CINQUENTA MUSAS

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CINQUENTA MUSAS

"Respondam-me, afinal: Nilda, Suzete," 

Maria, Calíope, Esterpe, Polímnia,

Lúcia, Clio, Ostera, Íris, Bernadette,

Jacinta, Espinela, Eva, Urania, 

Perséfone, Cibele, Florbela, Freya, 

Cleópatra, Mnemósina, Jade, Thalia,

Melpômene, Opala, Vénus Citeréia,

Cornalina, Terpsícore, Anne, Amália,

Aquamarine, Eunice, Beatriz, Ofélia,

Julieta, Safira, Turquesa, Natália,

Âmbar, Pérola, Josefina, Valma,

Rosalia, Maluda, Frida, Zircônia, 

Ágata, Esmeralda, Ametista, Sophia,

"- Que é que vocês fizeram de minh' alma?"

© Ró Mar | 2020/05/31

1º, 14º versos de Rogaciano Leite:

"Respondam-me, afinal: Nilda, Suzete," |

"- Que é que vocês fizeram de minh' alma?"

DESEJO DE FLORESCER!

Imagem: Beautiful world. Nature, love, art.

DESEJO DE FLORESCER!

"O teu gostoso perfume"

Faz-me rejuvenescer,

Minh' alma em brando lume

Faz poesia acontecer!

"O teu gostoso perfume"

Faz novo adolescer,

Minha vida faz costume

Que completa o meu ser!

"O teu gostoso perfume"

Dá-me colossal prazer!

Ah, minha flor, magno cume,

Que dás todo o céu a ler!

"O teu gostoso perfume"

Dá-me o amanhecer

Natural, que bem assume

Desejo de florescer!

© Ró Mar 

"O TEU GOSTOSO PERFUME!"

Imagem: Merveille du monde 2

"O teu gostoso perfume!"

A manhã ensolarada,

O presente sem ciúme,

Que mais quero da vida?

"O teu gostoso perfume!"

Sinto que paira p'lo ar

Desejo que vem a lume,

Dia de sempre amar

"O teu gostoso perfume!"

"O teu gostoso perfume"

Minha querida, ardume

Constante p´lo coração,

Que te quer de paixão!

Flute de porte macio,

Elixir d' alma anil,

Amor de sempre qu' assume

"O teu gostoso perfume!"

© Ró Mar 

ENQUANTO VIDA O QUE FAÇO, DORMITAR?

Imagem: Zzig.comunidade

ENQUANTO VIDA O QUE FAÇO, 

DORMITAR?

"A velhice é cansaço... E esse cansaço"

Não advém dos muitos anos que vivi,

Não há a genica d' outrora no que faço,

Perdi a vontade, sinto que não sou daqui!

Quantas são as vezes que fecho os olhos

Pra escutar o silêncio, não pensar

No mundo, regalar a menina-dos-olhos

Com alguma memória que faça sonhar!

Quantas são as vezes qu' escuto a voz

Da minh' alma pra não ter o que diga,

Nem nada que pensar dum tempo veloz!

A velhice não o deve acompanhar,

Enquanto vida o que faço, dormitar?

"Esse mesmo repouso me fatiga!"

© Ró Mar

1º verso, 14º verso de Filinto de Almeida: 

"A velhice é cansaço... E esse cansaço"

"Esse mesmo repouso me fatiga!"

NO TOPO A CEREJA

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NO TOPO A CEREJA

Pede um desejo meu amor

Qu' estamos em tempo de cereja,

Fruta rubra acetinada, a cor

Dos lábios de quem por bem beija!

A primavera ao dar lugar ao verão

Estende o tapete verde ao anil mar

E o sol descoberto flama a paixão

Dos corpos de quem ama de coração!

Refresca a memória meu amor

Qu´estamos em tempo de recordar

O abraço desmedido sem pudor,

Os dedos salteados a bronzear...

O pôr do sol nas belas colinas,

Aquela paisagem paradisíaca,

As margens banhadas d' ondas salgadas

E no topo a cereja afrodisíaca!

© Ró Mar  

MEU CLÃ DE PLÁTANO

Imagem: Beautiful world. Nature, love, art.

MEU CLÃ DE PLÁTANO

"Como a ave que volta ao ninho antigo,"

Depois de certas viagens provisórias,

Ao linear d' épica migração - o abrigo

Secular, por todo lugar havia memórias,

Cada esquina um amigo bem-disposto, 

A primavera que naquela hora começava

Erguia o sol nas maçãs do meu rosto,

Ah, bem cedinho a manhã despertava!

