quinta-feira, 8 de maio de 2014

A TUA AUSÊNCIA




A TUA AUSÊNCIA 


A tua ausência... rosa ébria e seca ao luar 
Que se inebria na pena leve e suave 
D’ um doce cantar a sereia do mar. 

Voa nos rios sinuosa e brilhante 
Como uma lágrima que quer navegar 
Até ao enredo dos teus olhos e lá ficar. 

Nas ondas do teu fino cabelo nasce a clave 
Que dá brilho a esta singela pena que ao escrevinhar 
Vive a saudade do beijo mergulhado no mar. 

São traços a azuis que se elevam 
À superfície e elegem o recordar 
D’ um secular olhar, o que deveras vale a pena amar. 

A tua ausência… vogal e consoante, 
Fonemas que se inebriam na pena leve e suave 
Em metáforas de ritmo, áspera rosa sonante. 

Esvaísse o pensamento nas almas do coração 
E tudo fica um vazio, uma metade errante 
Que se quer achar pelo vento que teima e parte. 

Não seja por isso, sou um todo, olha a poesia 
Invés, poucas palavras na letra distante… 
O mundo, um poço de abismo e também utopia. 

A tua ausência… a margem branca que se veste 
Na lágrima que se inebria na pena leve e suave 
E cintila a harmonia de corpo celeste. 

© RÓ MAR