sexta-feira, 29 de maio de 2015

SORRIR FELIZ



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SORRIR FELIZ


Todos sabemos que o sol tem milhares de exímios raios
E que ele se reflete pela terra como o deus maior;
Sabemos ainda que é vida, mistério, astro do dia, em suma felicidade
Pois, o que sempre esquecemos é de sonhar em conjunto,

Esquecemos que por si só somos pequenos a tal força maior!

Para desenhar o sol não basta sonhar e pronto!
Há que estender os braços pelo nosso planeta, terra, do sistema solar,
E assertivamente darmos as mãos a milhares que sonham prosperidade.
São os múltiplos pequenos dedos que constroem sorrisos vários.
No movimento giratório em torno do nosso projeto
Fazemos os dias e somos também nós, gentes, que ao redor
Do magno sol efetivamos a viável duração do ano e pronto!

Sabemos que as esperanças são longas esperas e que não basta estalar
Os dedos, ou apenas alguns ensaios para alcançar a fonte suprema.
Pois, é preciso muito mais… a força de vontade,
A coragem e, sobretudo, o amor de coração e alma.
Sabemos que tudo tem seu ciclo de vida, principio, meio e fim,
Então, porque é que não escolhemos o melhor princípio para os nossos 
Sonhos, ou, porque é que desistimos a meio da escalada!?

Pois, somos pequenos, egocêntricos e sonhamos alto de mais!
Então, desçamos à terra e executemos em torno do nosso
Eixo! Façamos o esforço de debuxar a plenitude de vida
De acordo às necessidades gerais. Teremos de certeza o final feliz,
Não o de romances, estórias ou contos de fadas,
Mas, haverá de certeza uma outra realidade
Em que nós (as gentes) teremos novamente vontade de sonhar.

E, é a roda-viva que gira pela terra que espelha o seu valor
E determina a intensidade de luz que abastece os dias.
Sendo assim, conclui-se que haverá muitos finais felizes pelo mundo
Basta reconhecermos que precisamos de ajudarmos-nos
Mutuamente e aprender a sermos obreiros de coisa pequena…sorrir feliz.

©  RÓ MAR

quinta-feira, 28 de maio de 2015

SER, EU, A CRIANÇA QUE SONHA E QUER BRINCAR!


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SER, EU, A CRIANÇA QUE SONHA 

E QUER BRINCAR!


Eu, criança, tenho tanto amor para dar
E afago-me ao arrepio do meu tão abraço!
O que sinto pelo mundo é tal…tão espaço
E os sentimentos…!? Eu quero chorar!

Quero viver no meu mundo, deixem-me
Em paz, pois, não vos quero ouvir gritar mais!
Perdi aquela sede de brincar e abraço-me…!
Sinto que cresci e não é tarde demais…

Não é tarde de mais para ainda vos perdoar
E para amar outra vez! Eu quero viver
Ainda outro mundo além do meu e ser…

Ser, eu, a criança que sonha e quer brincar!
Será que ainda me vão deixar crescer
Ao ritmo de uma criança!? Eu quero esquecer!

® RÓ MAR

À VIDA QUE PERSISTE EM NOS AMAR



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À VIDA QUE PERSISTE EM NOS AMAR 


Caminho neste chão movediço, 
Inconsciente, e sinto a alma libertar 
Do corpo tépido, o que até esqueço
O mundo que teima em nos sufocar. 

Sinto em meus pés uma certa leveza 
Que se nos reflete, o que até adormeço 
Sonhando um luar pleno de beleza
E mãos dadas às estrelas começo... 

Começo a sentir o frescor de manhã 
E sinto o impregnado sal deste mar à boca 
Tal qual flor de mar, o que até amanhã 
Permanecerá, sinto-me noutra época. 

Caminho neste chão estaladiço, 
Consciente, e sinto alva paz a calçar-me 
Pelos pincéis que se esticam a este esquiço 
Voluptuoso que conquistei ao passear-me. 

Sinto minha alma em pleno solstício… 
O meu peito banhado de água de mar… 
Faz-me crescer o coração e é o princípio 
À vida que persiste em nos amar.

