sábado, 10 de maio de 2014

INFINITO OLHAR


Imagem- Daniel F. Gerhartz __Open ArtGroup


INFINITO OLHAR 


Infinito olhar… teu saracotear, 
Que me deixa perplexo pela dúvida 
Se és flor de outono ou labareda de verão! 
Observo o teu rosto de chama 
Pacifica e perco-me pela calma 
Que ele desfolha… 

Vejo pelo teu olhar a esmeralda 
Que não sei se é preciosa pedra ou astro da vida. 
E, perco-me no chá vário de infusões 
Que não sei se são flores só de primavera 
Ou também alguns restos de folhagem 
Do outono que pairam pelo ar. 

Infinito olhar… que não me dá paz, 
Porcelana refinada 
Que não sei se é um toque a sedução 
Ou se és até a minha amada! 
Vejo à mesa panos que se distinguem 
Pela cor, serão só as tuas vestes ou também 
O aparato ao chá que nos olha! 

Vejo-me ao teu olhar rés à chaleira 
E sinto o calor que confunde o aroma 
Ao teu perfume, o que não sei se é flor 
Ou planta que me quer conquistar! 
Pelo teu peito audaz 
Vejo a mulher que quero amar, 
São tantas as sensações! 

Infinito olhar… que me excita… 
Talvez seja da seda que o habita, 
Ainda assim, quero nele penetrar, 
Sentir as raízes do seu nascer… 
Ervas raras que não distingo ao te olhar, 
Saber o paladar que és e ser, 
Talvez, o teu amor. 

© RÓ MAR