Abri as janelas e senti que era pouco.
Ainda assim, sorri e mãos à obra, forças sabe-se lá donde!
Pensei, hoje vou mesmo ver o mundo.
Enquanto reanimava o cabelo, sentei-me a ler um pouco.
Ler, pensei eu, distrai, anima-me, e sorri mais um pouco.
Por momentos esqueci as horas, não relevante, nada me esperava,
Mas, precisava de apanhar ar, ver gente!
Senti-me baralhada das ideias.
Não sei se foram os rolos que me prenderam os cabelos
Se as silabas que presumidamente lia me desconcentravam!
Dei meia-volta pelo espelho e voltei à secretária.
Pensei, hoje não é dia para ler o mundo
E peguei na lapiseira na tentativa de esboçar paisagens verdes.
Pensei, que podia soltar os cabelos naquele vento
E sorri, animei-me, rabisquei até me doer os dedos.
Por momentos esqueci as horas, não relevante, nada me esperava,
Mas, precisava de apanhar ar, ver gente!
Senti-me baralhada das ideias.
Não sei se foram os traços que me soltaram os cabelos
Se as cores que pintei me concertavam!
Dei meia-volta pelo espelho e voltei à secretária.
Pensei, hoje é dia para escrever o mundo
E peguei na caneta na esperança de inventar silabas azuis.
Pensei, que podia mergulhar os cabelos naquele mar omnisciente
E sorri, animei-me, escrevi até encontrar a alma.
Por momentos esqueci as horas, não relevante, nada me esperava,
Mas, precisava de apanhar ar, ver gente!
Senti-me baralhada das ideias.
Não sei se foram os pensamentos que refrescaram os cabelos
Se as águas do mar me amavam!
Dei meia-volta pelo espelho e não voltei à secretária
Pensei, por hoje o poema está acabado e onde!
Adormeci com vontade de sonhar o mundo.
® RÓ MAR