® RÓ MAR



domingo, 24 de maio de 2015

GENTE DE FUTURO QUE TEM UM CORAÇÃO


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    GENTE DE FUTURO QUE TEM UM CORAÇÃO


    O que a criança tem demais seu: os sonhos
    Que a amam como ninguém; os brinquedos
    Que a crescem mais além; olhos risonhos
    De quem tem coração a conquistar mundos.

    O que a criança sente demais: carinho
    E compreensão de todos os que a rodeiam;
    O universo que a abraça e aquele beijinho
    Especial de entes queridos que a amam.

    O que a criança quer demais: segurança;
    Que a deixem brincar de bem com a vida;
    Harmonia no lar; a paz para ser criança.

    O que a criança urge demais: educação
    Em todos os sentidos para ser na vida
    Gente de futuro que tem um coração.

    ® RÓ MAR

terça-feira, 19 de maio de 2015

O SIMPLES GESTO…



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O SIMPLES GESTO…


O simples gesto marca a diferença
Entre uns e outros e sublima a vida.
Singela rosa que leva a mão-criança
Ao mundo e vê-se gente apaixonada.

Quanta ternura envolta pela só flor
Que cresce ao ar livre e espreguiça-se
Para lá do universo… onde se vê amor
Estampado pelos rostos…ama-se.

Ama-se o dia, a noite e proclama-se
O amanhecer que veste corações
De eternos sonhos…os olhos beijam-se.

Beijam-se de outras palavras as bocas
Que sabem escrutinar sensações…
O simples gesto e amam que nem loucas.

® RÓ MAR

segunda-feira, 18 de maio de 2015

NÃO DEIXES QUE ESTA PRIMAVERA ACABE


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NÃO DEIXES 

QUE ESTA PRIMAVERA ACABE


Espero que ainda sintas o perfume…
Das flores de maio… que nos envolveu
Pelo amor da singela natureza
E que sempre penses no luar que sabe
Às estrelas que quiseram amar…
Pelos ventos os tantos sonhos a voar…
Verdes olhos meus em teu coração.

Espero que ainda vejas o jardim
Nosso… no mesmo sítio do costume,
Onde eu era rosa a flor dos teus sonhos
E tu o príncipe que me amanheceu…
E que a vida nossa seja caminhos
Jamais esquecidos, as nossas bocas
Regatos que aliam ao vento… boas novas.

Espero que ainda saibas ler tal outrora
As pétalas que desenham pelo espaço
As flores que viveram em boa hora.
Que não acabe este nosso sonho em falso
Espinho… o que mais desejo é tua beleza
E essa está estampada nos olhos meus…
E que em todos os tempos sejam teus.

Espero ainda ver os sorrisos teus
E sentir muitos perfumes iguais,
Nossos… no mesmo sítio do costume
Onde nós éramos plenitude…
Eu a rosa brava e tu, o doce jasmim,
Que ainda chamo de amor e vida mais…
Não deixes que esta primavera acabe.

® RÓ MAR

AQUI… AS PALAVRAS SÃO…

 


AQUI… AS PALAVRAS SÃO… 

AINDA ASSIM AS SEI AMAR


As palavras são tantas que nem sei contar…
Passeiam-se por aqui… umas à sombra outras ao sol.
São tantas letras que vivem aqui… umas ao vento
E entre a chuva… há as de frio e as de sol.

Os dias aqui… são pequenos e também grandes…
Passeiam-se pelo ano em carros alegóricos
De tais fantasias e tantas verdades.
E as noites longas… há as pequenas a seu tempo.

Os sorrisos aqui… são da terra e há os de sol e ar…
Passeiam-se ao coração em canções de embalar.
Quando há tempestade as lágrimas são ricos
Tesouros de mui raízes de prosperidade.

As frases que não colheram são aqui… o ar
Que se respira e fortifica este jardim…
Que nem sei quantos frutos tem ainda a dar
Ainda assim tem muito que se possa contar.

Aqui… há vida de diferentes estórias…
Passeiam-se à luz do dia e às estrelas da noite
E conquistam o habitat natural pelo mote
Que vestem… há as azuis e ainda cor das rosas.

