sábado, 25 de abril de 2015

ABRIL, DO TEU LEMA ADOLESCER FAZ MOTE




ABRIL, DO TEU LEMA ADOLESCER FAZ MOTE 


Abril que perfumaste de anil tão palavras a liberdade 
E cativastes à terra cristais verde esperança, tonalidade 
Que solidificou os múltiplos olhos encharcados de lágrimas 
Que provieram de chuvas tão poluídas, teias cardadas à pressão. 

Abril, que na semente à mudança pelo cravo de mão em mão, 
Teu regaço viu a mão da força que tem uma nação, que teima crescer; 
Cantavas de garganta tão afinada Grândola Vila Morena 
E o povo que tão aplaudia, mocidade de se ver. 

Abril, que quarentão de tantas almas… 
Estreito coração que sangra à justiça e à liberdade 
Na nitidez de quem sabe que não é mais criança 
E sapiente, pois a idade ainda permite, grita à liberdade. 

Adolescer é o teu lema e serás amanhecer… 
Nas mãos de tantas outras crianças; alvas de esperança 
Nascerão, não num cravo qualquer, um cravo de cativeiro, 
Cultivado em viveiro pelas mãos sábias d’um jardineiro. 

Abril, que teus anos doirados transcrevem pelas ruas a euforia, 
O que vês!? Um sisudo corrimão, muita gritaria… 
Passadeira vermelha e tão tresloucada multidão, 
Que nem sabe olhar ao tempo outrora!? 

Abril sai a rua, diz aos netos que vida é agora 
Da vida que ainda há em ti semeia o dia em boa hora; 
Segue enquanto ainda é tempo, não há outra volta, 
Nem mui cedo, nem tarde, em mui boa hora. 

Abril corre pelas ruas e ensina o tão cantar liberdade 
Sem temer que te cobrem pela identidade; 
O teu nome é alvorada que pela teia tece verdade 
E as ruas são crus panos que ensejam à mocidade. 

Abril, que não tropeces pelo caminho, vai pela rua serena, 
Livra-te das chuvas miudinhas, molham; 
Livra-te a sonsos olhares, têm oco coração, 
Outra versão; Segue… o povo está ao teu lado. 

Abril, do teu lema adolescer faz mote… 
Compõe uma nova letra, que cantarás de camarote; 
Segue o sonho… o povo está do teu lado, 
Nem mui cedo, nem tarde, em mui boa hora. 

® RÓ MAR