sexta-feira, 30 de maio de 2014

A MAIS LINDA CANÇÃO DE AMOR






A MAIS LINDA CANÇÃO DE AMOR


No regaço só trago uma minúscula natureza…
Malmequeres, folhas poucas de oliveira acesa,
Umas espigas, as flores de singela beleza
Que ao meu amor quero dar com certeza.

O dia dos namorados é um dia como outro qualquer,
O meu amado é amor sempre, do seu lado quero viver
Desde o nascer até ao pôr de sol, no seu bem-quer;
Ao seu abraço tão quero espreguiçar o meu ser.

No meu coração trago o sonho dos universos…
Em beijos de mel quero brindar meu amor…
Ao seu olhar colho o mais tenro dos versos
Que é com certeza a mais linda canção de amor.

© RÓ MAR

O E C O D O S I L Ê N C I O




O   E C O   D O   S I L Ê N C I O



                                           O nde posso navegar toda a alma?


                                           E nvolta num mar de palavras

                                           C omo se um nada fosse um todo

                                           O mnipresente no Mundo.


                                           D ocemente pelo rio das garças

                                           O lvido ao som do verde olhar, alvissaras!


                                           S onho a lua no céu azul, a gema

                                           I nterplanetária ao universo;

                                           L ago das esperanças ao âmago ventilando

                                           Ê xito, exaltando o verso

                                           C ândido e singelo, adelgaçante rio de silabas;

                                           I nvocado no silêncio, o mistério do meu olhar

                                          O rgulho do meu amar.


 © RÓ MAR

quinta-feira, 29 de maio de 2014

SÃO TULIPAS, MEU AMOR




SÃO TULIPAS, MEU AMOR 


Sinto o teu perfume a raiar o dia, 
São tulipas, meu amor 
Que se crescem em flor 
De pétalas vermelhas de poesia. 

São tulipas, meu amor, 
Espelhadas no eco suave d’um beijo 
Ao coração, escritas no odor 
Do mais raro desejo. 

As janelas do meu dia 
São tulipas, meu amor; 
Vitrines cintilantes de melodia 
Que vibram pelo rosto d’uma flor. 

São tulipas, meu amor, 
E são a tua predilecta cor. 

® RÓ MAR 

quinta-feira, 22 de maio de 2014

OS SONHOS…


Imagem - Rosas com carinho 


OS SONHOS… 


Os Sonhos são quais letras de ficção 
Incorporadas na real escrita; 
São almas mutantes que desencadeiam
Palavras que se veem pelas linhas
E se releem nas entrelinhas.

Os sonhos são violetas a voar...
Amendoeiras floridas, cardos e rosas a plantarem
Quimeras; utopias nas asas condor a inventarem
Ventos perfumados que alimentam
Frases de se ler, invisível escrita…

Paz, amor e felicidade pelas páginas a lembrar.

® RÓ MAR 

segunda-feira, 19 de maio de 2014

'MENINA-FLOR' ... LITERATA DE ORAÇÕES


Beautiful world. Nature, love, art.


‘Menina-Flor’… literata de orações 


‘Menina-flor’ que te inventas, o orvalho 
Da noite e fresca flor ao amanhecer, 
Não te assustes, é o verde do sonho 
Que se deleita pela tua beleza. 

Beleza cândida a voar pelos cabelos 
Oiro açucena; a fina flor de tão belos 
Olhos e que vistosas poses de princesa, 
Quão alimento de afamados corações! 

Como é lindo observar o teu crescer, 
Melodioso botão que de ti brota 
Felicitando o universo que é tão ser. 

‘Menina’, única em tantas estações 
A vera essência que és, a literata 
Das nobres e robustas orações. 

® RÓ MAR 

ETERNO VENTO…





ETERNO VENTO… 


No teu abraço sem fim 
Sinto as verdades do coração 
E respiro pela nossa paixão 
Que é a flor de jardim 
Que nasceu da raiz do olhar 
Eterno que cruzou oceanos. 

No desfolhar a vida de tantos anos 
Sinto-te no presente ao te abraçar 
E vivo pelo seu tão navegar 
Que é mastro de lua cheia 
Que pelo horizonte semeia 
Eterno vento que vinga a união. 

© RÓ MAR 

sábado, 17 de maio de 2014

A ARTE DE VIVER




A ARTE DE VIVER


A natureza e tudo o que de belo lhe advém
É para ser desfrutado gota a gota,
Degustando a vida
Como se fosse o primeiro de muitos dias;
Aprendemos a saber viver
Em paz e harmonia com o universo.