O ar do campo - meu habitat natural,

Aquele retrato preto e branco - mocidade

Vivida, recordava o amor atemporal...

Meu clã de plátano - raízes de coral

Sadias, minh´escrivaninha, roseiral...,

"Chorava em cada canto uma saudade..."

© Ró Mar 

* 1º, 14º versos de Luiz Guimarães Júnior:

"Como a ave que volta ao ninho antigo," |

"Chorava em cada canto uma saudade..."

FULGENTE MOCIDADE P´LA ILHA DOS AMORES

Imagem: Bellissime Immagini

FULGENTE MOCIDADE 

P´LA ILHA DOS AMORES

"Esperei por mim em vão. Suando rezas,"

Versos inúteis, em contra-mão rolaram

Os dias e descortinaram incertezas.

Ah, minhas lides qu' em nada vingaram!

Eram os meus, dotados d' alma e coração,

Os dei de mão beijada, selando os lábios

Ao luar, contas do rosário em vão,

Enfim, restam os provérbios sábios!

Desventura que não sei o quê? Algures

Os lembrarei, em passos amiúdes e reais

P'lo jardim do meu ser haverá flores!

Fulgente mocidade, p'la ilha dos amores...

Era céu, terra, mar, versos sonhadores

"E sei apenas que não posso mais!"

© Ró Mar 

* 1ª , 14º versos de António de Sousa: 

"Esperei por mim em vão. Suando rezas, | 

"E sei apenas que não posso mais!"

ONDE PARARAM AS MODAS? NO CÉU!

Imagem: Zzig.comunidade

Onde pararam as modas? No céu!

O presente quer casa bem pequena

Pra estar sempre bem arrumadinha

E pouca bagagem é que é! Levezinha

Pra superar mais outra quarentena!

Que não falte imaginação!

É bem essencial pra sobreviver

Em época incerta que houver,

Contudo utopia não é solução!

Dum terraço que alcança o céu

Lá vai gente com a casa às costas,

Leva o drone, que é o guarda-costas!

Voa a voa... eles querem é laréu!

Lá em cima... de vento em popa

Vai o balão d' ar a dançar samba!

Das janelinhas pela corda bamba

Quão bela vista, nem vão à copa!

P'lo salão d' alegoria todo o dia

E à noitinha há a luz das estrelas,

Lá vai um brinde aos planetas!

Amor que nasce de magna poesia!

Voa a voa... eles querem é laréu!

E tudo o vento levou, é a vida!

Quanto mais alto maior a queda,

Onde pararam as modas? No céu!

© Ró Mar  

"POR DETRÁS DA BRANCA TELA"

Imagem: Bellissime Immagini

"Por detrás da branca tela"

"Por detrás da branca tela"

Fluem ideias d' alma,

Coração Cinderela

À janela, noite calma

"Por detrás da branca tela"

Os amores suspiram

P'la trova bela e singela,

Letrinhas que flutuam

"Por detrás da branca tela"

Caravela verde mar,

O sorriso da estrela,

Noite calma a debuxar

Vida, também utopia!

Quiçá, sapato Quintela,

Meia-noite, poesia

"Por detrás da branca tela!"

© Ró Mar

MEU MAIO EM FLOR

Imagem: Imagens do Mar

MEU MAIO EM FLOR

Meu maio em flor...

Botão de primavera 

Que guarda o amor

Perfumando p´la atmosfera

Perfumando p´la atmosfera

As cores do arco-íris...

Sete colinas... quimera

P´la cidade da minh´ íris

P´la cidade da minh´ íris

O céu tem pétala azul

Índigo de arco-íris 

Colorindo norte a sul

Colorindo norte a sul

Com todo o seu frescor

P´la beira rio | mar [duo]

Meu maio em flor...

© Ró Mar

AH, O MAR QUE A MULHER TANTO GOSTA!

Foto © Ró Mar | 2017

Ah, o mar que a Mulher tanto gosta!

Enrola a toalha que vamos à praia,

Temos agora vaga pra dois na Costa,

Apressa-te antes qu' o vermelho caia!

Ah, o mar que a Mulher tanto gosta!

Mascarilha a pique lá vamos nós 

De dois em dois metros à beira-mar,

De cronómetro em riste e atentos à voz

Que dita a q.b. de Sol pra bronzear!

Na areia morna vestimos as roupas,

Pois, não há chapéu qu' evite mirones!

Tapadinhos e de orelhas moucas

Passa o meio-dia à frente dos drones!

Ah, o mar que a Mulher tanto gosta,

Vê-mo-lo agora de vento em popa,

Olha a selfie das ondas da Costa!

