sábado, 30 de setembro de 2017

SORRIO-TE... NUNCA É TARDE DEMAIS!


Imagem -  Bellissime Immagini 


SORRIO-TE...
NUNCA É TARDE DEMAIS!


Sorrio-te, embora saiba 
Que sou tarde demais,
Nunca é tarde demais 
Para o sorriso que eu saiba!

Sorrio-te, pois te quero
Cedo demais no dia a dia,
Cedo demais te quero
Sorriso que me adormecia!

Sorrio-te, meu bem, quero
Estar tarde de mais 
Nos teus lábios, te quero.

Sorrio-te, pois te quero
Amar cedo demais,
Nunca é tarde demais!

© RÓ MAR

sexta-feira, 29 de setembro de 2017

SONHAR...


Imagem - Inspirations


SONHAR...


Sonhar é realidade tão concreta 
E definida como a própria vida
Em que deleito o ponto de partida na reta
De uma lenda que não é uma mera lenda.

Realidade palpável no momento
Em que vejo outro universo, e até o sinto,
Que me deseja tão simples quanto ele é 
Pelo tempo infinito do minuto que é.

Desejo atingível na corda bamba
De uma vida que aspira a plenitude
Pelo mundo e que acredita numa nova pomba, 
De asas multicolores, o sinónimo de felicidade.

Sonhar é utopia que transparece o dia,
Pela sensação lunática de um novo começo,
Que amanhece o ser e põe a realidade em dia
Mágico e soberbo de um azul onde me enalteço.

© RÓ MAR

O PARAÍSO


Imagem - J'ad' or


O PARAÍSO


O paraíso é a utopia
Que o amor vê na realidade;
O astro que espelha poesia
Em sílabas de paz, naturalidade
Capaz de unir o universo;
O mar e o céu em sintonia
Debuxando o momento 
Em que a essência do ser
Copula com o anil sentimento.

O paraíso é o conceito concebido
À luz da expressão de um prazer.
Tomá-lo realidade de vida 
Perpetuando o teor do instante 
Pela profundeza do ser
É felicidade, ainda que momentânea.
O lugar pleno, mesmo ao lado,
Que ousa exprimir o sécular amor
Só pode ter um nome que inspire arte.

O paraíso é a existência
De corações apaixonados; o meu verso
Enroscado em pequenas letras tal a gente
Que sonha com um mundo em flor;
O que edifica o céu, luz estrela-alva,
De um mar que lhe vem à alma. Ah, minha diva 
Que enalteces uma margem mediterrânea
De tão nobre presente, qual ouso descrever!
O poema inatingível a nascer.

© RÓ MAR

terça-feira, 26 de setembro de 2017

FOLHA CAÍDA QUE TU LEVANTAS


Imagem - Silent


FOLHA CAÍDA QUE TU LEVANTAS


Acordar e ver o sol a brilhar
É energia positiva que dá vida
Ao dia, tem pela frente outro respirar,
O milagre natura luz a folha caída.

A alma espreguiça pelo segredo do universo
E luz o que de mais belo existe no ser,
Borboleta da primavera que reflete o verso,
Néctar de um fruto outonal a nascer.

O coração alastra outros sentimentos
E o estio enraíza a estação em argumentos
Válidos, ainda assim há sempre ventos
A desafiar a vida em todos os momentos.

Acordar e ver o sol a brilhar
É lema que a gente tem de inventar e acreditar,
Tem pela frente o equinócio das colheitas,
Um outro tempo, folha caída que tu levantas.

© Ró Mar

domingo, 24 de setembro de 2017

GENUÍNO POEMA


Imagem - SAi$ONS


GENUÍNO POEMA


Cá temos o Outono! 
O vento leva as folhas
Às árvores e solta-as
Em toda a natureza. 

Que estação colorida!
Rola pelo espaço vida
Em cores de amarelo,
Laranja e castanho.

Que época tão suprema!
Misto de cor e sonho
Que brilha e faz castelo
Pelas mãos de uma criança.