A magnitude e o mistério da vida
É para ser calculado ao milímetro
Pelo barómetro
Do coração e exaltado na alma até ao último segundo
Como um maravilhoso e poderoso elixir; processo
Que se navega por ínfimas ondas,
As veias e artérias
E que nos conduzem ao oceano.

O verdadeiro segredo está na ampulheta
Que deve ser simples e leve, apenas grãos de finas areias
Para florir o caminhar
Pelo espaço como um malmequer
Que nasceu para amar,
E, quer ir mais além.

© RÓ MAR 

segunda-feira, 12 de maio de 2014

A ARTE MAIOR


Imagem- Bellissime Immagini 


A ARTE MAIOR


A tempestade não a consegue alcançar,
A sua transparente luminosidade vincula
A singela beleza
Do campo, talvez seja árvore, a mais esbelta;
Talvez seja mulher e também sereia;
Ainda assim mergulha na serena epopeia,
Como o soberbo retrato que se articula
Aos olhos do mundo, como uma arte maior.
A sensibilidade artística aflora a tela eleita
Pelas linhas do corpo vê-se o segredar
Dos contornos da alma sem uma vírgula.
Grafite d’ um dia tempestivo que realça a natureza
Nos cinzelados seios semicobertos pelas mãos do pintor.

© RÓ MAR

O TEU OLHAR…


Imagem- Bellissime Immagini


O TEU OLHAR… 


O teu olhar é o eterno mar… 
A natureza é céu de encantar… 
E o meu coração é a verve amar. 

Rios de azul do teu olhar… 
Rios de azul da natureza proliferam 
Pelos vasos do meu coração. 

O nascer do teu olhar é flor 
Que dá beleza à natureza, voam no meu coração 
As pétalas, asas que beijam todas as estações. 

O teu olhar é o mundo do amor… 
A natureza é o universo da poesia… 
E o meu coração é o sonho do verso. 

O meu coração vive pelas constelações 
Que abraçam a noite e o dia 
Do planeta que tu olhaste um dia. 

© RÓ MAR 

A ‘PENA’


Imagem- Bellissime Immagini


A ‘PENA’


A ‘pena’ sorriu ao teu olhar
E enrolou o desejo do teu sonho no voar
Ao beijo que merece a maciez dos teus lábios.

Nada é por acaso, talvez seja um acaso,
Mas foi amor primeiro e esse vinga sempre.
Livre está o teu engano, hoje sabes que és o espaço
Que preenche o branco dos dias e que dá cor à noite.

A pena brilha na tua boca
Como uma estrela que voa louca
De paixão pelos telhados ao vento.

Nada é por acaso, talvez seja um acaso,
Mas é o vento soalheiro e esse vinga sempre.
Livre é a leveza que abunda o teu regaço,
São rosas, milagre que te faz gente.

A ‘pena’ é musa inspiradora de vários,
A fada que te ama no momento,
Estima-a com todo o amor nos lábios.

© RÓ MAR

INVENTA-A NA TUA BELEZA


Imagem- "Back Light " by Colin Staples LifeArt - Open ArtGroup 


INVENTA-A NA TUA BELEZA


Escala-a no dedilhar tridimensional…
Reveste-a na ligeireza da tua alma
Pelo espaço sideral
Onde há uma vasta luz e o azul é chama
De ventre rasgado que profetiza largos traços
De silêncios estilhaçados na avidez e destreza
De um génio. Inventa-a pelos terraços
Da tua aura e renasce-a na tua beleza.

© RÓ MAR

POETAS QUE SOU



POETAS QUE SOU


Nas janelas do meu ser
Há um coração de quatro estações
E uma alma de cinco constelações;

Garço vidraço
Que opina ao oscular 
Os seres que esvoaçam ao vento
Pelas horas do momento.

Nas janelas do meu ser
Há primórdio que só eu sei ver,
Há um rio e também há mar,
Vê-se a lagoa rumo ao oceano.

São cinco as sensações,
Terra, Mar, Sol, Lua e Ar,
Que se desenrolam pelo dia
Nas quatro estações do ano
Que habitam o meu coração.

Nas janelas do meu ser
Há um infinito espaço,
Os signos desenham o dia
E nascem grafites de poesia;

Vê-se a noite em silente melodia
Que dá cor aos rabiscos e os define ao coração;
São a Primavera, o Outono,
Há o Inverno e também o Verão;
Poetas que sou enquanto as janelas não cerram.

© RÓ MAR

domingo, 11 de maio de 2014

CALCULEI-TE...


Imagem - Bellissime Immagini 


CALCULEI-TE… 


Calculei-te ao sombreado que pela tinta jorrou 
Do aparo da caneta permanente e soprou 
O habitat empolgante lacrado às gavetas 
Antigas e que nada mudou, só as cores violetas. 

