terça-feira, 31 de dezembro de 2019

A VIDA É O NOSSO BERÇO




A VIDA É O NOSSO BERÇO


A vida é o nosso bem maior,
tão maior quanto a natureza,
o milagre de nascer, o amor,
tão amor quanto a nossa beleza.

Saber viver é a melhor arte,
tão melhor quanto o espectro solar,
a janela espelhada p' lo mar,
tão mar quanto a nossa gente.

A vida é para ser vivida,
tão vivida quanto sonhada,
tão sonhada quanto amada.

Saber viver é o batismo ao universo,
tão universo quanto o nosso verso,
tão verso quando o nosso berço.

© Ró Mar
2019 | 2020

domingo, 22 de dezembro de 2019

HÁ MESTRIA EM TODA A ÉPOCA DE NATAL!


Imagem de Ró Mar


HÁ MESTRIA 

EM TODA A ÉPOCA DE NATAL!


Em casa portuguesa há o Menino no varandim!
Há toalha bordada e velas demais! Há alecrim!
Há pinheiro verde, bolas de toda a maneira,
lá bem ao cimo a maior das estrelinhas
e em baixo de tudo o presépio das artes e ofícios!
Há magia no berço feito de palhinhas
sobre musgo verde seco! Há prendinhas!
Há contos envoltos em mantas rés à lareira!
Há inverno enraizado nas nesgas dos edifícios!

Em casa portuguesa há certa tradição!
Há bacalhau com todos e real vinho! Há mote!
Há mesa pronta prá ceia, que adentra a noite!
Há sonhos, arroz doce, rabanadas, bolos e tortas!
Há missa do galo, peru à mesa e adoração!
Há o hábito de trajar de branco e vermelho
e de gorro até às orelhas! Há lendas encanastradas
na serapilheira da sacola do mais velho!
Há sinos, às doze badaladas abrem-se as portas!

Em casa portuguesa há lareira acesa!
Há pão de todos os cereais, broa de milho
e também migalhas! Há azeite com certeza!
Há queijo e presunto serrano! Há real vinho!
Há alegria em toda a idade! Há azevinho!
Há gente e toda a gente! Há olhares de brilho!
Há gargalhas, abraços e também lágrimas de saudade!
Há muita música e também amor de verdade,
para dançar noite adentro! Há felicidade!

Em casa portuguesa há esmero na culinária!
Há especiarias e mais prá receita necessária!
Há loiça da vista alegre e também da grossa!
Há colheres de pau, rolos e muita massa
a levedar para com a gente de valor partilhar!
Há também galos e bordalos p'ra enfeitar!
Há roupa velha, patos e mais p'ra cozinhar!
Há alhos e bugalhos! Há fé com certeza!
Há couve flor, galega e portuguesa!

Em casa portuguesa há crianças a brincar
e outras d' olhos esbugalhados! Há que reinventar!
Há o Espírito que aprendem na escola
e nos livros que por lá tem! Há passeios à borla!
Há bolo rei que custa os olhos da cara! Há nozes!
Há vinho do Porto! Há fado e outras vozes!
Há pinhão milionário, amêndoa descascada,
figos e outros frutos secos! Há desgarrada
bem afinada! Há ciranda e risada!

Há mestria em toda a época de Natal!

© Ró Mar

domingo, 15 de dezembro de 2019

P' LO INVERNO REPENTINO EM QU' ACAMPO!


Foto © Ró Mar


P' LO INVERNO REPENTINO 

EM QU' ACAMPO!


O silêncio do Sol transparece a cidade 
E dá um cheirinho de verde campo
P' lo Inverno repentino em qu' acampo
Há toda uma chuva de verdade!

O céu escurece com a realidade
E há uma estrela maior no firmamento...
Dá p' ra observar a criatividade
Das gentes que afirmam o momento!

Há terra molhada e o musgo faz estrada
Ao mistério envolto nas palhinhas...
A almofadinha rodopia renovando a vida!

Há magia na essência das entrelinhas
E o sonho existe, na cidade ou no campo,
P' lo Inverno repentino em qu' acampo!