Que ternurento abraço!
Muda-se a noite e o dia
Ao balouçar petiz regaço 
Pela estação num só laço.

Cá temos o Outono!
Fruto de uma natureza
De tão casta poesia -
- Criança - genuíno poema.

© RÓ MAR

sábado, 23 de setembro de 2017

ÀS VEZES...


Imagem - Regard sur Image


ÀS VEZES...


Às vezes temos que despir o ser
E passear a alma pelo universo
Que nos deixa viver noutro berço
Sem que tenhamos de saber o verbo ter.

Às vezes é verão e outras inverno
Enquanto isso temos o outono
Que nos ensina a forma de espelhar o coração
Sem que tenhamos de clamar paixão.

Às vezes temos que interrogar coisas
E esperar que o vento nos assinale 
O caminho a percorrer pela estação que vale
Sem que exponhamos o vazio dos dias.

Às vezes é noite e outras dias
Enquanto isso temos os meios-dias
Que nos refletem o sol de uma estação
Sem que ponhamos lentes de realização.

Às vezes temos que ter calma
E trocar o corpo pela alma
Que nos incita a viver o outono
Sem que tenhamos de pensar o inverno.

Às vezes é tempo de primavera e outras não
Enquanto isso temos memórias de infância
Que nos fazem olhar a natureza na sua essência
Sem que tenhamos de opinar os dias que virão.

Às vezes temos que ver e não pensar
E deixar cair as horas pelo observar
Que nos descreve o outono do nosso ser 
Sem que tenhamos de o aprender a ler.

© Ró Mar

BAILA A FOLHA DE OUTONO


Imagem - Art of God and Nature


BAILA A FOLHA DE OUTONO


De árvore em árvore saracoteia 
A folha amareleja e cai pelo espaço,
Acobreando-o de outra vida,
Que a recebe de braços abertos
Pois acredita que a mudança é vida
Que se tem de olhos abertos.

De mão em mão ao som do vento
Baila a folha de Outono,
Leve, muito ao de leve, se penteia
E descreve o momento
Em que o sol em seu movimento
Passa pelo equador celeste.

De dia e de noite, sempre igual,
A folha rola, no sopro de um abraço,
O equinócio do Outono
De setembro a dezembro pelo hemisfério norte 
(Outono boreal) e de março a junho
Pelo hemisfério sul (Outono austral),
Dando ao tempo margem que componho.

De verso em verso, ao vento,
Baila a folha de Outono.

© Ró Mar

quinta-feira, 21 de setembro de 2017

... COMO SENDO VERÃO


Imagem - SAi$ONS


... COMO SENDO VERÃO


Não se acaba um verão sem preparar o inicio 
De uma nova estação. Não, não se acaba um amor
Sem preparar suas asas para que possa voar
Pelos ventos do outono com bom principio.

Tudo tem seu tempo e também principio, 
Meio e fim. Sim, sim eu sei que a vida vai acabar
Mas não antes da alma se instalar, num novo sitio,
Lá pelas bandas azuis de um além mar.

Não se acaba uma estação sem preparar o coração
Para uma despedida digna de se ver. Não, não 
Se acaba um amor sem o olhar de frente.

Tudo tem o seu tempo e também um presente.
Sim, sim eu sei que o amor nem é uma estação
Ainda assim acredito nele como sendo verão.

© Ró Mar

sexta-feira, 15 de setembro de 2017

COM A MÃO CHEIA DE LINDOS SONHOS DE OUTONO


Imagem - Zzig 


COM A MÃO CHEIA DE LINDOS SONHOS 

DE OUTONO


Ah, cheira-me a outono, outro dia novo!
Aquele vento frio que despe as árvores
E veste-me de lindas folhas ocres.
É um ciclo de vida em que me renovo.

Escrevo setembro respirando ar puro!
É tempo de colher o que a natureza dá
E lavrar a imaginação pelo tempo maduro
Com a leveza de um olhar aqui e acolá.

Ah, cheira-me a outono, outra estação!
Aquela que sempre chega depois do verão
E diz-me que estou um pouco mais velhota.
É um tempo que me quero primavera de volta.