Papel branco, tão pálido, o meu rosto 
Que no instante tomou forma azul mosto 
Que não se apaga com uma simples lágrima 
E dezenas de rios afluem rente à alma. 

Quero-te sombra linda, és pequenina 
Mas tens ar de lua cheia e olhar de menina, 
Quanto lembras os tão sonhos de outrora! 

Calculei-te ao milímetro e que vejo agora? 
Que tens o mesmo cheiro de outra hora, 
Quanto lembras a que amei e me honrou! 

® RÓ MAR 

sábado, 10 de maio de 2014

INFINITO OLHAR


Imagem- Daniel F. Gerhartz __Open ArtGroup


INFINITO OLHAR 


Infinito olhar… teu saracotear, 
Que me deixa perplexo pela dúvida 
Se és flor de outono ou labareda de verão! 
Observo o teu rosto de chama 
Pacifica e perco-me pela calma 
Que ele desfolha… 

Vejo pelo teu olhar a esmeralda 
Que não sei se é preciosa pedra ou astro da vida. 
E, perco-me no chá vário de infusões 
Que não sei se são flores só de primavera 
Ou também alguns restos de folhagem 
Do outono que pairam pelo ar. 

Infinito olhar… que não me dá paz, 
Porcelana refinada 
Que não sei se é um toque a sedução 
Ou se és até a minha amada! 
Vejo à mesa panos que se distinguem 
Pela cor, serão só as tuas vestes ou também 
O aparato ao chá que nos olha! 

Vejo-me ao teu olhar rés à chaleira 
E sinto o calor que confunde o aroma 
Ao teu perfume, o que não sei se é flor 
Ou planta que me quer conquistar! 
Pelo teu peito audaz 
Vejo a mulher que quero amar, 
São tantas as sensações! 

Infinito olhar… que me excita… 
Talvez seja da seda que o habita, 
Ainda assim, quero nele penetrar, 
Sentir as raízes do seu nascer… 
Ervas raras que não distingo ao te olhar, 
Saber o paladar que és e ser, 
Talvez, o teu amor. 

© RÓ MAR

QUERO… É TUDO QUE QUERO




QUERO… É TUDO QUE QUERO



Quero amar, este, aquele e o outro, aquém, 
Quero amar cá, acolá e além. 
Quero o mundo pequeno, que caiba na palma da mão, 
À medida do coração, e, é tudo que quero. 

Não sei se penso bem, penso bem ou não, 
Talvez sim, ou talvez não!? 
Mas, que razão pode ser maior que o pensamento, 
Mas, que presente pode ser maior que o momento!? 

Conjecturando, divagando não vou a lado nenhum, 
Vou a caminho, sem meias medidas, antes que seja mais um! 
Entre o dia e a noite existe o sol e esse também é pequeno 
E tão grande é! Há gente que pensa grande, eu penso pequeno. 

Quero amar, este, aquele e o outro, aquém 
Quero amar cá, acolá e além. 
Quero o mundo pequeno, que caiba na palma da mão, 
À medida do coração, e, é tudo que quero. 

Ainda assim, sou do tamanho do sonho 
E a vida é o infinito além que me faz risonho; 
Entre o dia e a noite vejo o mundo! Há gente que não vê, eu vejo-o nascer, 

Vistas largas, e, agora que fazer, é o meu jeito de ser! 
Quero amar, este, aquele e o outro, aquém, 
Quero amar cá, acolá e além. 

Quero o mundo pequeno, que caiba na palma da mão, 
À medida do coração, e, é tudo que quero. 

© RÓ MAR 

MEU AMOR, OLHA-ME E VÊ O QUANTO SINTO


Imagem - All is LOVE
 

MEU AMOR, OLHA-ME 

E VÊ O QUANTO SINTO 


Teus olhos azul céu, meu encanto;
Teus cabelos loiros, meu tormento;
Meu coração lacrimado de lamento,
Dos teus graves ais sem fundamento.

Desfilas ligeira pela avenida em agonia,
Um ai Jesus ao breu que me atrofia;
Como posso acariciar tua boca de rafia,
Como te posso amar nas silabas de poesia!?

Só tenho olhos para ti, meu amor,
E tu bem sabes quanta a minha dor,
E teimas em ser uma brava e pálida flor,
Ainda assim és o meu coração em ardor.

Desse teu jeito lívido vejo o sofrimento
Que me consome a alma no momento,
Quero amar-te mais, ao teu contento,
Meu amor, olha-me, vê o quanto sinto.

