Um triste olhar que desvanece ao fim do dia.
Traz a velhice plissada pelo rosto e o desgosto a alongar
Seus cabelos que urgem uma casa onde morar.
Continua a travessia pelas ruas e apronta-se nas ruelas…
Olha à esquerda e à direita e o que vê é mais uma jornada
A palmilhar o desesperante cansaço de todos os dias!
Precisa de paz, pois de amor já nada espera pelo caminho.
Não se vive pela metade
E, de sonhos e utopias não se sente o puro ar!
Que melodias fantasiam e não encobrem o olhar ao céu sem par
Sempre sabemos que é desviar e não olhar!
E, é nem mais que um pobre coitado precisando
De um tecto onde possa ainda morar!
Ai, o amor que foi outros tempos, e, agora resta a esperança
De ter um pouco de paz que espera o cansaço de todos os dias…
Quiçá, as portas do céu se abram e deixem o coitado lá ficar!
Caiu a noite e o dia levou a esperança
De ter onde ficar...
Vagueia pelo paraíso e seus delírios o desencaminham
A ser completo, e é-o, em trova ou em verso vai trauteando
As letras de uma sina que tanto teme e pelejam
Um tecto onde morar!
E, sonha uma casa pequenina e fermosa que tecto azul tem
E abraça a lua escrevendo o que lhe vai na alma...
Que são frases completas de uma vida que não é
E vive o que é pela metade
Que tem a noite em troca para dar.
Uma casa pequenina que fermosa é,
Um palacete ao seu olhar
E no hiato vê as estrelas pelo céu a brilhar!
As lágrimas sucedem-se, um cisco no olho, e volvem-se os dias
Todos e as noites a completar o pobre coitado!
Não sabe viver em metades que sempre sonha…
A vida não é seu contento, diz-se que não o amam!
E todos os dias se somam a tantas noites, o vazio preenche o luar
Enquanto não chega o seu bem complementar!
O pior é ser malogrado ao amor…que em metade nada é!
É a vida que tem
E o que espera dela pouco é…
Vê-se pelas letras que desenham o lacrimejado
Azul, que lago é, onde ainda se habilita a viver!
E, é mais um dia onde perfuma seus grisos cabelos
Pelas velhas janelas
Que têm a ser um qualquer dia.
O pobre coitado é um coração sem dono!
® RÓ MAR