Escrevo outono de cabelo ao vento!
É poesia de ser antes de surgir o inverno
E sei que me espera no próximo ano
Com outras tantas quadras de sentimento.

Ah, cheira-me a outono, outro coração!
Aquele agosto ao luar é luz pelo mês de setembro
E vai aquecer as noites de outubro.
É uma época de roupagens de paixão.

Escrevo vida amando todo o universo!
É palavra esculpida em folha que verso
E que deixo voar pelas sílabas da alma
Com a sensação que estou em estação calma.

Ah, cheira-me a outono, outro o meu olhar!
Aquele brilho de oiro vindimar
E a luz do dia que vejo começar.
É uma tela que vou sempre recordar.

Escrevo amor pelos bancos de jardim!
É letra perfumada ao coração meu dono
E que me diz que assim sou querubim
Com a mão cheia de lindos sonhos de outono.

© RÓ MAR

quinta-feira, 14 de setembro de 2017

NO MEU TEMPO, HAVIA OUTRA NATUREZA, REINAVAM AS MARIAS


Imagem - EVANE§CENCE


NO MEU TEMPO, HAVIA OUTRA NATUREZA, 

REINAVAM AS MARIAS


Os tempos já não são os mesmos, não são não!
No meu tempo, havia esmeraldas e eram verdes 
Reais, tão reais como os olhos que se amam,
Os lábios eram sorrisos singelos de vontades.

Tudo muda um dia, tudo muda, que seja para melhor!
No meu tempo, a vida era mais completa,
Havia sonhos que se respiravam à luz natural do planeta,
Tudo era mui mais real, acreditava-se no amor.

Os tempos já não são os mesmos, não são não!
No meu tempo, havia tempo para tudo e hoje não,
Registava-se momentos a preto e branco que lembram histórias.

Havia arte, pelas mãos dos artistas, vida que retocavam
À luz de um olhar, tão real quanto as imagens primárias.
No meu tempo, havia outra natureza, reinavam as Marias.

© Ró Mar

terça-feira, 12 de setembro de 2017

VOU VIVER O DIA AO SABOR DO VENTO COM OS MEUS COMIGOS


Imagem - Ernestino. Opera con pennarello by Laura Girardello 


VOU VIVER O DIA AO SABOR DO VENTO 

COM OS MEUS COMIGOS


Hoje não quero falar de nós.
Porque falar de nós é povoar o dia, inutilmente,
Com algo que não existe.

Hoje não quero falar de nada,
Quero perceptar e abraçar o dia, tal como se apresente,
Sentir-me viva. Quiçá amada
Pelo vento, sei que ele espera o anoitecer para beijar
O travesseiro, em que descanso meu pensar,
De um azul de tinta permanente.

Hoje sei que não sou nada igual a outrora.
O que o tempo fez comigo, ou, o que eu não fiz 
Pelo tempo é passado, nada mais importa nesta hora
Senão o que quero agora e isso só assim se diz!

Hoje sei que quero sentir o dia,
Perceber o que tem para me dar sem consumir a voz,
Sem que lhe dê algo em troca, nem que seja por um dia, 
Quero ter o previlégio de ser amada.

Só quem sente a presença de algo interiormente
Pode dizer que é abençoado, e, eu hoje sei que o sou.
E, assim desfrutarei o dia, perdidamente,
Sem ter que mendigar gota-a-gota pelo oceano, vou...

Adeus ao amor impossível, adeus à vida passada,
Adeus às falas fúteis, adeus aos falsos amigos,
Adeus ao mundo de outrora. Adeus... nós é nada,
Vou viver o dia ao sabor do vento com os meus comigos.

© Ró Mar

segunda-feira, 11 de setembro de 2017

NO SILÊNCIO DOS MEUS DIAS HÁ UMA MÍSTICA FLOR


Imagem - Bellissime Immagini 


NO SILÊNCIO DOS MEUS DIAS HÁ UMA MÍSTICA FLOR


No silêncio dos meus dias há uma mística flor, 
Ao acaso, que preenche um vazio que arrasa.
Prendem-se pela alma as paredes brancas da casa
Incompreensível e então respiro o olhar do criador.