© Ró Mar

sábado, 28 de setembro de 2019

OUTONO EM FLOR


Imagem: SAi$ONS


OUTONO EM FLOR


A natureza é especial em qualquer estação do ano 
e ainda mais quando há calor humano.
No presente outono quero acreditar 
que há réstia de primavera no coração humano,
ver pelo campo engalhado amor a brotar
e sentir a maciez das folhas num oásis multicolor.
Quero abraçar o presente equinócio em flor
com a sinceridade que advém da riqueza natural,
sentir o verbo salvar em toda a pessoa [singular e plural]
e ainda mais quando o inverno chegar.

© Ró Mar

quinta-feira, 26 de setembro de 2019

OUTRORA, O PALATO ERA DE OUTONO TEMPERADO


Imagem: Un CAFé s'il vous plait.


OUTRORA, 

O PALATO ERA DE OUTONO TEMPERADO


Outrora, o café da manhã era especial,
havia pão fresco à mesa e o terno abraço matinal.
As folhas das árvores caíam delicadamente 
sobre nós e à luz do dia vestíamos cores
que nem imaginávamos serem flores.
Lugar mágico e tempo tão cobiçado 
que premiavam a nossa aurora matinal!
Havia dias frios e molhados em que nós,
de dentro, assaltávamos a janela da frente
munidos de beijos que trepavam o telhado.
Outros tempos! Havia à mesa compotas 
e pelo ar o cheirinho agradável das colheitas.
As árvores perpetuavam nudez à terra húmida e nós 
folha a folha compúnhamos a vida colmatando 
o céu das bocas de afamadas receitas.
Outrora, o palato era de outono temperado.

© Ró Mar

quarta-feira, 25 de setembro de 2019

A ROSA DO MEU AMADO!


Imagem: Poesia, Pintura & Música


A ROSA DO MEU AMADO!


Era a rosa, mais bela e perfumada,
Que cativava o meu parco olhar
E eu [sem saber muito bem o porquê]
Rendi-me ao seu jeito sedutor,
Quiçá, uma enorme vontade de amar,
Ou, simplesmente a de ser amada!

Era a rosa, mais expressa e cultivada,
Que insinuava o meu bem-estar
E eu [sem saber muito bem o porquê]
Amei ao milímetro aquela flor,
Quiçá, minha força natural de ser
Ou, simplesmente alegria de viver!

Era o dia, mais extenso que havia vivido,
Que debuxava o meu verdadeiro ser
E eu [sem saber muito bem o porquê]
Encontrei-me ao centro do universo,
Quiçá, a simbiose de prosa e verso,
Ou, simplesmente a rosa do meu amado!

© Ró Mar

OUTONO OCRE E BELO



terça-feira, 24 de setembro de 2019

ESCREVO QUE O OUTONO ESTÁ AQUI


Imagem: J'ad' OR


ESCREVO QUE O OUTONO ESTÁ AQUI


O céu olha-me efusivamente,
O tempo fala de terra molhada e berços,
Os arbustos cochicham entre si [poesia]
E eu [de braços abertos e de pés descalços]
Desfruto do movimento do dia.

Num rodopio, minh' alma dança livremente
A par das folhas ocre que caiem ao chão
E eu [de corpo firme e de largo coração] 
Desenho p' lo solo una estrela rubi.

O céu [ao lusco-fusco] continua o olhar,
O tempo gesticula e o monólogo perdura, 
Os arbustos, por fim, silenciam
E eu [em leito a jeito e d' alma madura]
Escuto-os enquanto a noite não chegar.

Num abrir e fechar d' olhos, minh' alma em versos
A par das folhas ocre que adornam o chão
E eu [de corpo leve e místico coração]
Escrevo que o outono está aqui.

© Ró Mar

domingo, 21 de abril de 2019

É PÁSCOA… O NOVO DIA




É PÁSCOA… O NOVO DIA


É Páscoa por todo o caminho,
Nas ruas o juncar de alecrim e rosmaninho,
Nas janelas o sol de Jesus Cristo,
No coração o verbo amar
Para celebrar a ressurreição.

É o cheiro a Primavera nos confetes
De amêndoas, salpicadas de doce carinho,
É a alegria da pequenada nos ovos de Páscoa
E, os sinos a vibrar aleluia,
Bênçãos ao Novo Dia.

E, no rodopio tudo está prestes
A receber o amor de Cristo
Baloiçam-se as letras do amar
Nos braços da paixão.

É a grande festa da família,
É o renascimento, a renovação
O reluzir de luz de esperança pelo dia
Da felicidade… é a Páscoa.

É Páscoa em mim, em ti, em nós,
Há vida, esperança, amor em nós,
Embrulhado em confetes d’ alma e coração.

