segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016

CHUVA PRATA


Imagem - Bellissime Immagini


CHUVA PRATA


Os cabelos ao vento, o ar destemido
E um olhar sorridente é o que parece
Fazer o dia mais homogéneo e humorado,
Até nos dias chuvosos, arte que enaltece!

O corpo bem fincado e a alma dispersa
São as boas intenções, que fazem o estar
Ser pérola do oceano e o dia bem-estar,
Que movem montanhas em pouca conversa!

O querer é poder que tem mil intenções,
As quais fazem o dia pular e até avançar, cascata
Sem preconceitos ou medos, as sensações
Que transformam o universo em chuva prata!

© RÓ MAR

sábado, 20 de fevereiro de 2016

AMAR É QUERER TER ASAS E SOBREVOAR


Art by Willem Haenraets


AMAR É QUERER TER ASAS E SOBREVOAR


Amar é perceber as curvas do teu olhar;
Dedilhar toda a tua alma e beijar tua pele;
Descobrir poro a poro o doce aroma a mel;
Inventar as estrelas até ao céu e voar;

Espelhar o teu corpo de anil luar;
Povoar o coração de olor impar;
Acreditar que o tempo parou para nós
E ousar declamar toda a poesia de nós.

Amar é querer ter asas e sobrevoar
Até onde jamais imaginamos que iriamos!
Rodopiar, enfrentar o horizonte e continuar
Em espiral até ao toque prazeroso que contemos.

Dois amantes que no silêncio de olhares
Difundem, a lanterna vozeirante,
Que encarna almas loucas e similares,
Delira de paixão e toca baladas a clarinete!

Somos nós, corpos suados e despenteados,
O leito em desalinho e as mãos coladas;
Una alma e coração! E, o tempo são feriados
Que nos vestem de vidas desejadas!

© RÓ MAR

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2016

O QUE SEMPRE RESPIRO




O QUE SEMPRE RESPIRO


As janelas estão abertas e há alfazema aos molhos!
Aqui, no meu jardim, tu és o perfume sem fim,
O que sempre respiro, a terna flor de jasmim,
A rosa que possui as meninas de meus olhos.

Se vens e partes que importa, se fazes parte de mim,
Se és a dona e senhora do meu coração,
E parte da minha alma, em pleno solstício de verão!
Que sejam sempre teus passos desejo em mim!

Se danças e voas é porque és flor mor,
Se és bela e fermosa é porque a natura assim o quis,
E parte de ti é a frase mais bonita que se diz.

Que sejam sempre teus traços meu amor!
Aqui, neste meu cofre, não há mais lugar 
Senão o espaço a respirar o teu terno amar.

© RÓ MAR

ESTA, MINHA, JANELA




ESTA, MINHA, JANELA


As janelas estão abertas e há alfazema aos molhos!
Entra pelo jardim, vem sentar-te ao pé de mim,
Onde as paredes são lilases…rosa dos meus olhos
Que almeja beijar a mais terna flor de jasmim!

Entra pelo olor de meu eterno amor,
Onde o coração está à janela e a alma anda por aí,
Onde a felicidade tem um significado mor
Que inventa o perfume em mim…anda daí!

Entra pelo teu pé no meu cofre que abre em flor,
Onde os ponteiros não andam e o abraço é eterno,
Onde todo o silêncio é mais-que-perfeito ao amor
Que tenho para te dar em botão plácido e terno.

© RÓ MAR

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2016

ENTRE TEMPOS




ENTRE TEMPOS


Entre tempos, que vão e outros que não vêm,
A vida transforma em diversas xícaras,
Doseadas com mais ou menos iguarias,
Consoante o ritmo e afim, que nos mantêm!

Não que os hábitos mudem, mas há que modelar
O costume aos tempos, que tendem a desafiar
A outras tarefas, e concretizar o presente bem!
Quiçá o futuro seja de outras safras que nos olhem!

Entre tempos não há uma dosagem concreta,
Mas, há especiarias que nos definem!
Ainda que menor xícara, a frase predileta,
Elaborada em letras que não encolhem!

© RÓ MAR

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2016

RESPIRAR EM MÚLTIPLOS SENTIDOS




RESPIRAR EM MÚLTIPLOS SENTIDOS


No dia de hoje, que deveria ser especial,
É um dia, triste! Mas, quero ficar nesta, minha, janela, 
Por tempo indefinido, recordando o mais terno visual!
A vida assim o quis: que não ficasse sempre com ela!

Trago os olhos banhados de um sorriso oceânico,
Que perpetua o meu ser, porque ela assim quis!
Em todos os dias recordo aquele dia, melancólico,
Que não voltou atrás, mas, que tanto me diz!

Tanto que há no seu rosto a escrever ainda
Que não é a mais respirar, em múltiplos sentidos,
O presente do verbo amar pela sua/minha vida.

Tanto que há no meu coração, nada mais, nada menos
Que a grandeza do seu ser, a estrela alva que me guia,
Quiçá, a alma que compõe a minha poesia!

© RÓ MAR

ESTA, MINHA, JANELA




ESTA, MINHA, JANELA


As janelas são fontes de energia que camuflam
E também desprendem os mais diversos sentimentos;
São passagens sustentáveis a todos ares que circulam
Proporcionando o misto do que somos e imaginamos.

