sábado, 17 de outubro de 2015

ERAM OS NOSSOS OLHOS E NADA MAIS


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ERAM OS NOSSOS OLHOS E NADA MAIS


Amei-te, amaste-me… amámos-nos simplesmente pelo fértil imaginário dos nossos olhos e nada mais.
Bebeste o meu sal na avidez d’ um rio, percorreste o mar da minha alma, como se ele fosse a única corrente fecunda do oceano. Cruzamos-nos nos salgados e doces olhares e amámos-nos com toda a ondulação da maré alta. Fomos o desejo, o saciar… águas que vibraram ao céu em tonalidades de azuis e verdes, as cores dos nossos pensamentos. Foi um momento único que os olhares castanhos se beijaram ao azul e verde de dois corações apaixonados. Chamaste-me linda, querida, sereia… senti-me a mulher mais bela do oceano! Apenas um momento de intenso ardor que flamejou a chama do amor. Eram os nossos olhos e nada mais, tudo não passou d’ uma ilusão óptica! O que sentimos foi o reflexo do olhar que se deslumbrou pelo sonho, pelo desejo de um amar perfeito, pela avidez do instinto compulsivo. Os nossos olhos castanhos comungaram as ondas do horizonte em aromas agridoces na mais perfeita harmonia. As nossas íris alargaram-se à volúpia do pensamento e o nosso olhar percorreu a beleza e sensualidade do universo. Amei-te, amaste-me…amámos-nos simplesmente pelo fértil imaginário dos nossos olhos e nada mais.

© RÓ MAR