E, o mundo cresce-se, as noites
Dão lugar aos dias de romaria
Para celebrar o novo dia.

© Ró Mar

domingo, 14 de abril de 2019

NA (IN)CERTEZA DE TE TER POR FIM


Imagem: Pintura de Van Gogh


NA (IN)CERTEZA DE TE TER POR FIM


Trago no olhar o sonho d' uma vida
Ao teu lado e o meu coração 
Bate-bate, a música querida
À minh' alma, com toda a emoção.

Trago ao peito cruz de despedida
Que vivo em saudade desmedida
Para sentir o teu corpo bem rente
E resta a esperança que t' invente.

As palavras que digo de verdade
Não têm muita poesia, hoje em dia
A minha vida é eterna saudade.

Ainda assim, tenho o sonho ente mim,
O meu coração bate-bate dia a dia
Na (in)certeza de te ter por fim.

© Ró Mar

sábado, 13 de abril de 2019

BEIJO DE TROFÉU


Imagem: J'ad' OR


BEIJO DE TROFÉU


Meus lábios, de lira silvestre,
São fruto de todo aquele amor
Que algures toca a brisa extraterrestre
Em fino beijo de uma nobre flor.

Meus olhos, tardam a tarde fiel,
São noite de anil e algumas cores
Que lêem estrelas lá do alto céu
Em fino olhar de todos os amores.

Teus lábios, são meu desejo,
Que reitero serem parte de mim,
Têm fino porte a parte de beijo.

Teus olhos, são o céu adamascado,
Que guiam as estrelas que há em mim,
Têm fino olhar que há em teu nobre lado.

Meus-teus lábios moscatel
Têm meus-teus olhos, sonho mel,
Em fina taça | beijo de troféu.

© Ró Mar

domingo, 7 de abril de 2019

O POEMA PRA TI


Imagem: Zzig.comunidade


O POEMA PRA TI


Num dia de Março,
Encontrei a 'primavera'
E dei-lhe um abraço,
Fez-se verde a atmosfera.

Respirei a flor do dia,
Colhi a frase vida
E dei-lhe poesia,
Fez-se luz de seguida.

Amei o que senti
E dei-lhe todo o olhar...
Fez-se à cor do (a)mar
O poema pra ti.

© Ró Mar

domingo, 17 de março de 2019

NAMORA-TE


Imagem: Quiétude


NAMORA-TE


Há uma primavera em cada ser
Que tem de ser por ele bem cuidada.
Há um mundo em ti para viver
Que te quer sempre amada e respeitada.

Há uma flor em todo o teu crescer 
Que tem de ser por ti bem estimada.
Há dentro de ti uma natureza
Que te quer em viela de nobreza.

Enquanto vida [dama] amanhece-te.
Vê, a colina que és, o sol a espelhar
O mundo que te é. Então, revela ao mar
Que te quer o quanto és! Namora-te.

© Ró Mar

terça-feira, 12 de março de 2019

MULHER - PALAVRA DIA A DIA A INAUGURAR


Imagem: Zzig.comunidade


MULHER - PALAVRA DIA A DIA 

A INAUGURAR


A fragilidade feminina é sinonimo de sensibilidade, 
De transparência, de genuína sensualidade, 
De pura poesia que perfuma o éden. Património que 
Deveria ser cuidado dia a dia visto que
Há dominação em vez de justo valor!

Toda a Mulher deveria ser amada e respeitada e estar
De igual para igual independente da sua condição!
Mulher - palavra dia a dia a inaugurar
Porque ela é vida, a natureza que dá fruto, a paixão
Que floresce a semente do homem, a humanidade. 

© Ró Mar 

sábado, 9 de março de 2019

ARTE DE SER MULHER


Imagem: Zzig.comunidade


ARTE DE SER MULHER


A beleza da Mulher,
Está no olhar do que a vê e sente 
Digna de respeito em todo o ser,
Está no verso liberto do querer.

A beleza do horizonte,
Está na raiz que há-de florescer
Digna de se ver dia e noite,
Está na arte de ser Mulher.

