domingo, 30 de janeiro de 2022

O GALO PATA-LEVE




O GALO PATA-LEVE


Canta o Galo p'la manhã!
O que será do amanhã
Se não houver pequeno almoço,
Nem as galinhas maçã
P'ra penicar sem caroço?

Com as galinhas em greve
E o milho a acabar em breve
Não há nem um ovo estrelado!
Pois, o Galo pata-leve
Põe o capoeiro assustado.

© Ró Mar | 01/2022

sábado, 29 de janeiro de 2022

TELHAS & TELHAS




TELHAS & TELHAS


Na casa da Mariquinhas
"Não cai chuva no telhado"
Porque as telhas são novinhas
E de produto arrojado!

- Que beras são as suas telhas
"Não cai chuva no telhado"?
Substitui as minhas velhas.
Dizia ela ao vizinho ao lado.

E ele ouriçou a sobrancelha.
-"Não cai chuva no telhado"
Porque eu hoje estou com a telha,
Não vê que estou encharcado!

"Não cai chuva no telhado"
Da Marquinhas porque as telhas
São impermeáveis (oleado?)
E as do vizinho são esguelhas!

© Ró Mar | 2022/01/29

Mote de MEA : "Não cai chuva no telhado"

sexta-feira, 28 de janeiro de 2022

DEUS

 
Fotografia de Ró Mar 


DEUS


(Tautograma D)


Deus disse diante dos discípulos dai-vos: 
Dividíeis dificuldade, degradação 
Dissipando demências; demovei-vos:
Desvaneceis duvidas, dor, desilusão.

Domínio divino do descanso dotado
De delicadeza, decência disponível 
Dentro de dois dias, domingo determinado,  
Diagnóstico do divino divisível! 
 
Diante daqueles dantescos descrentes
Dava diretrizes delineando desenho
Desenvolto, douto, declarando-os docentes;

Doutores do desalento, do desdenho,
Do desprovido, do dorido, dos demais doentes;
Desbloqueava-os dissertando desempenho.

© Ró Mar | 2022/01/28

quinta-feira, 27 de janeiro de 2022

O AMOR É 'BICHO DE SETE CABEÇAS'




O AMOR É 'BICHO DE SETE CABEÇAS'


Não existe uma fórmula perfeita de amar
porque o amor manifesta-se de diversa forma
e cada uma delas com o seu habitat natural.
O amor é 'bicho de sete cabeças' sem norma,
que influencia a engrenagem do ser humano
p'ra melhor ou pior movendo o quotidiano
em círculos, uns notórios outros pró-forma.

© Ró Mar | 2022/ 01/27

quarta-feira, 26 de janeiro de 2022

O SENTIMENTO VERDADEIRO




O SENTIMENTO VERDADEIRO


Quando se manifesta carinho
e se dá desinteressadamente
a humanidade avança o sorriso
e o universo denota-se reluzente
nutrindo o sentimento verdadeiro,
que floresce o habitat jasmineiro
e a vida evolui indubitavelmente.

Os reflexos de bem-estar geram
confiança, que incita a quietude,
abrindo a porta a outra oportunidade
e colocando o ser numa atitude
reciproca e de gratidão ao semelhante,
que concede ao mundo um interessante
leque alegórico à plenitude.

© Ró Mar | 2022/ 01/26

terça-feira, 25 de janeiro de 2022

ISSO É AMOR




ISSO É AMOR


Se andas dias a correr
de um lado para o outro
em casa, na cama envolta
nos lençóis da noite doutro
dia, pensando desgastar
as horas e ainda sonhar
por ali naqueloutro...

Então isso é insónia,
que te tem ainda acordada
p'ra mais um dia viver
em casa, na rua, na estrada
no céu, no verde jardim,
nas ondas do mar, enfim...
Isso é amor de almofada.