® RÓ MAR 

ALMA DE LUSITÂNIA


Imagem Belleza del Alma


ALMA DE LUSITÂNIA 


Esculpistes o sol pelo coração…
Pintaste as ondas ciprestes mar
A azul anil pelos seduzíveis lábios
Na alma de Lusitânia…suco (a)mar.

Das cruzadas a paz se fez à tela
Mais cálida e tão plena…que aguarela!
Obra de arte que teu corpo arrecadou
No brilho do olhar que ao dia se beijou.

Vejo-te pela plenitude de tons vários…
Alma celestial…flor de coração
Que inspira e seduz o universo à paixão.

Bebo-te, degusto-te pleno ao coração
Em tão versos trajados e quão sábios
Que o vento presenteou à estação.


® RÓ MAR

sexta-feira, 9 de maio de 2014

PRESENTE DE CÉUS ABERTOS




PRESENTE DE CÉUS ABERTOS 


Azul não é a minha cor predilecta, gosto de tons abertos, 
Talvez laranja seja a minha preferida. 
Mas, o dia hoje vestiu-se de azul para dar 
Alegria ao Outono e salpicou uma chuva enigmática 
De constelações, que são vida 
Estrelar, níveos amarelos na passarela da noite. 
O vento leva nas asas o desassossego e, o juncoso verde brilha 
Na milésima luz anil que nasceu para vingar, 
Vê-se a cor do luar. 
Azul não é a minha cor predilecta, mas é aromática 
E neste tempo que é breve a vida 
É de quem sonha e a centelha 
Que se vê é o presente de céus abertos. 

© RÓ MAR 

A NOITE... APENAS ROSAS AMARELAS


Imagem - Beautiful word. love, art. 


A NOITE…

APENAS ROSAS AMARELAS 


A Noite... 
Chega de mansinho em cortinas organdi… 
Observo o seu sereno abrir respirando 
A beleza de corpo anil pelo seu rosto 
De rosa; bebo o seu olor… autêntico, 
Nada vinil, genuíno amarelo-dourado, 
Extasiante… 

Sinto a leveza à noite pelo carinho 
Às pétalas… visto-me de arlequim e espreito 
A lua pela transparência das cortinas… 
Silhueta projectada, espectro solar, 
Radiante… 

Lindo de amar… a noite a se provar… 
Sinto o oásis que amanhece… frenesi 
Que é razão de meu viver… sinto o mundo; 
Que silêncio... pouco ou nada… excêntrico… 
Tenho nas janelas apenas rosas 
Amarelas… sonho. 

® RÓ MAR 

NATURA


Imagem - Beautiful world. Nature, love, art.


NATURA


Quando amanhece há sol a clarear…
Até nos dias invernosos há luz breve
A desmistificar e embelezar
O mistério natura que é ser suave.

Tenho à ideia que qualquer dia é tão visão
Que nos dá o maravilhoso sentir…
Que é resgatado em pleno coração
Pelo milagre natura em seu devir.

Quando amanhece há vida perene
A segredar o ser…tão sinfonia
Que a natura ditou em tom solene.

Tenho à mão sentimentos universais
Que não quero perder… são tão poesia
Que o sol escreveu em ciclos ancestrais.

® RÓ MAR

quinta-feira, 8 de maio de 2014

QUANDO A CHUVA BATE DE MANSINHO É TELA




QUANDO A CHUVA 

BATE DE MANSINHO É TELA 


Quando a chuva bate, bate de mansinho 
Pela janela, lembro o meu amor, o mundo 
Condensa no calor do abraço profundo 
E o dia é alegre estio na face do sonho. 

Somos a alma de Sol a raiar à janela 
Da saudade e o vento instala no todo, 
O coração abre no olhar arregalado 
E desenha a mais linda e singela tela. 

Rubra pela ternura do beijo fecundo 
Abraço o meu corpo leve e encharcado 
No macio e doce aroma de rosmaninho; 

E, acaricio os seios bagos de uva a rachar 
De desejo pela tua boca mergulhar; 
Quando a chuva bate de mansinho é tela. 

® RÓ MAR 

FLAMA PAIXÃO




FLAMA PAIXÃO 


Flama paixão 
Que sopra no vento do meu coração, 
Um vulcão em erupção 
Que se esguicha pela boca ávida de desejo, 
Em sílabas resplandecentes de rios, 
Cios que se esvoaçam ao teu ser. 

Flama paixão 
Que me alucina, o delírio da canção, 
Um vulcão em ascensão 
Que se reflecte nos teus olhos a lampejo, 
Em traços sedutores preencho vazios, 
Pavios que se acendem às labaredas do teu ser. 

