domingo, 6 de julho de 2014

SONS DE UMA ÁRVORE SINCOPADA


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SONS DE UMA ÁRVORE SINCOPADA


Letras que fui arrecadando pelo tempo...
Palavras que não consumi de um tempo
Que teimei em não gastar... Letras esquecidas
Num baú algures num tempo de tão vidas.

Meras sílabas, algumas sem nexo,
Outras o são eco de quanto silêncio...
Bramidos de um tempo longo e complexo
Que me edificou, quiçá, o desígnio.

Palavras de um tempo com tanto tempo
Que agora sentem que não têm mais vez,
Mas ainda respiram o ar de tão tempo!
Quis a vida ser assim e tudo tem a sua vez.

Sons de uma árvore sincopada e ainda tão reais...
São ainda luz em réstias que me deleito;
Neles, tenho espaço para sonhar tais
Coisas que são do tempo em que me ajeito.

E, em tantas palavras busco sinónimos...
Que ainda se brilhem, tal como em tempos outros;
Não quero ouvir, quero encontrar pseudónimos
Que deem espaço a tantos e mais sentires noutros.

® RÓ MAR