© Ró Mar | 2022/ 01/25

segunda-feira, 24 de janeiro de 2022

"ISTO"




"ISTO"


Dizem que finjo ou minto
Tudo que escrevo. Não.
Eu simplesmente sinto
Com a imaginação.
Não uso o coração.

© Fernando Pessoa

*

I
 
Observo o meu universo
Tal e qual como o sinto
E quanto ao que é disperso
Comtemplo-o por instinto,
"Dizem que finjo ou minto."

Se o vejo nem penso,
Crio o que vem à mão
E tudo compenso
 Como uma aparição;
"Tudo que escrevo. Não."
 
Somente o relevante.
Esquiço o que pressinto,
Caligrafia distante
Num momento constante,
"Eu simplesmente sinto."

Arrimo e cultivo
Signos de compreensão
De teor relativo
E rimo o coração
"Com a imaginação."

Medito o que escrevo!?
Faço-o por devoção
Antiquado ou coevo!?
Quanto à tradição
"Não uso o coração."

© Ró Mar 

***
 
Tudo o que sonho ou passo,
O que me falha ou finda,
É como que um terraço
Sobre outra coisa ainda.
"Essa coisa é que é linda."

© Fernando Pessoa

*

II

Tudo revivo e conto
Em letras onde espaço
A saudade que apronto
Nalgum desembaraço,
"Tudo o que sonho ou passo."
 
Concebo sem lamento
A minha leda lida
E sempre algo reinvento
 Na travessia vivida,
"O que me falha ou finda."

A poesia para mim
É magia dum abraço,
Que brota no jardim
Marinho do espaço;
"É como que um terraço,"
 
Que presenteia luar
Numa viagem linda;
Tempo de desanuviar
E me sentir bem-vinda
"Sobre outra coisa ainda."

Momentos de esperança
Que dão certa vida, ainda
Sorrir como criança
Num colo de amor, inda...
"Essa coisa é que é linda!"

© Ró Mar 

***

Por isso escrevo em meio
Do que não está ao pé,
Livre do meu enleio,
Sério do que não é.
"Sentir? Sinta quem lê!"

© Fernando Pessoa

*

III

Isso que por aí falta
Influencia o seio
E desmesura a pauta
Regendo o recheio,
"Por isso escrevo em meio."
 
Com vontade de rever
Tudo o que fui até
Agora e reviver;
Ter o olor da maré,
"Do que não está ao pé."

Nada é impossível,
Pois, em tudo creio
Porque é atingível!
Por isso, passeio
"Livre do meu enleio."
 
Sonho de olhos abertos
Com o amor, Isso é que é!
O que nos traz libertos
E perto de Cairé,
"Sério do que não é."

Se escrevo poesia?
Não sei. Sou alguém que vê
E que com alma cria
Coisas. Arte ou cliché!?
"Sentir? Sinta quem lê!"

© Ró Mar | 2022/ 01/24

domingo, 23 de janeiro de 2022

"SONHEI COM O PARAÍSO"


Fotografia de Ró Mar


"SONHEI COM O PARAÍSO"


Nos bons tempos da infância
"Sonhei com o paraíso"
Inocente via abundância
A construir o sorriso.

"Sonhei com o paraíso"
O mundo de cor-de-rosa
Patamar indiviso,
Que me fazia a face airosa.

"Sonhei com o paraíso
Naturas resplandecentes
 Os humanos com juízo
Todos em paz e contentes.

Era ainda uma menina
Não tinha dente 'siso'
Mas, tinha visão prá sina
"Sonhei com o paraíso."

A minha ingenuidade
Não contou co' o prejuízo
Feliz com a realidade
"Sonhei com o paraíso."

© Ró Mar | 2022/01/22

Mote de Mª. Lourdes N. Mourinho Henriques: 
"Sonhei com o paraíso"

sábado, 22 de janeiro de 2022

"PASSAMOS PELAS COISAS SEM AS VER"




"PASSAMOS PELAS COISAS SEM AS VER"


Passamos pelas coisas sem as ver,
gastos, como animais envelhecidos:
se alguém chama por nós não respondemos,
se alguém nos pede amor não estremecemos,
como frutos de sombra sem sabor,
vamos caindo ao chão, apodrecidos.