® RÓ MAR 

VENTOS CINZELADOS




VENTOS CINZELADOS 


As searas secaram, os campos são cheiros de dor, 
Os ventos cinzelados poluem o ar congestionando 
Os suspiros pela alma, os galhos no céu desnudo 
E a rosa a murchar; ai, que tempo tão bravo, meu amor. 

As janelas, uma nesga ao vento, triste coração 
Que nem vê a cor, brancos esvoaçando lá ao longe 
São sonhos que não têm medida no dia de oração; 
Ai, Santa Virgem rogo, levai as brumas bem longe. 

Quanta amargura nas folhas, seca o verde prado, 
Ainda se o mundo valesse a pena, seria a glória; 
Ai, meu amor, que saudade… a chuva involucra o fado. 

Minha alma é leve e alegre na boca da triste canção, 
Não sei se demora este tempo, sei que enquanto for 
A minha alma tem forma e cor nas asas da paixão. 

© Ró Mar 

CANTOS DA ETERNIDADE




CANTOS DA ETERNIDADE 


A expressão do tempo não é nítida, 
Talvez seja vento que acende a labareda 
No limiar do dia, 
Quiçá uma luz do outrora que quer ir além 
E se cruza na noite com a poesia! 

Almas gémeas que outrora se cruzaram 
E no agora sopra o olor do amor 
Em forma de flor da eternidade. 
Talvez seja o vento da saudade, 
Quiçá o abraço dos que amaram! 

Ainda assim a chama é viva e tem a cor 
Do eterno beijo prometido na vida 
E a luz remete ao além 
As silabas metafóricas d’uma paixão 
Que endereça o coração. 

® RÓ MAR 

CANELA


Imagem: Christine Comyn - Open ArtGroup


CANELA 


Gosto do teu cheiro… 
Admiro-te fina especiaria… 
Fazes-me recordar os ventos a oriente, 
Grão que delicio no salivar 
Pelos lábios a poente… 
Sabes a doce-amar. 

Polvilho-me do teu aroma de flor, 
Perfume de séculos… 
Polvilho os conventuais doces 
Com o teu pó das arábias… 
Visto-me da tua cor, moldes belos 
Que beijo ao luar. 

Essência do meu instinto 
Que cozinho na bela confraria… 
Doces, compotas e demais, inteiro 
Pau de sedução 
Que inspiras o cozinhado de tentação. 

És a mais bela flor… 
Planta aromática de fervor 
Ao meu coração 
E, no lume a sedução… 
Ao natural a vera paixão. 

Sinto quimeras da tua beleza… 
Perfumes que jamais esquecerei, a certeza 
Que és e serás sempre a minha predileta 
Quer seja cozinhada, ou ao natural, 
És perfeita. 

Planta doce afrodisíaco da minha alma 
Tenho a ideia mais colorida 
Ser um dia 'canela' nesta semente de vida. 

Não o sei… mas, o pressinto 
Num tempo… quiçá real 
Saborear algumas palavras 
Com um quê de sábias. 

© RÓ MAR 

A TUA AUSÊNCIA




A TUA AUSÊNCIA 


A tua ausência... rosa ébria e seca ao luar 
Que se inebria na pena leve e suave 
D’ um doce cantar a sereia do mar. 

Voa nos rios sinuosa e brilhante 
Como uma lágrima que quer navegar 
Até ao enredo dos teus olhos e lá ficar. 

Nas ondas do teu fino cabelo nasce a clave 
Que dá brilho a esta singela pena que ao escrevinhar 
Vive a saudade do beijo mergulhado no mar. 

São traços a azuis que se elevam 
À superfície e elegem o recordar 
D’ um secular olhar, o que deveras vale a pena amar. 

A tua ausência… vogal e consoante, 
Fonemas que se inebriam na pena leve e suave 
Em metáforas de ritmo, áspera rosa sonante. 

Esvaísse o pensamento nas almas do coração 
E tudo fica um vazio, uma metade errante 
Que se quer achar pelo vento que teima e parte. 

Não seja por isso, sou um todo, olha a poesia 
Invés, poucas palavras na letra distante… 
O mundo, um poço de abismo e também utopia. 

A tua ausência… a margem branca que se veste 
Na lágrima que se inebria na pena leve e suave 
E cintila a harmonia de corpo celeste. 

© RÓ MAR 

O CUPIDO DE ESTRELAS


Imagem - Open Art


O CUPIDO DE ESTRELAS 


Silenciam-se os ventos nas penas 
Níveas que pelo papiro esvoaçam, 
E, transparentes celestes brotam, 
Borboletas anis que pautam a alma. 

Espirais pelas rendas que se inventam, 
No tom uno, as que escrevem de coração; 
Cupido que se adormece na alma, 
O mais perfeito sono, divino. 

