domingo, 12 de novembro de 2017

AS CASTANHAS DE SEU POUCO VINTÉM!




AS CASTANHAS 

DE SEU POUCO VINTÉM!


A cidade animada, num dia frio abastava
A castanha dourada, que revirava 
O olho ao pobre coitado que a avistava,
Havia gente que às quarenta comprava!

A dúzia a dois euros e cinquenta cêntimos,
Uma ninharia para quem tem algibeira que abunda,
O pobre coitado, tinha-a rota pelo uso de vida
E, pediu meia dúzia, tinha os tostões contados!

A vendedeira pede um euro e cinquenta para as levar
E ele diz que só quer meia dúzia e estende a mão 
Com um euro e vinte cinco e ela tira uma do pacotão
E diz-lhe que (um euro e cinquenta) é para o troco facilitar!

O sujeito diz que trazia trocado e agradece de bom grado.
Pois, a vida é mesmo assim, uns têm o que outros não têm!
Ele tinha dignidade e educação e foi-se, carregando o fardo
Alegre, comendo as castanhas de seu pouco vintém!

© Ró Mar