© Eugénio de Andrade

*

I

Tão absortos, tão intelectivos!
Andamos milhas sem ver e reter
os fluidos externos, tão concentrados
na nossa vida e tão desacertados
do que podíamos ser observando!
"Passamos pelas coisas sem as ver."

II

Na verdade há um certo cansaço
quotidiano, tantos desvalidos,
Que nos deixa perplexos como nulos!
Então fechamo-nos mais nos casulos
tornando-nos quase irreconhecíveis,
"gastos, como animais envelhecidos."

III

Lá vamos tecendo o próprio viver,
com pezinhos de lã sempre podemos
tentar sobreviver à 'tempestade'!
  Perante esta surreal sociabilidade
e movidos p'la voz de desconfiança,
"se alguém chama por nós não respondemos."

IV

Somos 'bichos do mato' ou 'flores de estufa'!
Não estranhamos porque endoidecemos
com o evidente caos, que invadiu
o habitat, surripiou, influiu
os sentidos de tal maneira que
"se alguém nos pede amor não estremecemos."

V

Pois, tornou-se viral certa distância
e ainda mais com tanta escassez de amor!
Tornámo-nos espiritualistas,
egocêntricos, frios, calculistas!
Acostumámo-nos a este viver
"como frutos de sombra sem sabor."

VI

Crentes de poder vir a desfrutar
dum Planeta são e desprovidos
de certos meios vamos encalhando
num suposto estar amealhando
tempo! Esquecidos, pouco a pouco
"vamos caindo ao chão, apodrecidos."

© Ró Mar | 2022/01/22

quinta-feira, 20 de janeiro de 2022

"MOVER MONTANHAS"




"MOVER MONTANHAS"


"Tentear-lhes a fome... e até sobrar"
Para procriar fiapos noutra sequência
Expetante que venha a melhorar
O cardápio com dose de paciência.

E, por este labirinto sequiosa
Duma boa prosa escarafuncho
Até aos confins, nada receosa,
Embora se denote o caruncho.

Tenha eu ainda alguns dentes molares
Até ao dia de partir... hei-de sorrir,
Dar dentadas nas côdeas e acenares

Ao universo o uno verso de devir
Num cear coerente de afagares
Saciar famintos de estro... coexistir...

© Ró Mar | 20/01/2022

Mª João Brito de Sousa: "Tentear-lhes a fome... e até sobrar"

"MOVER MONTANHAS"




"MOVER MONTANHAS"


"Nada do que foi escrito é escatológico"
São meros laivos de raízes profundas
Ao vocábulo impugnando o lógico
Da maré, que se adivinha nas fundas!

Assim, esvaziado o pote mágico
Calcorreado vai o pensamento
Ao leme dum desnorte nostálgico
Implorando pelo sentimento.

Quando escasseia a leda inspiração
Desvanece o modo de frasear,
Que só dotados sabem da criação.

Cabe-me mover montanhas p'ra achar
O dom que outrora abria o coração
Num leque emotivo de fascinar!

© Ró Mar | 20/01/2022

Mª João Brito de Sousa: "Nada do que foi escrito é escatológico"

"MOVER MONTANHAS"




"MOVER MONTANHAS"


"Conduzidas por uma só sereia"
É mote de génio, que iça esta barca
Cambaleante entre o mar e a candeia
Na mística e aventurada matriarca;

Protetora das ninfas Oceânides
Criadora de floreado marítimo,
Que ascende às excelsas efemérides,
Ah, Tétis, Musa do vento Oceânico!

Move-se a Terra e ascende-se aos Céus
Neste belo pedaço mitológico
Onde se faz viagens pelos ilhéus;

Metáforas de mérito cronológico
Filiadas na Lumena dos coruchéus
Onde nasce o poder morfológico.

