quinta-feira, 5 de maio de 2016

SANTO DIA, PELO VERDE CAMPO FOI




SANTO DIA, PELO VERDE CAMPO FOI


Dia de hoje, que dizem ser a quinta-feira
De ascensão, santo dia, pelo verde campo foi.

Colheu o pão de cada dia em espigas 
De trigo e centeio para haver açorda e migas.

Colheu a luz em raminhos de oliveira,
Para alumiar todos os dias no ano e o pão 
Assim poder molhar no azeite de ascensão.

Colheu o amor na papoila, flor silvestre
De cor vermelha, e vestiu-se de paixão rupestre
Para assim poder semear amores em seu jardim.

Colheu a saúde, que lhe-é para assim viver,
No singelo cheirinho de alecrim.

Colheu a alegria no visco da videira
E o olhar lampeja em bagos de prosperidade.

Colheu a fortuna no ouro olho do malmequer 
Que quis hoje, mal ou bem, apesar de chover,
Que o visitasse no campo, onde há natureza
Que se vê a florir. Ah, quiçá, durante o ano 
Ele lhe possa dar vida de se ver!

Dia de humanidade, que dizem ser a quinta-feira
De ascensão, santo dia, o campo aos céus foi.

Colheu em abundância todas as fragrâncias
Que lhe alimentam a alma e purificam o coração.
Colheu, à `hora´, a alegria, serenidade e riqueza
Precisas para viver em harmonia os dias
E poder espalhar o amor até ao próximo ano.

Dia de hoje, que dizem ser a quinta-feira
De ascensão, santo dia, pelo verde campo foi.

© RÓ MAR