Voluteia-se a concha no oceano, 
E, eis que surge um mar de mui pérolas 
Que se cintilam nas parábolas. 

Não são fantasias, são as mais belas 
Poesias, que se florescem plenas 
De candura, o cupido de estrelas. 

® RÓ MAR 

ETERNO VENTO…




ETERNO VENTO…


No teu abraço sem fim
Sinto as verdades do coração
E respiro pela nossa paixão
Que é a flor de jardim
Que nasceu da raiz do olhar
Eterno que cruzou oceanos.

No desfolhar a vida de tantos anos
Sinto-te no presente ao te abraçar
E vivo pelo seu tão navegar
Que é mastro de lua cheia
Que pelo horizonte semeia
Eterno vento que vinga a união.


© RÓ MAR

terça-feira, 6 de maio de 2014

‘JARDIM A ORIENTE’… OBRA DE ARTE


Imagem- Open Art


‘JARDIM A ORIENTE’… OBRA DE ARTE


O que a Vida dá sempre de bom é a opção de escolha
Entre o viver no conformismo ou o viver mais ao lado.
Se pensarmos bem temos sempre um lado a florescer,
Ainda que a vida seja nevoeiro intemporal,
Há sempre a opção de ser artista
Na sua própria construção.

Basta apenas uma leve ideia e a página vira-se, folha
Onde se rabisca umas quantas flores, e vive-se toda a beleza
Que se respira naquela natureza.

Bebe-se o sol sofregamente, sem pensar em nada,
Somente naquele ‘Jardim a Oriente’, que não se troca por nada,
Onde se firma e se fixa o olhar de quem sabe viver.

Uma melodia na tela do dia que se vive é o quanto basta
Para ser flor, que se vira a sol tal como o girassol,
Pois o pensamento é tão vasto quanto o sol.

E, eis que a obra nasce energética, plural
Nas cores que se deleitaram na tela
Pelo coração que sabe amar, e, rompeu-se a frívola janela
Daquela vida onde tudo era nada, hoje é a sua obra de arte.

© RÓ MAR

NATUREZA TÃO COLIBRI


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NATUREZA TÃO COLIBRI 


Abri a janela de cortinas organdi… 
Para nela sentir o teu amar perto de mim 
E neste meu olhar cultivei o jardim 
Que é vida à natureza tão colibri. 

Na brisa pelo teu olhar me desnudei… 
Trovas do coração ao te sentir inteiro 
E o quanto te amei é prova real 
Que ainda teima a se florir no canteiro. 


Ao beijo à claridade nasceu o que sonhei… 
A mais bela flor que é prova real 
Do amor que na ponta da língua sorve 
O ternurento néctar que lhe dá verve. 

® RÓ MAR 

O NOSSO ALEGRE E GRANDE SONHO


Imagem- Bellissime Immagini 


O NOSSO ALEGRE 

E GRANDE SONHO


Quando nos conhecemos iniciamos
A primeira das páginas do livro
Que vem connosco vivendo o dia-a-dia.
E, é sempre mais um dia
Que escrevemos felicidade
Do dia em que nos conhecemos.
Nas palavras que não dissemos
Nascem singelos olores à folha virgem
E vamos escrevendo…
Sempre o mesmo cheiro,
Embora o dia seja diferente
O vocábulo é tão igual e presente.
Nas entrelinhas lê-se o roteiro
E nas linhas o que vivemos.
Continuamos… a página subsequente
É a surpresa que amamos,
Nela vamos lendo e escrevendo o livro
Da nossa grande vida.
A vida que um dia
Cruzou o nosso caminho
Deu forma ao conteúdo
Que amanhece no meu e no teu diário.
O nosso alegre e grande sonho…
Tantas páginas em branco são hoje a realização
De tantas outras ainda a escrever.
O diário que é escritura de amor,
A Compacidade
De sorrisos e lágrimas que expiram
Os nossos corações.
Livro de almas que viveram
E vivem lado a lado,
Escrito nas excelsas saudações
Que nos hão-de surpreender
O dia de amanhã ao presente
Do jubiloso verbo amar.
O amor é algo de mistério…
Surpreendente atitude do dia-a-dia.
Palavras que valem tudo e outras nada
Que se escrevem por tudo e por nada.
Mas, há palavras que não se apagam
E nós escrevemos a tinta, e é permanente,
Os momentos da nossa vida.
E, no ar perfumado às entrelinhas
Floresce mais um dia
Que nasce para acrescentar
À história do nosso amor
Mais e tantas outras linhas.

® RÓ MAR

segunda-feira, 5 de maio de 2014

NOSSOS ARES




NOSSOS ARES


Meu amor conquistar o universo
É sinonimo de te ter a meu lado
E pelas minhas quadras beijo o verso
Que o coração declama ao mundo.