© Ró Mar | 20/01/2022

Mª João Brito de Sousa: "Conduzidas por uma só sereia"

"MOVER MONTANHAS"




"MOVER MONTANHAS"


"Que não tem um motor nem traz assento"
E este carcomido, desamparado,
Onde a poeira aninha no argumento
Ressaltando o tempo pré-encerrado!

Por mais que abra janelas p'ra arejar
A maleita está aqui de tal forma,
Que não resta dúvida a despistar
Nem exclamações, tornando-se norma.

O vai-e-vem de engrimância na escalada
Ressalta, saltam os carretos, teia
Premiando a permuta prá 'pousada'.

Imagético, contudo recheia
De esperança o olhar da voz calada
E os dedos tremulando a ideia!

© Ró Mar | 20/01/ 2022

Mª João Brito de Sousa: "Que não tem um motor nem traz assento"

"MOVER MONTANHAS"




"MOVER MONTANHAS"


"Soube acender em mim tanta incerteza..."
Por minha culpa, entreguei o coração
Num dia núveo p'ra sentir firmeza
Na minh' alma ao compor uma canção;

Mas, dias não são dias, hoje sei bem
O quanto tu me amaste na surdina;
Se me foges é porque queres-me bem
E eu sempre preciso da lamparina...

Ah, quantas as noites o Morfeu não vem!
E, o que me têm acesa noite adentro
És mesmo tu: ó Musa de todos sem...

Querubina da colina, epicentro
Da retina, qual o horizonte advém
Liberto, peculiar do circuncentro!

© Ró Mar | 20/01/ 2022

Mª João Brito de Sousa: "Soube acender em mim tanta incerteza..."

quarta-feira, 19 de janeiro de 2022

"MOVER MONTANHAS"


Fotografia de Ró Mar


"MOVER MONTANHAS"


"Que encontro a força pra mover montanhas"
E destrono a Musa feiticeira,
Que de repente em manhas e artimanhas
Dá volta ao miolo e traz canseira!

Ah, como me apraz saber-me capaz
De improvisar sem ter fada madrinha
P'ra o toque final, tão bem que isso faz!
Não sendo ingrata, também sou estrelinha!

Venha o pôr do Sol, que eu desfilo ao lado!
Haja mar altaneiro e mais natureza
Para me consolar no poema amado!

Se tiveres de novo a delicadeza
De sobrevoar o meu céu estrelado
Serás o luar dos meus dias de tristeza.

© Ró Mar | 19/01/ 2022

Mª João Brito de Sousa: "Que encontro a força pra mover montanhas"

domingo, 16 de janeiro de 2022

O TEU ABRAÇO SEMANAL




Mote:


Dá-me, um sorriso ao domingo,
Para à segunda eu lembrar.
Bem sabes: sempre te sigo
E não é preciso andar.

© Fernando Pessoa

*

O TEU ABRAÇO SEMANAL

I

O teu abraço semanal
Tem valor incalculável
Para mim. É tão saudável!
Sinto aquele colossal
Aconchego de Natal;
É um dia de sorte e sigo
O coração, que respingo.
Ah, como me contento
Por tão pouco momento!?
"Dá-me, um sorriso ao domingo."

II

Dá-me a alegria de viver
E uma certa confiança,
Que me dá toda a esperança;
Faz-me dona do saber
E senhora do aprender.
Ah, pena ele não ficar!
É com ele que quero estar
Todos os grandes minutos;
Aos domingos atributos
"Para à segunda eu lembrar."

III

Dá-me força pra acordar
No dia seguinte com vida,
Bem-disposta, renascida
E com vontade de enfrentar
O que se pode esperar
Do mundo. Tudo consigo
No teu abraço meu amigo!
É com ele que caminho
No dia-a-dia, devagarinho;
"Bem sabes: sempre te sigo."

