terça-feira, 15 de dezembro de 2015

A TUA AUSÊNCIA...




A TUA AUSÊNCIA...


A tua ausência... rosa ébria e seca ao luar
Que se inebria na pena leve e suave
D’ um doce cantar a sereia do mar.

Voa nos rios sinuosa e brilhante
Como uma lágrima que quer navegar
Até ao enredo dos teus olhos e lá ficar.

Nas ondas do teu fino cabelo nasce a clave
Que dá brilho à singela pena que ao escrevinhar
Vive a saudade do beijo mergulhado no mar.

São traços a azuis que se elevam
À superfície e elegem o recordar
D’ um secular olhar, o que deveras vale a pena amar.

A tua ausência… vogal e consoante,
Fonemas que se inebriam na pena leve e suave
Em metáforas de ritmo, áspera rosa sonante.

Esvaísse o pensamento nas almas do coração
E tudo fica um vazio, uma metade errante
Que se quer achar pelo vento que teima e parte.

Não seja por isso, sou um todo, olha a poesia
Invés, poucas palavras na letra distante…
O mundo, um poço de abismo e também utopia.

A tua ausência… a margem branca que se veste
Na lágrima que se inebria na pena leve e suave
E cintila a harmonia de corpo celeste.

© RÓ MAR