segunda-feira, 25 de janeiro de 2016

ATÉ SER PRIMAVERA…





ATÉ SER PRIMAVERA…


Hoje estás a meu lado e nada mais importa!
No teu olhar vejo a lua cheia;
Nos teus lábios provo o sal a mar;
Na tua pele sacio os meus desejos;
E tudo o mais é vento na areia
Que refresca a labareda deste amar.
É Inverno e não dei por ele, a praia está deserta
E parece-me uma multidão!
Sou o que és, és o que eu sou...
Neste momento, somos um só coração,
Coisas que ao tempo respirarão
Não tão assim, ou até não!
Hoje estás a meu lado e nada mais importa!
Ao calor dos teus beijos
Navego o meu corpo, bronzeando
A pele no teu olhar a mel.
Soberbo o nosso mundo…
Viajem de Lisboa a Aljustrel
Sem paragem, só pausa a dizer amo-te,
No sorriso levo o quanto feliz sou
Ao teu lado.
Aqui me quedo, sem hora de voltar
Até ser primavera…
E outra vez primavera
Onde se lê no verde trevo Amo-te.

© RÓ MAR

RESPIRO… QUE ME RESPIRAS




RESPIRO… QUE ME RESPIRAS


Hoje, respiro, o dia..., que me respiras
Orgulhoso de teres na mão a flor, de beleza,
Que cuidaste no teu jardim! Suspiras
Frescor do dia pela tua alma de certeza!

Hoje, respiro…, que me desabotoas a alma,
Perfumando o teu habitat com todas as pétalas,
Que cobres de beijos o chão, a cama
Dos desejos, em muitas outras falas!

Hoje, respiro…, que me desenhas, com clareza,
À semelhança de uma natureza querida,
Que me respiras pelos poros da pele de certeza!

Hoje, respiro…, o dia, que respiramos outra poesia!
Sinto que a utopia é real, versos de vida!
Sinto-me mulher em toda a geografia!

© RÓ MAR

ESTA, MINHA, JANELA




ESTA, MINHA, JANELA


Hoje, quero respirar a frescura da natureza!
Sentir que no teu coração sou flor estimada;
Que meus olhos são teus encantos nesta vida;
Que cuidas da minha alma regando-a de certeza!

Hoje, quero sentir-te, e assim, afirmar o dia,
Na palavra singela, que só tu podes dar!
Sentir-te, nesta, minha, janela, perfume de amar,
Rente ao coração, de certeza que é alegria!

Uma alegria diferente daquela imaginada
Todos os dias, sempre a mesma poesia!
Sentir que a utopia é real, versos de vida!
Sentir-me mulher em toda a geografia!

© RÓ MAR

domingo, 24 de janeiro de 2016

RESPIRAMOS MEIOS-DIAS




RESPIRAMOS MEIOS-DIAS


Porque me tens acesa, em entrelinhas,
Numa alma que sussurra que ainda me sonhas,
Escrevendo desejos nivelados ao horizonte,
Abraçando os lençóis vazios de mais uma noite!?

Porque me inventas, em palavras ocultas,
Quando te procuro e tanto me escusas!?
Que deixa é essa, que não me deixa livre
Para continuar o diálogo tão simples sempre,

Não são essas as palavras a dizer!
Temos muitos sentimentos nos olhares
Que morrem de saudades por não ser!

Momentos…e respiramos meios-dias,
Vivendo a labareda de amores,
Amuando o tempo em tristes melodias!

© RÓ MAR

ESTA, MINHA, JANELA




ESTA, MINHA, JANELA


Perco-me, não no teu corpo, esse é ausência!
Fazes-me perder, pela tua alma distante,
No teu querer desencontrado à minha essência!
Porque foges ao coração que te quer contente!?

Porque queres esconder-te de mim, meu amor,
Quando o que sentes, não é meu desamor,
É a saudade que bate à porta todos os dias
E te deixa a viver entre os meios-dias!?

Porque, não te deixas respirar pleno,
À luz do dia, contestas ao minuto o desafio
De um coração, obstando o que é tão óbvio!?
Perco-me sempre no nosso abraço ameno!

