AMOR VERSUS PONTO CRUZ
Quanta saudade de teu olhar imagético,
Fino porte infernizando meus lábios silentes,
A vénia de um sorriso em meu ar patético
E também de mim, que amei entre os dentes!
Saudade que me tem louca de desejo
De estar perto de ti, longe de tudo
Que apoquente a memória. Não vejo
Fluído pensamento à flor de veludo!
Vergo a alma combalida ao pano cru
Bordejando... elegia que não condiz
Com o tom escarlate que seduz.
Quanta sílaba pela noite, ao limiar da luz,
Passajando a quimera! Ainda assim diz
Que nós somos amor versus ponto cruz.
© Ró Mar