domingo, 9 de fevereiro de 2020

"A MINHA TERRA É DISTANTE!"


Lisboa | Fotografia de Ró Mar


"A minha terra é distante!"


A minha terra é distante
Do Porto e minha pena d' ouro
Ergue-a num rabelo viajante
Levando-a a passear p' lo Douro.

A minha terra é distante
D' Aljustrel e sem canseira
Sabe bem fazer torrão d' Alicante
E outras iguarias da vila mineira.

A minha terra é distante
Do Algarve e tão amante
Da gastronomia Algarvia,
Faz D. Rodrigos na caligrafia!

 A minha terra é distante
Do Norte e Sul de Portugal,
Perto de todo o semblante
Porque é grande Capital!

 A minha terra é distante
Do campo e é tão verde
Porque é a Capital Verde
Europeia de poesia gigante.

Porque a vida é gritante
Sem poesia! Quando não viajo
Deambulando o meu trajo
A minha terra é distante!

Trajo até à Golegã de burrico
Pra celebrar o puro viajante 
Lusitano, porque do Ibérico
A minha terra é distante.

A minha terra é distante
D' estrangeirismos, ações
Só na língua de Camões,
Salve aos regionalismos!

A minha terra é distante
Do campo e são sete as colinas
Espelhadas p' lo Tejo flamejante,
Qu' apregoam as varinas.

Quanto à saudade e pranto
Vou até à casa hilariante
D' Amália escutar o quanto
A minha terra é distante.

D' alma e coração numa magia
Maviosa p' la histórica província
Portuguesa! Ah, a minha miopia,
A minha terra é distante!

© Ró Mar