© RÓ MAR

sábado, 23 de janeiro de 2016

SENSUALMENTE ESCREVENDO NA TUA PELE




SENSUALMENTE ESCREVENDO NA TUA PELE


Sensualmente escrevendo na tua pele 
Em um perfume de alma – excitante! 
As palavras que extraio no olhar de mel 
Beijam e a vida transcende em mim/ti; 
Ah, porque assim o quis! 
As mãos prendem-se à escrita que tão diz 
Numa só fala – poemeto! 

Um rio de águas transiente 
Deseja desaguar em mim/ti 
E há o grito infinito do momento 
Em que adentras o corpo que assim fiz! 
E, sinto/sentes a explosão – o clímax! 
E, eis a rima à língua dos amantes; 
Ultimo verso: o abraço e ponto final – relax. 

© RÓ MAR 

RESPIRO UMA `CIDADE DE VERDE´




RESPIRO UMA `CIDADE DE VERDE´


Passeando a minha antiga Lisboa, no centenário
Elétrico, respiro uma `cidade de verde´, flores aos molhos
Pelo Terreiro de Paço, Cais de Sodré e o velho cacilheiro;
A magia da noite é mar estrelado aos meus olhos!

Encontro-me do lado de cá da outra banda,
Na serenidade de uma vida que me é familiar,
Debuxando outro lado, o de lá, em sonhos de uma vida
Que tem tudo para ser a maior nação que se possa imaginar!

A noite é uma criança, minha alma eternamente
Apaixonada pelo Tejo, e outros olhares despertam a mocidade
Que traz o peito ancorado em filigrana sorridente…

Qual brilha tal a ombreira de um jovem marinheiro;
Arregaçando o fino tornozelo delineia-se o mar namoradeiro
Em aguarela de uno coração de cor verde!

© RÓ MAR

ESTA, MINHA, JANELA




ESTA, MINHA, JANELA


Por mais que a noite ofusque o meu espaço…
Há sempre uma janela prá `cidade de verde´, onde vejo,
A antiga Lisboa, o candeeiro a petróleo e o esquiço
traçando estendais de chitas e linho pelas varandas do Tejo.

Minha alma baloiça o céu de uma noite de ascensão
E o coração debuxa as linhas de uma outra cidade!
A minha cidade, onde a gente é bonita e sem vaidade,
Onde a noite é aguarela livre aos olhares que passam!

Por mais que a noite alongue nunca perde a graça...
Há a sortuda paisagem, que tem o miradouro da Graça
Dando forma ao Castelo, cores à rosácea da Catedral
Em mãos à luz da Sé, e renasce o novo portal!

© RÓ MAR
 

RESPIRO UMA EXISTÊNCIA OPRIMIDA




RESPIRO UMA EXISTÊNCIA OPRIMIDA


Como silenciar uma voz do coração que grita o que a alma sente!?
Como enfrentar um mundo que apedreja os sentimentos da gente!?
Quero ainda acreditar na vida e assim esquecer
O que a atrofia e não vejo alternativa que possa acontecer!

Respiro uma existência oprimida, que não é minha escolha!
Que posso fazer para que a vida me dê outra margem,
De alma liberta e coração apaziguado, nesta passagem!?
Quero ainda viver vida, que há em mim, e escrevo numa folha…

O que de mais sagrado há, espantando os fantasmas
E também vivendo os dias, noutra cor e na pele de outras almas,
Vestindo as estrelinhas, numa folha que ninguém lê!

Como posso ainda escrever amor, com todas as letras,
Quando meu coração soletra as mágoas em todas as linhas!?
Quero ainda acreditar que a vida não é o que se vê!

© RÓ MAR

ESTA, MINHA, JANELA




ESTA, MINHA, JANELA


Como se pode estender a alma num mundo tirano!?
Como se pode viver uma vida sem o enfrentar!?
Como se pode controlar a vida, num respirar
Ofegante, exalando uma existência defronte ao desengano!?

Como se pode amar em chaga de um tempo pérfido!?
Como se pode viver uma vida, esquecendo
O mundo horripilante, num dia-a-dia em contramão,
Exasperando à sombra das paredes de solidão!?

