo ao luar. 

Essência do meu instinto 
Que cozinho na bela confraria… 
Doces, compotas e demais, inteiro 
Pau de sedução 
Que inspiras o cozinhado de tentação. 

És a mais bela flor… 
Planta aromática de fervor 
Ao meu coração 
E, no lume a sedução… 
Ao natural a vera paixão. 

Sinto quimeras da tua beleza… 
Perfumes que jamais esquecerei, a certeza 
Que és e serás sempre a minha predileta 
Quer seja cozinhada, ou ao natural, 
És perfeita. 

Planta doce afrodisíaco da minha alma 
Tenho a ideia mais colorida 
Ser um dia 'canela' nesta semente de vida. 

Não o sei… mas, o pressinto 
Num tempo… quiçá real 
Saborear algumas palavras 
Com um quê de sábias. 

© RÓ MAR