© Ró Mar

sexta-feira, 8 de março de 2019

NO DIA DE HOJE [DIA INTERNACIONAL DA MULHER]


Imagem: Sons Do Silêncio


NO DIA DE HOJE [DIA INTERNACIONAL DA MULHER]


No dia de hoje [Dia Internacional da Mulher] não me parece oportuno referenciar a violência e indiferença de que muitas das mulheres têm sido alvo, ainda assim há uma sombra negra que perpétua os dias e parece que não tem fim! De olhos bem assentes no dia de hoje felicito todas as Mulheres do Universo que têm a coragem e dignidade de se assumir, que não baixam os braços ao quotidiano discriminatório, que em muitos dos casos é de completa indiferença aos seus direitos, quais deveriam ser comuns a qualquer cidadão independente de género!

No dia de hoje [Dia Internacional da Mulher] parece-me óbvio que se comemore com toda a dignidade o avanço de mentalidades, a cultura que tem vindo a ser cada vez mais objectiva no que concerne ao papel da mulher na sociedade. Ainda assim há muito a fazer e parece-me evidente que, como tudo na vida, tem a sua origem! Há que desencadear toda a estrutura para encontrar o crucial, se é que já não foi encontrado e por determinada razão não é corrigido, erro crasso que faz com que a mulher continue em pé de desigualdade!

No dia de hoje [Dia Internacional da Mulher] parece-me de bem não só felicitar esse ser maravilhoso [Mulher] como também pensar no dever de quitá-lo a par de uma economia de mercado, não como uma mercadoria de mais valor, mas sim, como um bem de necessidade, cotando os seus préstimos à sociedade no devido e justo valor. A igualdade e a independência não são somente fruto de avanço cultural, mas também de um plano orçamental funcional!

No dia de hoje [Dia Internacional da Mulher] parece-me normal relembrar que é necessário ajustar a sociedade com una bitola [direitos e deveres iguais para todos, sem excepção]! Enquanto houver diferença e indiferença haverá violência, injustiça, precariedade e uma série de polémica sem fim!

No dia de hoje [Dia Internacional da Mulher] o meu bem haja a todas as Mulheres! 

© Ró Mar

quarta-feira, 6 de março de 2019

MARÇO


Imagem: Ephéméride - Seasonal Calendar


MARÇO
[Carnaval]


Entrámos no mês de março 
Com a alegria e o foliar do Carnaval
São dias de [des] mascarar!
Em mês três são três os dias
Que temos para desanuviar [rezar]
Além do grandioso para as mulheres
[O dia oito] e para as bancas de flores!
O tempo em frente é para labutar!
Cheira a primavera pelos cantos da cidade
O que é mais que outra novidade!
Entre máscaras coloridas temos a garrida
E a tingida que capitulam certa cultura!
Afinemos a cor a una tonalidade
Que faça o mês ainda maior de dias felizes
E se o Sol se fizer seremos o que se quer!

Veremos o novo equinócio em saudações!
Temos esperança que se oiçam os corações
Para que sejamos todo o ano asados!
O tempo tem ar de amendoeira em flor
É preciso cautela para não lesar o amor!
Casamos os dias com séculos de poesia
Amamos as noites de Colombina e Arlequim
Vestimos as manhãs de Pierrô e pelo jardim 
Despertamos as tardes de silencioso olhar!
Somos o espírito novo do mês que se quer!

Desfilemos o alegórico março 
Em corso extra-dimensional 
Ao ritmo de tambores de vida
Para que haja una cultura!
Em mês três são trinta e um os dias
Que temos para humanizar [rezar]
Além do grandioso de São José 
[O dia dezanove] e de todos os pais
Que o celebram com seus petizes!
O tempo tem necessidades reais
Nem só se coexiste de esperança e fé!
Tiremos as máscaras com a cortesia
E bênção da chuva de abril [o milagroso]
Mês pascal que dará a paz que se quer!

Entrámos no mês de março 
E se o Sol se fizer seremos o que se quer!

© Ró Mar

terça-feira, 5 de março de 2019

"MUITA PARRA E POUCA UVA"


Foto: Imagens Delicadas

"MUITA PARRA E POUCA UVA"
[Carnaval]


"Muita parra e pouca uva"
É o mote carnavalesco
De um ano gigantesco!

Em tempo de Carnaval
Os foliões cumprem o ritual
Numa sátira de boa piada!

Em três dias de alegoria
Num pitoresco a fantasia
Desfila e destila a madrugada!

Em tempo de temporal
Os guardiões levantam a moral
Pouca parra e muita chuva!

Em três noites de folia
Num rasgo de magia
Dançam palavras de alforria! 

