quinta-feira, 1 de dezembro de 2016

EU. ASSIM O QUERO AGORA RECLAMAR


Imagem - Gold ART


EU. ASSIM O QUERO AGORA RECLAMAR



Foste muito mais, para mim, que um amigo,
Companheiro, amante e porto de abrigo.
Foste muito mais que pensei, sonhei,
Vivi e amei… penso no que não te dei.
Penso que estive a teu lado e abandonei
Tudo o que me fazia sentir feliz.
Tu. Um mundo perfumado a flor-de-lis
Que me enfeitiçou e me coroou demais,
Que me cegou e a luz que não volta mais!

Fui abraço de dia e de noite também,
Mas, algo quis que eu perdesse o meu bem.
Num dia infeliz… foi assim que abandonei
O amor que a vida me deu de mão beijada.
O lamento agora que sinto que fui atraiçoada
Pelo coração que não ousou conduzir
A questão que se impôs de forma a cerzir
O momento de maneira mais acertada,
O que sempre fez a quem amou. Assim fiquei.

Fui, amiga, amante e muito mais que pensei
Um dia ser e tive tudo e tudo desperdicei.
O vento da razão não soube soprar devagar.
Eu. Fui mais corajosa que onda de mar…
O que me subjugou, o diluvio que pairava no ar!
Que me fez tão triste, muito mais do que algum dia fui!
Eu. Assim o quero agora reclamar.
Eu. Fui a luz dos teus olhos e mais o fui.
Quero agora ver tal como outrora o teu olhar.

És muito mais, para mim, eu nem sei quanto!
Viver, amar-te… penso no que não te dei.
Penso que estive a teu lado e abandonei
Tudo o que me fazia sentir feliz.
Tu. Um mundo perfumado a flor-de-lis.
És a luz dos meus olhos e a razão de poetar,
Uns versos sentidos, a alma bem sabe o que diz.
És muito mais do que eu ouso dizer, és tanto,
És o amor que quero ter e sempre amar.

Eu. Assim o quero agora reclamar.

© RÓ MAR