Aqui… há metáforas de mil e tais segredos
Que se confessam ao mais terno vento…
Volúpias que amanhecem em seu ninho…
Chilreiam abraços… pássaros de sonho.

Aqui… as palavras são… ainda assim as sei amar
Não que tenha alma de poeta, mas sim algo a dar.
Partilhando este pequeno jardim…
Sinto-me mais perto do coração de todos.

Se há coisa que sei é que não tenho tempo
Para repescar à alma todas as palavras…
Tenho sim aqui… algumas à mão e sem vaidade
Oferendo como trevo uno de felicidade.

Aqui… as palavras são almas de pequena gente
Do campo que vive dia-a-dia… momentos
Que ensinam a amar mais e sempre os outros.
Há as que têm raiz à terra e vivem além da morte.

Aqui… as palavras são tantas que nem sei contar…
As palavras são… ainda assim as sei amar.

® RÓ MAR

O MISTÉRIO DA NATUREZA



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O MISTÉRIO DA NATUREZA


A natureza tem os seus segredos:
O amor entre a palma da mão e os dedos;
A amizade entre o sorriso e as lágrimas;
O paraíso entre o mar e as ledes almas.

O caminho entre a esperança e o divino;
A graça entre a vida e certos mistérios;
A respiração entre os pulmões e o destino;
… Constantes segredos que habitamos.

Ainda assim somos parte visível
Do universo… outro lado da natureza.
Noutro prisma pelo ângulo da clareza
Encontramos também vida aprazível.

Não obstante o mistério permanece
Pelas almas que vivem e quiçá às outras
Que partem para onde a terra arrefece
E é eterno o segredo de certas cousas.

® RÓ MAR

VIVER...


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VIVER 

ANTES QUE A SAUDADE ME MATE


Quando a vida se enrosca no interior
A solidão invade a alma e o amor alastra
Pelo coração como que se quisesse sair