Como silenciar uma voz do coração que grita o que a alma sente!?
Como enfrentar um mundo que apedreja os sentimentos da gente
Em frases feitas e atitudes que contagiam os frisos
Desta, minha, janela, entristecendo o dia, deixando-me sem sorrisos!?

© RÓ MAR 


quinta-feira, 21 de janeiro de 2016

RESPIRO O VENTRE QUE SOU




RESPIRO O VENTRE QUE SOU


Quero mui bem amar a natureza e dela poder desfrutar!
Quedo-me, na mais pura essência, onde respiro o ventre que sou!
Passeando de arbusto em arbusto, vejo, a raiz que brilhou,
Palavras, quais capazes, de mui amar;

Vejo campos de mui beleza, que se insinuam
Tão bem, que nem preciso de escrever para se ler
O quão é belo viver livre e amando os que nos amam!
Ainda assim anoto o que tanto quero ver crescer...

Numa folha branquela, interrompida pelo silêncio da natureza,
Brotam palavras que crescem em ramos de alfazema;
Sentem-se os cheiros à margem refletindo beleza...

De uma essência que tenho mui estimada para enaltecer
O capítulo que ouso assim compor, espelhando a serena alma,
Pelo universo que abre portas a este meu ser.

© RÓ MAR

ESTA, MINHA, JANELA




ESTA, MINHA, JANELA


O que temos de mais bonito é a simplicidade!
Que é luz que abre esta, minha, janela à verdade;
Que passeia a alma à beleza, de uma essência,
Que escreve no dia a mais pura poesia.

O que temos de mais nobre é o dom da inspiração!
Que é alma que abre pelo universo em diferente beleza:
Que passeia a vida, num campo de mui leveza,
Que escreve letras no perfume de um coração.

Quero mui bem amar a natureza e dela poder desfrutar!
Assim, sento-me no crescer dos dias e desfolho num versejar 
A singeleza, de todas as flores, que a memória colecionou;
Quedo-me, na mais pura essência, onde respiro o ventre que sou!

© RÓ MAR 

RESPIRO O PASSADO DE SE VER




RESPIRO O PASSADO DE SE VER


Um quê nem sei!? Sei que minha alma sã 
Quer vida que respire algum presente a ser! 
Nesta, minha, janela respiro o passado de se ver 
Que traz intermitente meu olhar à manhã! 

Há dias que temos menos para fazer; 
Há dias que não temos nada para ser; 
Há dias que nem queremos a janela aberta! 
Ah, quanta barafusta nesta vida incerta! 

Ah, quantos dias mais querem o passado!? 
Que faço, aqui, pelos fiapos deste mundo, 
Num passado e o presente que não chega!? 

Quiçá, um outro dia possa respirar 
A natureza e toda a sua beleza sem lamentar! 
Ah, quanta esperança minha alma prega! 

© RÓ MAR 

ESTA, MINHA, JANELA




ESTA, MINHA, JANELA


Ah, quanta tristeza invade minha alma!
Que amargo dia abre, pelo meu coração,
Esta, minha, janela, nem vivalma!
Ah, quantos sonhos vividos em solidão!

Ah, quanta beleza desperdiçada nesta manhã!
Esparralha-se a dor para exprimir algum viver!
Um quê nem sei!? Sei que minha alma sã
Quer vida que respire algum presente a ser!

Um tempo não sei, sei que o passado é presente!
Ah, quanta agonia quer meu olhar ausente!
Quiçá, outras gentes para ainda ser amado!
Ah, quantos dias mais querem o passado!?

© RÓ MAR

RESPIRO UM CHEIRINHO A CAFÉ E UM ABRAÇO




RESPIRO UM CHEIRINHO A CAFÉ E UM ABRAÇO


Um cheirinho a café e um abraço amigo é quanto basta!
Agora, lá ou aqui é sempre lugar presente em meu respirar;
E, eis que o vento delicioso entra, pela janela vasta,
E o dia toma a robustez de teu abraço ímpar!

Como se degustasse um real café na tua companhia!
Uma vida que tem um gostinho especial,
Qual tenho bem presente, como se fosse igual,
E não quero mais nada que não seja esta poesia!