Quero, amar e de coração, embora ele não ande 
Ao ritmo dos dias de hoje, arrumar pelas ultimas prateleiras 
O passado e na primeira o presente. A vontade é grande
Em ver o arrumo e assim viver da melhor das maneiras.

Ah, o presente dos meus dias, nem quero pensar
No que tenho a arrumar e invento o futuro que me guia
Tão esguia quanto fermosa pela janela de uma poesia!
Quero viver o dia sentindo que sou e a amar.

No silêncio dos meus dias há um encontro feliz,
Avivando a alma e empilhando pelo coração outras emoções,
Que extravaza sentimentos fertilizando a raíz
Apodrecida pelo antro de incompreensões.

Ah, o futuro não é para ser pensado,
Nem quero pensar nele, mas imaginá-lo com fervor!
Estarei febril ou o presente ter-me-á dado outro mundo!?
No silêncio dos meus dias há uma mística flor. 

© Ró Mar

domingo, 10 de setembro de 2017

OS OLHOS QUE LEMBRAM FRUTAS MADURAS


Imagem - P O M M E 


OS OLHOS QUE LEMBRAM FRUTAS MADURAS


Apetecia-me pêras, das rocha,
Amoras e também rubras cerejas 
Enfim, frutas maduras!
Ah, quem com elas não sonha!?

Apetecia-me humedecer os lábios
Com aqueles provérbios mais que sábios,
Os que brilham os olhos a outras chuvas!
Quiçá, me fique por um cacho de uvas!

Apetecia-me trincar umas maçãs,
Sentir o paladar de outras manhãs
Entrar pela minha vida de mansinho!
Ah, quem não quereria este miminho!?

Apetecia-me tantas outras coisas,
Que nem sei mais descrever tais gostosuras!
Quedo-me nestas letras onde poisas 
Os olhos que lembram frutas maduras.

© RÓ MAR

AINDA TER TEMPO DE SONHAR MEU AMOR


Imagem - ARABE§QUES


AINDA TER TEMPO DE SONHAR MEU AMOR


Há um aroma que te chama de amor.
O vento tem o cheiro de canela
Que se degusta no sabor de um beijo
Demorado ao silêncio da janela.

Há vida pelo que ainda sei respirar.
O coração tem largas vistas pelo teu olhar
Que se difundem em baladas de uma especiaria
Refinada pelo antro da imaginação.

Há um amor que ainda é recordação.
A alma tem asas aladas à tua poesia
Que se perfumam na imagética que desejo
Ainda ter tempo de sonhar meu amor.

© Ró Mar

sábado, 9 de setembro de 2017

QUERO SER COR DO TEU OLHAR EM DIA SOL


Arte - Regard sur Image 


QUERO SER COR DO TEU OLHAR EM DIA SOL


Quero ser cor do teu olhar em dia sol,
Penetrar pela silhueta de teus dias
E sentir tua alma viajar ao arrebol
Pelos meus dedos sem contar os dias.

Quero permanecer assim, perto de ti,
Longe de tudo que não me faz ser
Arte ondeada a paixão. Ao rubro de ti
Meu coração sente outro dia a nascer.

Quero deleitar-me assim, às mãos do destino,
Pelo teu olhar que entreabre a cor do lençol,
Pelo amor que se pronuncia a traço fino.
Quero ser cor do teu olhar em dia sol.

© RÓ MAR

sexta-feira, 8 de setembro de 2017

... A EXPRIMIR SENTIMENTOS


Imagem - Dascha Friedlová Artist


... A EXPRIMIR SENTIMENTOS


Exprimir sentimentos é mais dificil que parece.
Pensa-se sempre que tudo o que acontece
Tem um motivo e dá-se razão sem olhar
O coração e perceptar a palavra chave: par.