E o bronze? Tira a máscara e come sopa!

© Ró Mar  

"QUANDO A POESIA ACONTECE!"

Image: Bellissime Immagini

"Quando a poesia acontece!"

O dia que amanhece

Ao ritmo da paixão 

Tem alma e coração 

"Quando a poesia acontece!"

Eterno desconhecido

Que pela luz transparece

O melhor de seu mundo

"Quando a poesia acontece!"

Luminoso coruchéu...

Não há nuvens p'lo céu,

Nem gente que padece

"Quando a poesia acontece!"

Ouve-se aquela prece

Qu' em fina voz exalta

Gente além da ribalta

"Quando a poesia acontece!"

© Ró Mar

BRILHAM OS MEUS OLHOS

Foto © Ró Mar | 2019

BRILHAM OS MEUS OLHOS

Brilham os meus olhos 

em meio século d' amor...

vestido de maio aos folhos,

cabelo a voar de flor em flor;

Cabelo a voar de flor em flor

vivendo o momento...

em cada estação um sabor,

em cada natureza um sentimento;

Em cada natureza um sentimento,

lembrando com carinho...

meu ser em movimento,

escrevo em pergaminho;

Escrevo em pergaminho

mais de meio século de vida...

vestido rosa-cinza de linho,

primavera que me é querida;

Primavera que me é querida

não se vai sem despedida...

rosmaninho aos molhos,

brilham os meus olhos.

© Ró Mar 

PARA LÁ DO HORIZONTE

Imagem: CHUttttttttt

PARA LÁ DO HORIZONTE

Para lá do horizonte

há terra para semear,

há um rio e uma ponte

para quem quer trabalhar!

O nascer do sol alento

bem-vindo, mais um dia

para quem quer alimento,

do suor vem a alegria!

Cai o dia, a noite certa,

na mesa pão a monte

e vinho que os desperta,

para lá do horizonte!

© Ró Mar 

"SERÁ QUE O SOL VAI NASCER?"

Foto © Ró Mar | 2019

"Será que o Sol vai nascer?"

"Será que o Sol vai nascer"

de novo treze de maio

em Fátima breve raio,

o milagre acontecer?

"Será que o Sol vai nascer"

de novo na primavera

para podermos viver

respirando atmosfera?

As manhãs fazer crescer

de novo verde esperança,

nas crianças confiança!

"Será que o Sol vai nascer?"

Os jardins regados de cor,

de novo baloiço de ser

nas asas da nobre flor!

"Será que o Sol vai nascer?"

© Ró Mar   

"ÁS VEZES É BOM SONHAR"

Foto © Ró Mar | 2019

"Às vezes é bom sonhar"

"Às vezes é bom sonhar"

O sorriso descontraído

Num beijo adormecido

Aqui e em qualquer lugar!

"Às vezes é bom sonhar"

O abraço desmedido

Dum amor mui querido

Num soberbo azul mar!

"Às vezes é bom sonhar"

A vida d' olhos fechados

Num voo pelos telhados

E o planeta recordar!

"Às vezes é bom sonhar"

Pra de manhã despertar

Revestida de coragem

Pra viver a passagem!

© Ró Mar 

NOSTALGIA

Foto © Ró Mar | 2019´

NOSTALGIA

A vida dura, para a qual chegaste

De braços abertos, boca cerrada,

Nostalgia que não imaginaste

Suceder a liberdade vivida!

Novo ciclo de vida que aflora

O nobre coração de outrora,

Nuns olhos rasgados de ilusão

Onde a distância é solidão!

Bate forte o vento da razão

No velho cacilheiro, canção

Que sabes de cor e nada cantas!

De mãos e pés atados olhas

O céu nu, lá alto a estrela guia

Qu' ergue a esperança pelo dia!

© Ró Mar 

PASSEIOS ATÍPICOS

Foto © Ró Mar | 2018

PASSEIOS ATÍPICOS

Estou longe da minha cidade,

mais longe da sua gente,

nem quero ser realista!

Ah, tenho saudade

da minha cidade,

da minha gente!

Olho, entre janelas,

rostos amordaçados,

cães sem trelas!

Passeios atípicos, 

quão larga a minha rua!

Mais ao lado a grua,

confunde o silencio,

serão pobres ou ricos!?

Ah, tenho saudades

dos dias ensolarados,

dois dedos de conversa!

Aquele café sem pressa,

sorrisos dilatados,

pasteis de belém!

Olhar o céu das estrelas,

o abraço de alguém,

o beijo mais além!

Passeios atipicos,

quão larga a minha vista!

© Ró Mar