Agita-se esta, minha, janela e o teu ar invade-me!
Que será que é esta amizade que não tem mais vez possível!?
Quiçá, ainda tenha, ou, porque tenho o sentimento livre!

Por ora, fico com o aroma de um café, irresistível,
E um abraço longo, ao peito, num coração aberto à saudade!
Quiçá, ainda o seja, ou, porque tenho a mesma vontade!

© RÓ MAR

ESTA, MINHA, JANELA




ESTA, MINHA, JANELA


Um cheirinho a café e um abraço são o que preciso, neste dia,
Mais que nunca, e, eis que, os tenho em mim! A maioria
Bem conservados dentro desta, minha, janela
E que de vez em quando dou uma olhadela!

Existe em mim a cápsula, de grãos de amizade,
Que me ilumina e dá coragem a um novo dia!
Quiçá tenha de novo o privilégio daquela alegria
Que tão guardo no coração em saudade!

Por ora, fico com o aroma de um café, irresistível,
Com um cubo de açúcar e também pau de canela,
Saboreado em xícara de magia e extensível
À vida que me abraça todos os dias à janela!

© RÓ MAR

RESPIRO O QUE SOBREVIVI




RESPIRO O QUE SOBREVIVI


As frésias amarelas e outras cores numa janela de arte e ofícios!
Tantos os sonhos vividos pela fragância inconfundível!
Tantas as almas amadas! Quais vejo em flores de finados!
Ah, quanta tristeza invade minha alma, inadmissível!

Não entendo certo universo que me tem assim em desamor!
Meu olhar saudoso (r) escreve o que restou de alguns versos;
Quais passaram pelas minhas mãos em todo amor;
Hoje as palavras têm um outro hábito, murchos sonhos.

Ainda assim, esta, minha, janela é natureza de certa beleza!
O mais que suficiente para respirar o que sobrevivi!
Pensar…não, leva-me à exaustação, não é bom de certeza!

Levem-me tudo…não me levem esta, minha, janela!
Momentos demais… quais, ainda hoje sei, nela vivi!
Que minha alma assim parta perfumada de vida bela!

© RÓ MAR

ESTA, MINHA, JANELA



ESTA, MINHA, JANELA


Certo universo perplexa me com tal ingratidão!
Que me resta, fechar-me dentro de uma solidão!
Vejo-me na janela que abre portas às frésias,
Umas das flores preferidas, que vivo em poesias!

Vida, tão perfumada, de amor e arte;
Qual escapou-me pelos dedos em zomba noite!
E, o dia, que poderia ser astro rei e assim respirar,
É vitrine de lágrimas em que deleito a alma devagar;

Na sensibilidade que sempre conheci, tal as flores que vivi!
O meu coração pede de mansinho para escutar a melodia
E a alma assim adormece, convencida que é outro dia;
Não sei o que mais a vida me reserva e respiro o que sobrevivi!

© RÓ MAR


domingo, 17 de janeiro de 2016

RESPIRO ARTE DE VIVER




RESPIRO ARTE DE VIVER


Esta, minha, janela vira a sol para um outro dia,
Ainda assim, o meu coração abre a outra realidade;
Que a alma busca, inconscientemente, pela arte que se via;
E, os quinze girassóis dão lugar a outra tela; saudade.

Que o pintor de renome Van Gogh criou, faz-me (re) viver, 
O jardim, e, tão bem pintado a azul e verde: 
“O poeta do jardim III”, obra de arte de verdade!
Ah, quanto respiro arte de viver!

Que eleva os olhos pela colina de um verde;
Que leva as mãos a escrever em azul de coração;
E, de mãos dadas com a arte (re) vivo o amor que tive à mão.

Assim o quero sempre recordar: gravura que nunca se perde!
Ainda que o jardim nos tenha equivocado!
A arte é expressão perpétua e une almas de todo lado.

© RÓ MAR

ESTA, MINHA, JANELA




ESTA, MINHA, JANELA


Fascinada pelo mundo da arte entro um novo dia
De coração aberto e alma livre para um universo;
Que amo e que vivo a sua beleza em poesia;
Qual meus olhos descrevem em singelo verso.

