Imagem - Sensuality in Art
O QUE QUERES DAR-TE-EI SEMPRE QUE ANSIARES
O que vês entre os meus dedos são rendas
Que segredam o que tenho para dar;
O que sentes, bordado que me ajusta,
É mais que o desejo de me possuíres;
O que quero-te dizer não se escreve
Numa tinta escorrida em qualquer quarto;
Os beijos que despejo neste gesto
Arrepiam-te, bem sei, calma já te visto;
Olha-me, entre os lábios de sedas transparentes,
Diz-me o que sentes, palpites inquietantes;
Não tenhas pressa, absorve em corpo o que vês,
Tenho muito mais para te dar que uma vez;
Agora vem, rente e ao de leve toca-me,
Sente-te ao aroma que exalo, e se me vestires;
Não tenhas pressa, tenho tempo que sobra em ti,
Dedilho lascivos músculos que produzo em ti;
O que pensas, que sou uma qualquer mulher,
Não cries ideias que não podem vingar;
Que sentes, bem sei, regalo entre as sedas
Que entesei para ti, então despe-as em prazer;
O que vês entre minha viscosidade é teu
Trepa-lhe as línguas, beija-me até ao céu;
O que vês e sentes é algo que nem imaginaras,
Mais tenho para te dar, nem sei se vais aguentar;
Não tenhas pressa, não te quero só por uma noite,
Vem-te deleitado a meu lado e faz-me tua amante;
O que queres dar-te-ei sempre que ansiares,
Sou tua amiga, se assim desejares amar-me.
® RÓ MAR