Que o coração declama ao mundo
Na prosa e poesia do nosso ninho
E pelas nossas penas de jasmim o todo
Que a alma escreve em silabas de sonho.

Que a alma escreve em silabas de sonho
Na melodiosa luz dos nossos olhares 
E pelas nossas bocas ao céu soa a cantares
Que as peles dedilham em traço bisonho.

Que as peles dedilham em traço bisonho
É prelúdio pelo êxtase que fervilha
O nosso sangue em ébrios que componho
Nas letras nossas que circunscrevem a ilha.

Nas letras nossas que circunscrevem a ilha
Que descobrimos no planeta Marte 
Onde a tinta é vermelha e sabe a arte
Que eleva o nosso ser ao sol que brilha.

Que eleva o nosso ser ao sol que brilha
E reflecte pela terra os nossos olhares 
Que não distingo nesta breve centelha
Se são teus ou meus! Digo, nossos ares.

© RÓ MAR 

domingo, 4 de maio de 2014

A PASTELARIA

A PASTELARIA


Pela estrada circula vida, que vive, que morre e a que sobrevive.
É longo e também curto o caminho que todos percorrem; uns com mais e outros com menos velocidade. E, é tudo uma questão de tempo, que se vence a cada minuto; é, mais um dia de longa ou curta jornada, depende daquilo que se considera medida. E, o universo gira no ponto real e também no imaginário, é tudo uma questão de filosofias e vida. A estrada pode ser caminho de asfalto, pedras e sobressalto, sempre vida; vida que não se encontra no espaço restrito; aquela masmorra com uma janela encardida pelo tempo não tem ar de ser vivida, e, é isto a vida!
Não se sente o rosmaninho a roçar no alcatrão; não se escuta a embreagem ao arranque, atropela-se o tempo; fazem umas quantas pontes áreas para forrar a alma de nadas.
Vê-se a cidade enfumarada de um monóxido, que já nos é indiferente, e circula-se na facha da direita para não correr riscos; e, vive-se uma ilusão, não se entende, não é preciso entender, é urgente sobreviver!
Afogados nas ruas pelos candeeiros gastos pelo tempo lemos as novas pelos ladrilhos dos passeios do abismo, descalcificados e emprenhados de buracos; não é época de salto fino, nem batom vermelho, a moda é outra. O buraco está lá e vê-se que abarca muitos e grosso salto é preciso contornar a curva, fazer moda; dar cor à palidez da cidade; um batom rosa não lhe ficava mal nos lábios sedentos e incolores.
Não que seja de filosofias, mas um homem não vive só de estrada; o mar leva-nos a outras estradas; há o céu que nos cristaliza a alma e aquece o coração, aos que ainda por cá estão; não quero pensar na outra, é para ser vivida a seu tempo!
E, vou ao presente deste meu encontro, uma passagem. Tenho muitas horas, o dia ainda agora clareou, acordo no despertar do Sol que me ilumina a alma e tudo o mais são acessórios que quero distantes. Não tenho pressa, mas gostava de perceber o dia, não que o não entenda, mas acordei com vontade de o degustar.
Pego num trapo, lavo o rosto e refino a barba num sabão que condiz com a pastelaria do bairro. Simpática a sua gente, um beteco de esquina que tem coração a mar. Não preciso de cinco estrelas, basta-me uma ‘barca’ qualquer para saborear o café, sim, o que me faz começar o novo dia. Não um café qualquer tem que ser de qualidade; aqui é especiaria demorada, emprenha o coração, há sempre alguém novo para trocar um olhar, até falar, é preciso; e sorrir, como me faz bem!

Sou um homem feliz, vivo no campo, longe da cidade; a estrada é de trigo e joio, trabalheira que compensa! Tenho medo da escuridão, arregaço as mangas e estendo a mão ao trabalho, gosto de ensinar os meus bois a conduzir! Nem ligo ao barulho frenético que envolve a cidade, a minha vida é aparte, tenho a minha natureza, mas vivo. Passeio pelo dia, conduzo as horas sem pressas e chego sempre tarde a casa.