As belas paisagens, que me fizeram sonhar um dia,
São obras de arte, que me fazem viver a magia,
Do mestre Van Gogh, de uma época pós- impressionismo;
A renovação estética, as aspirações e influência ao modernismo.

Sabe-se que a raiz do expressionismo é da autoria
De Vincent Van Gogh, pintor de estilo único;
Que os meus olhos veem como girassol único;
E, esta, minha, janela vira a sol para um outro dia.

© RÓ MAR

RESPIRO PARTE DE UM DESALENTO




RESPIRO PARTE DE UM DESALENTO


Ainda assim, escrevo algumas memórias que me ocorrem
Mais felizes, e deixo-me levar pelas palavras que sorriem;
Na certeza porém que nada nesta vida será diferente
E resigno-me à sorte de um destino tangente.

As lágrimas impelem que veja um outro dia;
Nesta, minha, janela as raízes são mais que profundas,
Está latente um mar de mui tormentas;
Qual ouso escapulir numas palavras de poesia.

A vida não dá outra escolha e por mais que sorria
A mão tende a não acertar a caligrafia de um outro dia!
Ainda assim, permito-me desafiar as linhas, do destino sisudo,

Preenchendo as vagas em verve ancorada a bom porto,
Remando uma barca que não tem lugar neste mundo!
E, neste escrevinhar respiro parte de um desalento.

© RÓ MAR

ESTA, MINHA, JANELA




ESTA, MINHA, JANELA


Desta, minha, janela transparecem as rugas
De um tempo vivido e essas não se apagam em palavras!
Não vale a pena ignorar ou apaziguar, são cicatrizes
Enraizadas num tempo de marés infelizes!

A vida não dá outra escolha e por mais que sorria
A pele não regenera ao ritmo de um outro dia!
Não vale a pena pensar outra vida diferente
E resigno-me à sorte de um destino tangente.

Ainda assim, escrevo algumas memórias que me ocorrem,
Mais felizes e deixo-me levar pelas palavras que sorriem
O dia, tornando-o um pouco sereno e mais completo;
E, neste escrevinhar respiro parte de um desalento.

© RÓ MAR

sexta-feira, 15 de janeiro de 2016

RESPIRO ALGUNS AMORES




RESPIRO ALGUNS AMORES


Pautas musicais compostas pelos dedos semicongelados
São prova que há nesta, minha, janela outros momentos reais
Que podem fazer frente a temporais;
E, o vento acaricia as portas e, assim, respiro alguns amores.

São estes dias atempados que me fazem acordar
E perceber que a vida tem mais e outro pensar;
Pois, tudo pode ter outro começo e modo de finar
E, assim, escrevo mais um poema que me faz recordar

Alguns dos belos momentos que a vida me deu!
E, neste poetar voo com o tapete, para lá da janela,
E, assim, olvido parte de uma vida de cinderella:

Uma vida de encantar que o meu príncipe não deu!
Sobreponho uma à outra e há muito para contar!
E, assim respiro alguns amores que souberam amar.

© RÓ MAR

ESTA, MINHA, JANELA




ESTA, MINHA, JANELA


Um dia de inverno, a neve povoa pelas vidraças
E esta, minha, janela tão fria e subordinada!
Mas, não há nada que a faça cair em desgraças,
Acende-se a lareira que irrompe o silêncio da geada!

O coração à janela parafraseando as canções
Da vitrola e escuta-se o palavreado lacrimado de uma cinderella;
De súbito, outro ar irrompe e o tapete voa, para lá da janela,
O vento acaricia as portas e, assim, respiro alguns amores!

No meio da tempestade surgem pautas musicais
Compostas pelos dedos semicongelados,
De uma alma resgatada nos meandros possais,
E escuta-se o sonante sapateado de namorados.

© RÓ MAR

EU SOU PINTOR…


 

EU SOU PINTOR…


Eu sou pintor…
Pinto o céu, o sol, a lua,
As estrelas, o mar
Os peixes, a sereia,
Os barquinhos, a areia,
O pescador, o vendedor,
A menina de rua.

Eu sou pintor…
Pinto o circo,
Os palhaços, os Ilusionistas,
Os trapezistas,
Os leões, as jaulas,
A alegria e o risco
Em lápis e aguarelas.

