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AH, QUEM ME DERA SER
O HOMEM DO LEME!
No que concerne ao meu presente que sente
O coração em mar alto temperado de amor,
Caravela quinhentista pelo olhar de navegador
De uma alma esquecida à proa de contrário vento
E a vida confinada a um engenhoso quadrante.
Ah, quem me dera ser o homem do leme!
Ter o norte pela bússola de todos os dias,
A frase certa do ponto cardeal a segredar ao escrivão,
A certeza de terra à vista que nos enche o coração
E a firmeza do universo estampada à palma da mão.
No que concerne ao meu presente, escassas alegrias,
Especiarias as sonho em mar alto e mui revolto,
Os gigantes e monstros marinhos encarnam utopias
Pelas ondas que vão e vem e eu que não volto!
Ah, quem me dera ser o homem do leme!
© RÓ MAR