A máscara do quotidiano
E o mote pró próximo ano
"Muita parra e pouca uva"!

© Ró Mar

domingo, 17 de fevereiro de 2019

CEREJA ME


Imagem: Bellissime Immagini 


CEREJA ME


Num tempo momentâneo
O desejo espontâneo.
Paixão que culmine ao trepidar de um beijo
Num abraço contínuo em que almejo
Todo o corpo e alma fervilhando
Anil de todos os tempos. Amando.

Num mar de rosas que me arrepia
O vínculo à tua utopia
Poesia que suplico à entrelínea
Há-de dar o prazer de alínea 
Expressão que me complete. Ama me
Indescritivelmente. Cereja me.

© Ró Mar

VIVE-TE!


Imagem: Colors for you


VIVE-TE!


Há um trilho em vida a percorrer
O passado a decorrer
O futuro a querer
O presente a viver

Há uma primavera em cada vida
A luz à despedida
O abraço à amada
A rotina inacabada

Há esperança em quem acredite
Numa utopia que invente
A realidade presente 
Numa vida ausente. Vive-te!

© Ró Mar

O BEIJO DE CORAÇÃO


Imagem: Bellissime Immagini


O BEIJO DE CORAÇÃO


Num momento de inspiração
O raio de sol
O brilho de olhar
O colchão de primavera
O abraço de quimera
O todo de amar
O poema de arrebol 
Num mundo de aparte
O gesto de arte 
O beijo de coração. 

© Ró Mar

terça-feira, 12 de fevereiro de 2019

"CHUVA DE AMOR"


Imagem: Colors for you


"CHUVA DE AMOR"


A ternura dum gesto singular 
Serve de agasalho ao inverno,
Define o tempo como outono
Nítido e renova a verve a amar.

A xícara em que leve te inscrevo
Tem paladar, ou algo especial,
Nutrindo o que nos é fundamental
Para sermos pintura de relevo.

A essência, por ora, que predomina
É fina especiaria que poesia
A vida e dá um outro ar ao dia 
Cinza pardo de uma lamparina.

A estrutura dum cíclico olhar 
Molda o agora à face de flor,
Tem canela à mão pra rodopiar
A letra que sonho: "chuva de amor".

© Ró Mar

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2019

F E V E R E I R O


Imagem: Moment's 


F E V E R E I R O



      F evereiro o mês dois, o mais pequeno do ano

      E os vinte e nove só de quatro em quatro [ano bissexto].

      V inte oito dias são ó certo e há quem não se ache em nenhum!

      E m latim Februarius, inspirado em Fébruo [Deus da morte e purificação].

      R eza a história que César Augusto

      E xigiu mais um dia para agosto, para o igualar a julho de trinta e um,

      I  sso fez de feveveiro o mais pequeno do ano.

      R oxo de quartzo, ametista [cristal da sabedoria divina].

      O vídio só mesmo a catorze para aos amores ler a sina!


terça-feira, 5 de fevereiro de 2019

DANÇAR SÓ PARA TI


Imagem: Bellissime Immagini 


DANÇAR SÓ PARA TI


Apetecia-me estar aí, ao pé de ti,
Estar enroscada no teu olhar
Para sentir a ternura de amar
E assim sendo dançar só para ti.

Num rodopio ter-te rente a mim,
Como quem voa para lá do azul,
Para sentir o frescor de jasmim
E assim sendo vestida de tule.

Apetecia-me estar aí, ao pé de ti,
Estar naturalmente num jardim
Onde as estrelas brilham em mim,

Como quem reflete que é mui feliz
Por se sentir excelsa flor de lis
E assim sendo dançar só para ti.

© Ró Mar

domingo, 3 de fevereiro de 2019

NUM QUARTO DE HORA DE FELICIDADE


Imagem: Bellissime Immagini


NUM QUARTO DE HORA 

DE FELICIDADE


Sobe o pano, o espectáculo começa,
Ondeiam-se os braços e o céu 
Aberto entra em cena e confessa
Ao mar o seu intimismo corcel.

A espuma salgada confunde
As nuvens e o dia abre veloz,
O diálogo imagético difunde
A sombra e ecoa num porta-voz.

O universo está em cena, presente
Num quarto de hora, há claridade
Que abraça a vida de muita gente,
Há um feito ao mote de felicidade.