IV

Sim, sempre te sigo em mente,
Pois, meu peito te pertence;
Terça e quarta parisiense,
Quinta, Sexta é carente
E sábado meu excedente
De véspera a fervilhar
Pelo teu abraço a chegar;
Domingo minha quimera,
O meu coração acelera
"E não é preciso andar."

© Ró Mar | 16/01/2022

sábado, 15 de janeiro de 2022

"VIESTE EM PASSO APRESSADO"




"VIESTE EM PASSO APRESSADO"


"Vieste em passo apressado,"
Nariz rugado, mão torta
E com esse ar estouvado
Ao sair bateste com a porta.

Nesse teu olhar calado
Previ o que ia acontecer
"Vieste em passo apressado,"
Ficou tanto por dizer!

Ficou tanto por fazer,
"Vieste em passo apressado"
E nada parecia ser
Análogo ao passado.

"Vieste em passo apressado,"
Traçando o torvelinho
Pela ausência dominado
E de nós nem cheirinho!

Um presente diferente,
Qu' enreda um triste fado,
Pois, neste dia de parente
"Vieste em passo apressado."

© Ró Mar | 01/2022

Mote de Joaquim Sustelo: "Vieste em passo apressado"

quarta-feira, 12 de janeiro de 2022

COM O CORAÇÃO NA MÃO



Mote:


Quantas sedas aí vão
Quantos brancos colarinhos
São pedacinhos de pão
Roubados aos pobrezinhos!

© António Aleixo

*

COM O CORAÇÃO NA MÃO


I

Ah, quanta mordomia
S´ alardeia, falácia a mais
E perspicácia demais
P'ra colmatar a miséria,
Não s´ aguenta tanta léria!
Muitos vivem com o coração
Na mão, falta-lhes o pão
Na mesa e nada s' espera
Que lhes dê razão, pudera,
"Quantas sedas aí vão"!?

II

Quantos saltitos altos
Ignoram o chinelar!?
Deve de ser p'ra não dar
Nas vistas, ou são arautos!?
Deve haver muitos asfaltos
E também muitos mesquinhos
Para tantos coitadinhos!
- Por favor e obrigado,
Repete-se o enrugado;
"Quantos brancos colarinhos"!

III

Quantos são os engravatados,
Que com chauffeur e lacaio
Veem os pobres de soslaio;
- Devem estar encharcados!
Chove, não é p'ra todos,
O pé fora do carrão
Só à porta do casarão;
Finórios, que dão migalhas
E mais umas quantas tralhas;
-"São pedacinhos de pão"!

IV

Ah, tamanha pequenez
De carácter, avareza!
Para quê tanta riqueza?
Porquê tanta escassez?
Porque não mais sensatez?
Quantos são os saláriozinhos
Pelos errantes caminhos!
Ah, são tantos os desalentos
Causados por mantimentos
"Roubados aos pobrezinhos!"

© Ró Mar | 01/2022

terça-feira, 11 de janeiro de 2022

ESPERANÇA

 


Mote:


Nasce alegria num nada
Que surge no horizonte
E nos vem dar a lufada
De ar fresco assim pela fronte...

© Joaquim Sustelo

*

ESPERANÇA


I

Quando a esperança opera 
O viver amargurado
Regressa ao tempo passado
E volta a volta supera
Tristeza que não s' espera;
P'la positiva a 'coitada'
Desvanece e fica em nada!
Ao construirmos o futuro
Como tempo mais seguro
"Nasce alegria num nada."

II

Luz divina, que s' abraça
À vida e espalha amor
P'lo mundo cuidando dor
Na teia que desembaraça
Os pensares e com graça
Nos cutuca bem defronte
Consolidando à fronte
Um desvelar de sonho
Tornando o dia risonho,
"Que surge no horizonte."

