sábado, 19 de abril de 2014

(A)MAR A TEMPO INTEIRO


(A)MAR A TEMPO INTEIRO


(A)mar que tanto quer e nada vê…
O Coração abalroado ao cais, mercê
Da saudade d’um velho cacilheiro;
Jornal amarrotado ao punho forasteiro;

Saudades que traspassam em cliché
Letras de amarelado démodé…
Que se leem no presente sobranceiro 
Invocando pelo verbo conselheiro.

Ó alma, que lês o verbo amar, porquê? 
Navegas pelo vento tão traiçoeiro 
Que aos olhos o horizonte nem vê.

Abre o coração ao mar, teu companheiro, 
E sente a vida livre de fuzuê 
Pelo olhar que quer (a)mar a tempo inteiro.

® RÓ MAR