Desce o pano, o espectáculo encerra,
A gargalhada culmina, aplauso à verdade
Ecoa a tribuna de uma terra
Num quarto de hora de felicidade.

© Ró Mar

quarta-feira, 30 de janeiro de 2019

SAUDADE. AMA-ME.


Imagem: Bellissime Immagini 


SAUDADE. AMA-ME.


Olho a chuva a cair e lembro-me
De um beijo húmido que grudou 
O tempo até hoje, olho-me
E vejo o rosto de quem me amou.

Olho o céu e vejo nuvens de algodão
Reescritas de palavras de coração
Que param o tempo até hoje,
Leio-me e decifro o quanto me amou.

Olho a Sé lá ao cimo e lembro-me
Da rosácea, arco-íris que corou
E tinge o tempo até hoje, 
Desenho-me e sinto o que me amou.

Olho o relógio àquela hora 
Que marcou o tempo até hoje
E à chuva sucede-se a aurora
De seu nome. Saudade. Ama-me.

© Ró Mar

terça-feira, 29 de janeiro de 2019

VEM COMIGO VER O MAR, MEU AMOR!


Imagem: Bellissime Immagini


VEM COMIGO VER O MAR, 

MEU AMOR!


Vem comigo ver o mar, meu amor!
Meu olhar diz que o céu é verde da cor
Do mar e as ondas grãos de esmeraldas
Que replicam a vida de mãos dadas.

Vem comigo viver este presente
Da cor de novo dia, a areia a crepitar!
Meu coração diz que o sol a bailar
Remexe a saudade e o ar é quente.

Teu olhar é meu mais que presente,
Da cor do luar que a gente sente
Lado a lado, luz de meu amor!

Teu coração é o meu momento
Da cor do mar que te movimento.
Vem comigo ver o mar, meu amor!

© Ró Mar

segunda-feira, 28 de janeiro de 2019

MINHA FLOR


Imagem: Bellissime Immagini 


MINHA FLOR


O que tens no regaço, minha flor,
É jardim perfumado de mui amor.

O regalo de teu sorriso sincero
É primavera que sempre bem-quero.

Teus lábios de seda, os sinto
À luz desse teu olhar por instinto.

Rente ao peito, o abraço infinito,
Beija-me dia a dia, minha flor.

© Ró Mar

segunda-feira, 21 de janeiro de 2019

QUANDO TE LEVEI A VER A LUA CHEIA


Foto © Ró Mar - Basílica da Estrela | Super Lua 


QUANDO TE LEVEI 

A VER A LUA CHEIA


Quando te levei a ver a lua brotou
Em teus olhos, amendoados, a flor
Delicada que pelo céu pintou
Alegorias d' alma cheia d' amor.

Era tarde, quase noite, e fez dia
Em teu coração, cheio de poesia,
A lua brilhou muito mais que podia!
Que teus olhos sejam sempre luz do dia!

Que teu rosto seja sempre lua cheia
De vida! Vi laivos d' arte no teu sorriso
E percebi que és estrela de mui siso.

Vi a estrela lado-a-lado, céu anil,
Em teus olhos, princesa gentil,
Quando te levei a ver a lua cheia.

© Ró Mar

quinta-feira, 17 de janeiro de 2019

POESIA QUE TE DOU


Imagem: Bellissime Immagini


POESIA QUE TE DOU


Deixei de ser quem era 
Para ser o que sou.
Fui flor de primavera,
Que um dia murchou.

Fui folha de outono,
Que um dia secou.
Fui paixão de inverno
Que um dia acabou.

Deixei de ser quem era 
Para ser o que sou.
Sou presente, quisera
A vida dar o que sou.

Fui trevo verdinho,
Quatro estações
Que neste caminho
Têm recordações.

Deixei de ser quem era 
Para ser o que sou.
Sou presente, mera
Poesia que te dou.

© Ró Mar

segunda-feira, 7 de janeiro de 2019

VEZ A VEZ SOMOS UNA VOZ


Imagem - Bellissime Immagini


VEZ A VEZ SOMOS UNA VOZ


Hoje, amanhã e outro dia
Estou aqui, olhando por nós;
Passo a passo, colho alegria, 
Vez a vez somos una voz.

Meu coração, teu amor,
Pétalas de açucena;
Musical sempre em cena,
Vez a vez somos una flor.

Hoje, amanhã e outro dia
Estou aqui, olhando por nós;
Dança que dança poesia, 
Vez a vez somos una voz.