III

Distraidamente s' envolve
E funda serenidade,
Que perfaz felicidade;
Olha o redor que move,
Agita-nos e promove
Momentos numa passada
Revigorante plantada
No topo duma montanha
Onde o sal do mar s' entranha
"E nos vem dar a lufada";

IV

Os pensamentos clareiam
A noite e surge poesia,
Que nos traz um novo dia!
Então, as ondas penteiam
E os cabelos bronzeiam;
Sol planeando o horizonte
Fazendo de ponte ao monte,
O qu' inventa alma grandiosa;
Gente que está desejosa
"De ar fresco assim pela fronte..."

© Ró Mar | 01/2022

"TRÊS HUMILDES REIS CHEGARAM"




"TRÊS HUMILDES REIS CHEGARAM"


Guiados pela estrela mor
"Três humildes Reis chegaram"
À cabana do Senhor
Em Belém e o adoraram.

"Três humildes Reis chegaram"
À manjedoura e Jesus
Co' muito amor presentearam
Agradecendo a sua luz.

"Três humildes Reis chegaram"
P'ra ver e ouvir o Senhor;
Os Magos, que capricharam:
Baltazar, Gaspar, Melchior.

"Três humildes Reis chegaram"
Co' incenso prá divindade;
Ouro ao reino que louvaram
E mirra prá humanidade.

"Três humildes Reis chegaram"
P'ra celebrar o Natal,
A paz e a alegria espalharam
Com o mérito universal.

© Ró Mar | 01/2022

VIVER O REAL E SONHAR




VIVER O REAL E SONHAR


Viver com ponderação
E também com ousadia
Concede à alma harmonia
E faz bem ao coração,
Mas, melhor faz com poesia!

Viver o real e sonhar
Com o que desejaria
Numa estável parceria
Quotidiana é sempre amar
E denotar ousadia!

© Ró Mar | 01/2022

sexta-feira, 7 de janeiro de 2022

O MUNDO PARECIA SALVO




O MUNDO PARECIA SALVO


"Havia luz vinda da gruta de Belém",
Que se fazia sentir em todo o universo,
Hora de agradecer a dádiva do além
E de adorar a manjedoura (berço).

O filho de José e Virgem Maria
Tinha nascido, o mundo parecia salvo,
As famílias reuniam com alegria
E o dia nítido dissipava o fuscalvo;

A paz reinava incutindo mudança
Nas populações, todos e mais alguém
Unidos num elo frutífero, esperança;

A prova de que todos são iguais provém
Do amor de Cristo, qu' inspirava confiança;
"Havia luz vinda da gruta de Belém."

© Ró Mar | 01/2022

GENTE SÁBIA

 


 GENTE SÁBIA


"Havia luz vinda da gruta de Belém"
Suficiente p'ra salvar a humanidade
S' os homens praticassem sempre o bem,
Clima de paz franqueando felicidade.

Era a festa da vida feita de amor
E 'sperança num dia seis de Janeiro;
Honrar os Reis: Gaspar, Baltasar e Melchior
(Simbólicos); louvor ao 'Verdadeiro'.

Os Magos, que guiados p'la Estrela Mor
Chegavam ao Menino nascido em Belém
E o presenteavam com o devido valor;

Era mirra, incenso e ouro, que provém
Da humildade de gente sábia e com amor,
"Havia luz vinda da gruta de Belém".

© Ró Mar | 01/2022

quinta-feira, 6 de janeiro de 2022

O DIA DE REIS




O Dia dos Reis


"Havia luz vinda da gruta de Belém",
Era Natal, faziam por celebrar
Messias e o Dia dos Reis como convém,
Cantavam as Janeiras par 'agraciar.

Dia de comer cinco grãos de romã
"Em louvor dos Santos Reis" pedindo
Desejos e guardar a coroa da romã
Co' uma moeda p'ra ver o ano luzindo;

Saborear o afamado bolo-Rei ou Rainha
E agradecer a Deus p'lo ano que vem
Brindando com Porto de nobre vinha.