Nelas não há certezas de tempos, mas, há as vividas
Que originam uma complexidade de comportamentos;
Ora fechadas, ora abertas, são sempre cartas fechadas
Onde a escrita tem principio, meio e vários desfechos.

Por elas respiramos e viajamos, em múltiplos sentidos:
Ora à frente, ora à retaguarda; na horizontal, vertical, diagonal;
É tudo uma questão de posicionamento dos ângulos
Sujeitos, pretendidos e outros que sobrepõem ao visual!

© RÓ MAR

PUDERA, O TEMPO NÃO É MAQUINARIA MANUSEÁVEL!




PUDERA, O TEMPO NÃO É MAQUINARIA MANUSEÁVEL!


Se o tempo fosse um moinho de café
Poderia triturar as horas, como se faz aos grãos,
Equilibrar a moagem aos meus minutos,
Em fases suculentas, recostado no canapé!

Sei que, seguramente teria todo controlo
Sob o tempo! Teria presente e até passado
Meu, assim como, futuro consoante o estado
De espirito, seria um autêntico consolo!

Pudera, o tempo não é maquinaria manuseável!
É algo concreto, que se afirma, imutável,
Sendo eu grão, engendrado pela sua engrenagem,
Faz de mim, tipo grosso ou fino numa só passagem!

© RÓ MAR

sábado, 6 de fevereiro de 2016

A VIDA NÃO SE VIVE DE METADES QUE SOMEM!


Imagem - SURNATUR'elle


A VIDA NÃO SE VIVE DE METADES QUE SOMEM!


Como posso ser uma mulher inteira
Quando o que sou é metade do que usaste!?
Sim, porque a minha outra parte levaste!
Como posso ser uma vida desta maneira!?

Que gesto teu, atitude, me tem assim:
Uma metade, de nada, a sobreviver!?
Que amor o teu, que paixão, deixamos de ver:
O corpo, o coração e a alma que havia em mim!?

Como posso ser uma mulher inteira
Quando tu nem com corpo e meio és homem!?
Sim, porque da alma que me resta digo, desta maneira:
Que a vida não se vive de metades que somem!

© RÓ MAR

RESPIRO OS LÍRIOS DAS MANHÃS




RESPIRO OS LÍRIOS DAS MANHÃS


Ainda respiro os lírios das manhãs que jamais perfumarão!
Tanto fiz para propagar seu perfume, no tempo, em vão!
Que deslealdade, aproveitou o mais puro sentimento,
Que me tem assim…um projeto de vida sem fundamento!

Qualquer parte de nós é imprescindível para viver
Mas, não podemos viver um tempo que já não nos pertence
Apesar de termos sempre a recordar parte do nosso ser!
Quiçá ainda se perceba a origem do mais triste romance!

O tempo não volta atrás e há uma vida pela frente!
Mas que dói, dói, e muito, ver a vida da gente
Escapar entre os dedos num ápice de lucidez…

Que me tem assim… numa janela virada pró mar
Num presente sem amor e sem sonhos a perfumar!
Uma vida tão digna mergulhada numa pequenez!

© RÓ MAR

ESTA, MINHA, JANELA




ESTA, MINHA, JANELA


Existe uma casinha, nesta, minha, janela,
Virada pró mar onde respiro os lírios
Das manhãs… e tudo o que fiz por ela!
Que me tem assim… e partem os sonhos…

Ficam sempre as lembranças do que vivemos!
Nada é para sempre, nos mesmos lugares…
Nada é sempre um mar de génios e amores!
Ficam sempre as boas intenções que tivemos…

Num radar que emite à memória todo o momento
Que vivemos, intensamente, e é para sempre;
Vinculando a alma a um tempo, para sempre,
Transparecendo o coração de amor e descontento!

© RÓ MAR

RESPIRANDO LIVRE O AR PURO




RESPIRANDO LIVRE O AR PURO


Num mundo em que todos são manipuláveis
Só me resta ficar, num canto longe de certas luzes,
Num espaço sereno, no silêncio dos deuses,
Entre a terra e o céu, nos tempos saudáveis!

Não que seja mais que os outros, simplesmente
Não me vejo igual, eles não sabem o que fazem de mal!
Têm ideal idêntico e que por sinal não me é igual!
Quiçá não seja sempre este montão de gente!

A hipocrisia em que se encontram tem dias assim:
Que se vê à transparência! Que haja um tempo, sempre sim,
Onde todos possamos viver mundos de clareza

E saibamos aceitar os outros com toda a certeza!
Que eu possa assim ser, tão igual a mim, pelo presente,
Respirando livre o ar puro que tem a nossa natureza!

© RÓ MAR

ESTA, MINHA, JANELA




ESTA, MINHA, JANELA


Aqui, nesta, minha, janela, ou em qualquer lugar,
Sou tão igual a mim próprio que é difícil entender
Certas vertentes de um mundo modular!
Não porque não as escute, é uma maneira de ser!

Tenho as minhas ideias, quais prevalecem,
O meu estar quer dentro ou em redor de mim!
Sou sempre uma só pessoa e não me convencem
Que tenho que ser outra porque sim!

Aqui, sou eu e entre os mundos sou genuíno!
Sei que é complicada a autenticidade,
Sinto na pele as marcas de tal lealdade,
Ainda assim quero sempre a luz do meu hino!

© RÓ MAR