A COR SUBLIMADA
Alvoraçam-se as almas na policromia
Que sobeja da inquietude do coração,
O que flameja dor e paixão…
Amarelos, vermelhos, roxos esvoaçam no dia.
E, se cresce um mundo farto de ilusão
Num coração rabiscado à pincelada;
Das saudades vive-se a alma da paixão
Na vontade que é um nada.
E, se cresce uma arte soberba e vigorosa,
A luz dos traços do pensamento
Difunde-se e ganha forma de rosa,
A face desbotada renasce formosa.
Faz-se, música, poesia, arte
Pela mão do nada,
Que na angústia da sorte
Revolve momentos em cor sublimada.
® RÓ MAR
Imagem - Rui Lóio - Real Palácio Hotel Lisboa