A alegria é o melhor p'ra dar a alguém!
O povo reunia à volta da estrelinha,
"Havia luz vinda da gruta de Belém"!

© Ró Mar | 06/01/2022

terça-feira, 4 de janeiro de 2022

O CICLO DE NATAL




O CICLO DE NATAL


"As Janeiras, cantando"
Ao nascer do Menino
E a todos abençoando
No Ano Novo o destino.

Havia luz vinda de Belém,
Jesus tinha nascido,
Hora de adorar o recém,
Caminhar pró referido;

Na mira da Estrela-guia
Os Três Reis Magos chegam
Ao estábulo e ao pé de Maria
E José o Cristo abençoam;

Logo, acariciando as mãos
Ao Nazareno com fervor
Sentem o sinal de irmãos,
Veem qu' Ele é o Salvador;

Segundo contam: dos Três -
Baltasar, Gaspar, Melchior-
Um era de negra tez
E Jesus aos Três deu amor.

"As Janeiras, cantando"
Louvam os Reis e o Salvador
Da Humanidade, encerrando
O ciclo de Natal co' amor.

© Ró Mar | 01/2022

"AS JANEIRAS, CANTANDO"




"AS JANEIRAS, CANTANDO"


Vêm os Reis com seus camelos,
"As Janeiras cantando,"
Dávamos-lhes caramelos
Se não estivesse nevando!

© Ró Mar | 01/2022

"AS JANEIRAS, CANTANDO"




"AS JANEIRAS, CANTANDO"


Aqui, vimos propagar
"As Janeiras, cantando"
À vida, a todos salvar
E confraternizando!

© Ró Mar | 01/2022

"AS JANEIRAS, CANTANDO"




"AS JANEIRAS, CANTANDO"


Janeiro de boas maneiras,
"As Janeiras, cantando"
Esperança, sem barreiras
Íamo-nos concertando!

© Ró Mar | 01/2022

"AS JANEIRAS, CANTANDO"




"AS JANEIRAS, CANTANDO"


Chegou o Janeiro, chegam
"As Janeiras, cantando"
Ao Ano Novo delegam
Tudo, que vão trauteando.

© Ró Mar | 01/2022

"AS JANEIRAS, CANTANDO"




"AS JANEIRAS, CANTANDO"


Reza a história qu' em afagos
"As Janeiras, cantando,"
Contam a lenda dos Magos
E ao ano novo vão orando.

© Ró Mar | 01/2022

"AS JANEIRAS, CANTANDO"




"AS JANEIRAS, CANTANDO"


Epifania do Senhor:
"As Janeiras, cantando"
Aos três Reis Magos louvor
E a Cristo, celebrando.

© Ró Mar | 01/2022

"AS JANEIRAS, CANTANDO"




"AS JANEIRAS, CANTANDO"


"As Janeiras, cantando,"
Chegam os Magos ao Oriente
E nós Reis celebrando
O dia seis, divinamente!

© Ró Mar | 01/2022

CANTAI AS JANEIRAS "REISADAS"

  


CANTAI AS JANEIRAS "REISADAS"


"O nascimento do Menino Jesus",
Celebrar o Natal até ao dia de Reis,
Dia seis de Janeiro, epifania, luz
De Cristo a louvar sempre que podeis!

 Cantai as Janeiras "Reisadas" com amor
Aos Reis Magos, Melchior, Gaspar, Baltazar,
Que chegam do Oriente p'ra adorar o Senhor,
Através de sinal divino a palmilhar!
 
Co' incenso símbolo de Deus, mirra o imortal
E ouro símbolo do poder a cabana reluz,
Que podeis sempre replicar, transcendental!

  Comer e beber, que festim,! Ai, Jesus,
Que se está a acabar! Fim do ciclo de Natal,
"O nascimento do Menino Jesus."

