VENTOS CINZELADOS
As searas secaram, os campos são cheiros de dor,
Os ventos cinzelados poluem o ar congestionando
Os suspiros pela alma, os galhos no céu desnudo
E a rosa a murchar; ai, que tempo tão bravo, meu amor.
As janelas, uma nesga ao vento, triste coração
Que nem vê a cor, brancos esvoaçando lá ao longe
São sonhos que não têm medida no dia de oração;
Ai, Santa Virgem rogo, levai as brumas bem longe.
Quanta amargura nas folhas, seca o verde prado,
Ainda se o mundo valesse a pena, seria a glória;
Ai, meu amor, que saudade… a chuva involucra o fado.
Minha alma é leve e alegre na boca da triste canção,
Não sei se demora este tempo, sei que enquanto for
A minha alma tem forma e cor nas asas da paixão.
© Ró Mar