À rua para gritar aos quatro ventos…
Aquela saudade… que bate à porta…
Um som ensurdecedor… é a campainha
Que está meia-avariada, será mesmo!?
Ok. Clica-se na tecla emergente!
Coitado do p.c. tem que nos compreender
Sempre e sem direito a reclamar nada!
Abre-nos as janelas de direito…
A estadia pelos diversos universos:
São vistas raras, beijos de p.v.c. e outros;
São só palavras, algumas sem nexo.
São as palavras que abrem o coração
E deixam a alma partir por aí, voando
Por ali, por acolá, onde o amor é morada.
Caminhando de casa em casa bebe-se
Pelas fontes que se vê pelo caminho e vive-se
Esquecendo o som ensurdecedor
Da velha porta que inferniza o tempo
Que temos para ser e escuta-se o lindo chilrear
Dos coloridos passarinhos que em seus ninhos
Reinventam a primavera e os minutos eternos…
Mais além… uma outra vida que temos a viver
Para sermos libertos em todas as estações.
E, o coração fica mais pequenino,
Para caber no ecrã, as mãos alargam, dedos
Que crescem a nossa mente que voa
E viaja pelos monumentos… cidades
Que nos encantam e regalamo-nos
Rebolando pelos verdes prados a alma
Que se refastela nas praias paradisíacas
E vive-se as soberbas férias ao lado
De tantos amores… que maravilha!
De facto ficamos de olhos regalados
Com o que lê-mos ou melhor visualizamos
E sem tempo para ver tudo e participar
Em tanta iguaria… antídoto à saudade!
Ainda assim a vida continua enroscada
No interior e a solidão cresce-se
No ventre do nosso ser... pela alma
Que ainda teima em viver hiatos de amor.
E o amor… onde está o amor... na tela virtual!?
Que magia… quantos os sonhos, outrora de papel
E agora, num simples clique dá-se enter à vida.
Uma página que se escolhe e por direito
Vive-se a seu lado um outro e grande amor
Que nos prende à vida… que seja utopia
É o que faz bem e quanto mal também!
Será que sem ela se consegue viver
O desassossego… tentar adormecer
Contando carneiros, pois a noite é longa espera
E passar os dias a remediar as horas,
Até que a porta se cale, naquele ruído infernal!
Tenho a sensação que nos sentíamos
Mais um móvel da casa e sem arrumação para nada!
Neste outro universo encontramos prateleiras
E também gavetas de muita utilidade!
Que haja sempre páginas a virar
Para esquecer os momentos menos bons
Ou para recordar minutos de felicidade.
O clique está na moda e não faz nada mal!
A consciência vai e vem é o clique on/ off a valer
E memoriza-se um outro conhecimento…
O novo sentido de vida… o novo conceito de liberdade
Que adquire forma no espaço que é nosso.
O novo universo… onde o amor cabe bem,
Não transborda para lá do coração.
E a nosso jeito, temos a hipótese
De escolher o que queremos, quando queremos
E com quem partilhar informações e emoções…
O tempo passa ao lado despercebido
E dá novo rumo à vida esquecendo
A seu tempo o vínculo oriundo daquela saudade
Devastadora, que promove insónias…
Apesar que o seu olor penetrou a porta de casa
E isso é preocupante, sente-se um ar crónico!
E se e a saudade desiste e um dia vai embora!?
Não se sabe, o tempo dirá se veio para ficar.
Que a fé e a esperança estejam a nosso lado, aí se estão!
Pela janela entreaberta em que escrevo
Estas minhas palavras há mais espaço… ar
Em que respiro todas as minhas palavras
E tem um vento que vai e vem, num simples clique
Sei que está alguém a ler-me o coração
E a memorizar a minha outra alma.
Se escrevo prosa ou poesia pouco importa
O que conta é as emoções que vão além!
Quero eu dizer com isto que tenho espaço
Reservado a mim que é aberto ao universo
E enquanto a saudade não mata digo
Que o meu coração fica pequeno
Quando abraço esta vasta dimensão
E é perante este universo que encontro razão de ser.
Sabem uma coisa, a porta parou de bater
Talvez nem nunca tivesse batido,
O facto é que valeu a pena estar aqui!
Que seja refúgio o que importa é ser de bem,
A alma liberta-se e voa, pelos telhados virtuais,
Sem quebrar as asas, voa longe demais!
Hoje sei que as portas batem sempre, 
Principalmente se há corrente de ar
Enquanto isso há janelas que se abrem para respirar…
E é desse ar que preciso para viver.
Sei também que é preciso viver a realidade
E deixar de ser uma sonhadora
Mas, se me sinto bem assim para quê mudar!?
Sei que viver é ser em constante mudança,
É pular os sonhos e viver realidades.
Mas, o que já vivi e tanto e quais realidades
Que nem quero mais… quero descansar
E dar lugar aos sonhos… outro viver…
Nem que seja universo temporário!
Viver antes que a saudade me mate.

domingo, 10 de maio de 2015

…E ASSIM ABRAÇO-ME-TE


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…E ASSIM ABRAÇO-ME-TE


Mastigando a voz salivo-me-te
Abafo a malfadada solidão
Em que me visto para viver-me-te
Mais perto e sempre rente ao coração.

Mendigando aquela existência de nós
Refugiu-me ao arrepio e perdoo-me-te
Esqueço a penumbra que é atroz
E que me alucina e enfrento-me-te.

Amando convulsivamente o destino
Paro o tempo e quedo a olhar o presente
Que tenho em mente. Mas que, desatino
Que não vê hora…degredo vigente!

O universo que palmilho não tem pé
Tremo…sinto-me-te…tenho medo
E quedo-me rente à nossa maré
Tempos que converto a nosso segredo.

Escutando aquele vento embalo a dor
Que tu me deixas-te e vivo-me-te
Longe do sofrimento e rés ao amor
Que sinto por ti e assim abraço-me-te.

® RÓ MAR

 

APETECES-ME…


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APETECES-ME… 

E REENTRAS TODO O SER…


Apetece-me… abrir a janela e olhar o mar…
As ondas a saltear… fluentes de um rio nosso
Que envolta o meu desejo de te amar…
Que seios… olhar salgado que emposso!