Que horas seria, tarde, o sol descaiu, a cidade estava fria, algo era que não se via!?
Além, avistava-se uma menina, pobre farrusca, será que já tinha visto a cor do dia!? Aproximei-me, e o banco do jardim levantou num sereno desconsolo, não via pão e sentia o bolor dos dias.
O sorriso que eu tinha dava para dividir com ela e levava-a comigo no coração, que mais poderia fazer!?
Pensando bem, a pastelaria ainda estava aberta e na hora deveria estar a sair as primeiras fornadas. Voltei atrás, uma fala de estranhos e um chocolate quente, o que o estômago barrado pelo pão, acabado de fazer, tanto queria.
Não me custou nada, ainda recebi um sorriso que nem esperava! Afinal ela sabia a cor do dia, estava esquecida!
Volto para casa de mãos vazias e cheio de sonhos, projetos, arquétipos que não me levam a lugar nenhum, tenho esta mania de viajar.
Viajo pelas cortinas do quarto, adormeço na brandura da minha noite e sonho, aquele dia que irei acordar, não numa esquina qualquer!
Vivo, o que é meu e não só, à minha maneira, vivo!

É hora de acordar, tenho que despertar!
Hoje é domingo, não há pastelaria; há uma igreja numa cidade qualquer, pouco importa a localidade, nós nunca somos de lugar nenhum!
Não me canso dos quilómetros de estrada, vou até à beira mar, tenho fé!
A praia estava deserta, o que fizeram às gentes!?
Hoje não foi bom dia, devia ser a falta do café, domingo, a pastelaria estava fechada!
Elevei o olhar, o que vi, tanto azul!?
Perdi-me nas horas, e era noite, a praia continuava deserta e tinha frio; caía-me bem um chocolate quente, para não falar do pão a estalar da pastelaria; estava longe, longe do meu campo, numa cidade qualquer, perdi-me no tempo, que fazer!?
Não sou homem de grandes ideias, descansei na areia forrando o estômago de maresia dum ano qualquer. E, adormeci no tempo, não um tempo qualquer, o da minha cidade, aquela lá no campo.
Sonhei com a pastelaria e acordo pelo cheiro das bolas  de berlim, gordas e açucaradas, que me passam ao lado!
Quem sou eu, não me conheço!?
Preciso d’um café, estendo a mão nas águas do mar e lavo a cara esfarelada pela areia; e, no mesmo trapo subo as escadas da vila; uma pequena aldeia plantada à beira-mar.
Encontrei-me num beco, janelas amareladas e um letreiro de papelão, com uns dizeres que não trazia no bolso. Continuei o caminho, não por muito tempo! Voltei atrás e bati à porta, oferecendo as duas mãos calejadas e pedindo o quarto em troca.
Valeu a pena, ainda há dias de sorte!
E, o dia se aqueceu numa caneca de leite com chocolate que aquela mulher, da ‘aldeia’, me preparou.
Poucas palavras, muitos gestos, tinha vida, tudo o que precisava, não que eu não tivesse vida, já tinha esquecido!

Sou um homem feliz, vivo no campo, longe da cidade; a estrada é de trigo e joio, trabalheira que compensa! Tenho medo da escuridão, arregaço as mangas e estendo a mão ao trabalho, gosto de ensinar os meus bois a conduzir! Nem ligo ao barulho frenético que envolve a cidade, a minha vida é aparte, tenho a minha natureza, mas vivo. Passeio pelo dia, conduzo as horas sem pressas e chego sempre tarde a casa.

® RÓ MAR

sábado, 3 de maio de 2014

NO VOAR DE UMA PÁGINA DE MÉTRICA AO LUAR


“NO VOAR DE UMA PÁGINA 

DE MÉTRICA AO LUAR” 


Desejei-te… odalisca da minha vista, 
Faz amor comigo…! No meu pensamento 
Só vejo as franjas do teu linho, és o mar do artista, 
Deixa-me sentir as tuas leves ondas no momento. 

Visto a alma com o teu perfume, 
Encho o peito nos teus traços a vaga-lume, 
Mergulho o coração no teu corpo pelejo 
E mordo os lábios de desejo. 

Toco-te nas pontas dos dedos da minha íris 
E sinto o meu corpo a clamar versos 
De êxtase… que bela que sois; 
Contorno-te a alma e retorno aos meus sensos. 

Toco-te…. Toco-me… e as estrelas bebem a seiva 
Dos teus seios e o orvalho dos meus desejos; 
És uma frase afirmativa 
Que a saliva enrola no céu-da-boca, ensejos. 

É já manhã e tu ainda estás em mim, musa; 
Toco-te… toco-me… e o dia se beija azulado 
No perfume da nossa chama; - Não vás, fica musa 
Dos meus sonhos… quero-te sempre a meu lado. 

Sabes-me a manhã de Primavera, a solstício de Verão; 
És a minha cor predilecta de paixão; 
Meus olhos não sabem viver sem o teu ser; 
Toco-te… toco-me… e sou um ser de prazer. 

No voar de uma página de métrica ao luar 
Componho o meu ser com letras de amar. 

® RÓ MAR