Eu, penso que pensar aflora a forma de vida
E pode dar o que falar, contudo o natural
Tem mais ênfase que a expressão arquitectada.
O gesto voluntário: diz-se que não há igual.

São os sentidos que apuram caminhos
Que nos hão-de encontrar e fazer-nos sentir
Vivos, amados e empreendedores de sonhos,
O que nunca será mera utopia e sim devir.

Vejo o tempo andando à velocidade de eventos,
Tal que não temos como reter os momentos,
Contudo, o fundamento da vida são minutos,
O que devíamos dispor a exprimir sentimentos.

© RÓ MAR

DESCREVE-SE A SAUDADE QUE TEM NOSSA PRAIA


Imagem - Bellissime Immagini


DESCREVE-SE A SAUDADE QUE TEM NOSSA PRAIA


A nossa praia é mundo mais que distante
Ainda assim é-me tão rente ao coração.
Sabe-me a deserto de um tempo errante
Onde o mar é-me espuma de paixão.

Lá, ao longe, brilham as ondas de amor
Que naufragam pelo tejo de uma canção;
Agita-se a vontade de ir ao encontro do autor
Porém a tempestade impera pela região.

A nossa praia é areal pleno de magia que avulto.
Tropeço-me pela frieza de um tempo revolto,
Arrefece-me a grafia pela solitude mor,

E, quedo rente à íngreme escadaria da poesia;
Solta-se a letra enraizada de um grande amor,
Descreve-se a saudade que tem nossa praia.

© Ró Mar

quinta-feira, 7 de setembro de 2017

LEMBRO QUE SETEMBRO É MÊS DE CORAÇÃO


Imagem - Zzzoé 


LEMBRO QUE SETEMBRO 

É MÊS DE CORAÇÃO


Setembro é um mês de atitude e renovação.
São os braços laço a tempos de verão
Pelo saboroso vento que advém outono
Que nos dão a beleza do mês nono.

Querendo ser a seu tempo o somos,
Colhendo frutos e tudo vindimarmos.
O que nos deixa o coração repleto de saudade
De tal precioso elixir de felicidade.

Setembro é um mês tépido e encantador.
São os ventos paço a tempos de serão,
Pelo saboroso néctar que almejam o coração,
Que nos dão a ternura de um grande amor.

Querendo cultivar a estação a sol vário
Temos o quanto basta para a perfeita união.
O que nos dá a paz que não há em dicionário.
Lembro que Setembro é mês de coração.

© RÓ MAR

quarta-feira, 6 de setembro de 2017

DE UM AZUL QUE AMOU O MUNDO


Imagem - Bellissime Immagini


DE UM AZUL QUE AMOU O MUNDO


Quem te compôs em flor
Foi de certeza o amor
De um beijo enamorado,
De um olhar tão azulado

Quanto um céu pré-estrelado;
Quem te amou tão intenso
Foi de certeza amado;
E, assim sente-se o incenso

Que perfuma outros dias
De um olor tão profundo
Quanto o mar que sorrias;

Quem te leu os traços da alma
Foi de certeza a calma
De um azul que amou o mundo.

© RÓ MAR


ESCUTA, POUCA COISA, O VENTO E O AMOR TAMBÉM


Imagem - SAi$ONS


ESCUTA, POUCA COISA, O VENTO E O AMOR TAMBÉM


Escuta, se escutares com atenção
Encontrarás a própria razão do coração;
Não quedes nas palavras, umas ocas,
Frases loucas, umas letras tão moucas.

Escuta, se és o que és, se a vida te fez ser assim,
Foi porque tua alma estava mesmo afim;
Não te quedes, jamais, sente a presença
Ente universo que moverá esperança.

Escuta, se o tempo tem tempo vive-o
Sempre ao teu ritmo, porém, escuta-o;
Aprende o que ele te tem a segredar
Ainda que isso te dê muito que pensar.

Escuta, se és o que és o serás sempre, porém,
Se cultivares de mão-cheia as entrelinhas 
Que lampejam a vida, avistarás o que ainda sonhas;
Escuta, pouca coisa, o vento e o amor também.

Ró Mar