Apeteces-me… e reentras todo o ser…
Mais-que-perfeito… beijo de magia…
Vens… ao meu encontro… quanto enlouquecer…
Deleite pelas pupilas da poesia!

Amamo-nos… dois loucos de prazer
Que se envolvem de alma num só leito
Experto de universos… conjuga o ser.

Resta o sonho que há-de amanhecer
À janela… o quarto… mais-que-perfeito…
O meu corpo banhado do teu ser.

® RÓ MAR

sábado, 9 de maio de 2015

INCONFUNDÍVEL ESTE-SEU PERFUME



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INCONFUNDÍVEL ESTE-SEU PERFUME


 A natureza tem certo perfume,
Inconfundível…surripiado ao vento,
Entra de mansinho pela alma e se instala
Ao coração...sem pedir licença
Entra e sem vontade para dela sair
Memoriza em prol do conhecimento.

É olor de campos que inspira confiança
E alimenta-se à raiz do pensamento.
Vê de olhos fechados a essência amá-la.
Doce composição do ser…bonança
Que equilibra a vida…trajecto inaudível
E tão sonante que eterniza o momento.

É algo de tão belo e insubstituível...
Que até às apalpadelas ela encontra
Felicidade…a que um dia ousou partir.
Outra vida que é gene inteligível
E que até as cegas vê-se nesta montra.
Tem certo travo sábio e é óptimo elixir.

Ama-a de paixão…o que sabe decore…
Casa que tem desde menina…amor.
Não conhece outra e nem ousa procurar.
Tem em seu coração mui bem guardado
Coisas…segredando-a que para amar
Uma natureza diferente é lado-a-lado.

Inconfundível este-seu perfume.

® RÓ MAR

quinta-feira, 7 de maio de 2015

CORAÇÕES RÉS AO EIXO SENSACIONAL!



Imagem - Ileana Serban


CORAÇÕES RÉS AO EIXO SENSACIONAL!


Quando o universo é cego, surdo e mudo
Há alguns parâmetros que a gente tem 
Que sempre amam e exercitam o mundo!
A prosperidade é janela além!

Universo recôndito e que tem tudo,
O que é de mais sagrado a espelhar vidas
Outras, consagrando ao universo sisudo
A abundância pelos campos e avenidas.

Quando o universo é frio, pálido e calculista
Há sempre química que vem de lá
Até cá e é a reacção que temos em vista!

Universo tão imaginário e quanto é real!
Há almas que se lêem do lado de cá_
Corações rés ao eixo sensacional!

® RÓ MAR

SONHO DE TRIGO AO CENTEIO COSTURADO


Imagem - Costura com Amor


SONHO DE TRIGO 

AO CENTEIO COSTURADO


Há pão ao centro da mesa
E a toalha tem estampada a franqueza
Daqueles tais grandes mestres da vida.
Os que sabem labutar dia-a-dia
Para que não falte o sorriso que semeia
Esperança à barriga calejada.

Há nos copos vinho
E o prato está vazio,
A vela que os alumia está a pavio.
Ainda assim há alegria,
Que transborda pelo singelo casebre,
Vê-se a olho nu aquele gosto a medronho.

Ao travesseiro cerzido e amarelado
Fermentam dois rostos num beijo amado.
E a noite envolve-os pelo enfarelado
De tais corações que vivem celebre
Sonho de trigo ao centeio costurado.

Ele é alfaiate de um tal arvoredo
E ela é costureira de sonhos à medida.

® RÓ MAR 

TER UMA VELHICE DIGNA DE SENHOR!


Imagem - Tamara Ert 

TER UMA VELHICE 

DIGNA DE SENHOR!


Que faço aqui nesta terra do nada
Onde as sementes não mais germinam
E os escassos frutos que há são podres!
A fé e a esperança têm os dias contados
E eu esquecido! Vivo dias assombrados
Pedindo a Deus, em todas as humildades,
Que me dê a casinha no céu cheia de vida!
A que sonho e que meu triste coração
Não vê há muito tempo, paz e amor,
Ter uma velhice digna de senhor!

® RÓ MAR