segunda-feira, 4 de janeiro de 2016

RESPIRO UM LABIRINTO




RESPIRO UM LABIRINTO


Adormecida no plasma de uma noite fria
Respiro um labirinto, não há mesmo poesia
Que me valha! Ladeada de roseira amarela
Num caminho de curvas e contracurvas sem estrela!

Um sonho tenebroso que me corta a respiração
E acorda a madrugada atracando-a ao dia;
Como se quisesse permanecer em mim, que solidão!
Pouco a pouco renasce a luz de um outro dia;

Ainda respiro a mistura perplexa da roseira amarela
No alcatrão! Ainda assim, estou contente por ter mais um dia
E debruço o olhar nesta, minha, janela;

Vejo que ainda não chove, e que há em frente mais um dia,
E escrevo alguns rabiscos, num papel rasurado em cera de vela,
Que definham o meu presente e há réstia de alegria.

© RÓ MAR