© Ró Mar | 01/2022

"AS JANEIRAS, CANTANDO"




"AS JANEIRAS, CANTANDO"


Desde o dia um até seis de Janeiro
É tradição saudar o Ano Novo,
Fazendo dele fiel companheiro,
De casa em casa se reúne o povo.

Todos se dispõem a ofertar manjares,
Chouriço, broas, vinho e outras singelezas
Aos bobos, que dão festa de cantares
Tradicionais "Reisadas" p'las redondezas.

- Venham os Reis, nós lhes queremos bem!
Neste lema "As Janeiras, cantando"
Dão as boas-vindas ao ano que vem;
- Que fique tudo bem! (desejando)

- Muito trigo, milho e também azeite
Pró pão e vinho p'ra molhar o bico;
- Que nada falte, nem nada s' enjeite!
Bênção à natureza e o povo é rico!

- Ó comadre, não somos esquisitos
E com tamanha sede ia uma ginjinha!
- Vamos até Belém aos Reizitos:
Baltazar, Gaspar, Melchior; à cabaninha.

© Ró Mar |  01/2022

domingo, 2 de janeiro de 2022

PLANETA EM FLOR




PLANETA EM FLOR


Entrámos num Novo Ano
Sem saber o que ele traz,
Que seja tempo de paz
Para que o quotidiano
Se faça universo humano!

Esperemos o melhor,
Que nos dê vida saudável
Para desfrutar a afável
Natureza e obter o amor,
Que (re)crie um Planeta em flor.

© Ró Mar | 2/01/2022

sábado, 1 de janeiro de 2022

AS JANEIRAS, CANTANDO




AS JANEIRAS, CANTANDO


Um Bom Ano! chegaram
As Janeiras, cantando
O cantar de Reis, serão
Quadras multiplicando!

Vamos viver pensando
Fazer o bem, que faz bem,
Nos trechos caminhando
P´lo presépio de Belém.

Não somos Magos, nem Reis
Mas, aqui há gente de bem
P'ra cantar até ao dia seis
E pregar o que convém.

Vamos recriar, venham elas -
As Janeiras, cantando,
Florindo pelas janelas
E as donzelas mimando!

© Ró Mar | 1/01/2022

"ANO NOVO, BRILHA O SOL"




"ANO NOVO, BRILHA O SOL"


"Ano Novo, brilha o Sol"
Cobrindo o nosso Planeta
Num amigável lençol 
D' esperança, que profeta.

"Ano Novo, brilha o Sol"
Num mar azul índigo,
O dia renasce ao arrebol
E o universo em paz consigo.

"Ano Novo, brilha o Sol"
P'las almas inspirando
A pensamentos em prol
D' afectos, replicando!

Neste sublime farol
A humanidade renasce,
"Ano Novo, brilha o Sol"
E que sempre nos enlace!

Viver no espectro de luz
Escutando o rouxinol
Da boa-nova, o que traduz:
"Ano Novo, brilha o Sol."

Se houvesse Paz, saúde e amor
Tricotar-se-ia o cachecol
Gigante e multicolor!
"Ano Novo, brilha o Sol."

© Ró Mar | 1/01/2022

Mote de Joaquim Sustelo: "Ano Novo, brilha o Sol"

ANO NOVO | PAZ UNIVERSAL




ANO NOVO | PAZ UNIVERSAL


"O nascimento do Menino Jesus"
Vem com o propósito de renascer
O universo, instalar a paz e dar luz;
O primeiro dia do Ano Novo a nascer;

Vem Renovar esperanças e afectos;
Oferenda da paleta de doze meses
Para colorirmos a vida de momentos
Diferentes e em cada um deles mais vezes!

É hora de fazer as pazes com o passado,
Olhar pró presente como abençoada cruz
E desfrutar sereno do que nos foi dado!

O tempo encarregar-se-á de fazer jus
Às boas intenções num ciclo vivenciado:
"O nascimento do Menino Jesus."

© Ró Mar | 1/01/2022