Eu sou pintor… 
Pinto o campo, a cidade,
O espaço, os animais,
O palacete, as casas,
O parque, as catedrais,
As portas, as janelas, os vitrais
Que há em todo o lugar.

Eu sou pintor…
Vivo a palete
De todas as cores,
No velho cavalete,
Viajo pela terra a marte;
Pinto todos os amores
Que veem minhas janelas.

Eu sou pintor…
De rostos e outros traços;
Pinto a velhice, a mocidade;
Bordo corações na tinta que tenho;
Tenho sonhos e, tela branca a mais;
Preencho muitos espaços
Criando luz em forma de arte.

Eu sou Pintor…
E nada mais que um sonhador.

© RÓ MAR

quarta-feira, 13 de janeiro de 2016

RESPIRO UM MAR DE CONSTELAÇÕES




RESPIRO UM MAR DE CONSTELAÇÕES


O dia, hoje, clareou mais cedo que o habitual
E o tempo que me assoleia tem um novo ritual;
Para assim exercitar em pleno o amor,
Que há em mim, e o poder ao rubro expor.

Percecionando uma varanda rés ao mar,
Numa ilha, onde só existem dois lugares para amar,
E, a minha alma é, maré cheia de energia;
Para assim escrever vida mergulhada em poesia.

Para lá, desta janela, abraço um céu estrelado
E pinto a aguarela um mar, sempre amado,
Que espraia a mais eterna das paixões;

Numa ilha, onde só existem dois lugares para amar
E um coração a recitar versos que ecoam pelo ar;
Assim, respiro um mar de constelações!

© RÓ MAR

ESTA, MINHA, JANELA




ESTA, MINHA, JANELA


O dia é-me nítido ainda assim vou para lá, desta janela,
Para melhor percecionar o que tem a dar;
Tenho à minha frente um mar, uns pinceis e aguarela
De sobra para revestir a minha alma de amar.

O pensamento assenta no cavalete da memória
E vem à mão afinidade que preenche a poesia
Um canto que me é mui querido; e, esboço a varanda
Que vive de amor, numa fabulosa ciranda.

Percecionando uma varanda rés ao mar,
Numa ilha, onde só existem dois lugares para amar;
Que rodopia a alma e põe o coração em tentações;
Assim, respiro um mar de constelações!

© RÓ MAR

RESPIRO CHEIROS A EUCALIPTO E VERDE




RESPIRO CHEIROS A EUCALIPTO E VERDE


Sinto a intimidade de um dia muito intenso,
O sol espevita-se mais que nunca, e esqueço
O que está por detrás deste meu parque de sensações;
Respiro cheiros a eucalipto e verde de tantas nações!

Respiração serena e o coração assim sente
O que vai pela alma neste único momento;
Parque de seres vivos e boa gente
Com um único objetivo: um céu de azul entendimento!

E, é neste estar, que o sol brilha mais, em verso!
Não porque seja diferente, sim porque o sinto
Em pleno e de mãos dadas com o universo!

E, é este meu respirar que dá coragem
A muitos outros dias pendentes; quais pinto
Com as cores que me vão à alma na breve passagem.

© RÓ MAR

ESTA, MINHA, JANELA




ESTA, MINHA, JANELA


Os dias parecem ser todos iguais,
A monotonia invade parte à minha alma
E suspende a respiração; sufoco, perco a calma
Neste parco quotidiano de ideais!

A ansiedade provoca a necessidade
De escapulir para bem longe daqui,
Muito longe, no campo ou outra cidade,
Onde os seres respiram um ar puro, assim conclui.

Abro esta, minha, janela para um dia diferente:
Onde todos respiramos um outro ar!
Parque de cheiros a eucalipto e verde que se sente
Pelo céu num azul que deseja amar!

© RÓ MAR

RESPIRO UM TURBILHÃO DE SENTIMENTOS




RESPIRO UM TURBILHÃO DE SENTIMENTOS


Minha alma vai floreando pelo escarlate e amando
Até ao momento que tropeço num certo jardim!
Nesse preciso instante vejo tudo tão ruim,
Ainda assim escrevo o que me vou lembrando!

Vem-me à memória tudo o que queria esquecer!
Aquele jardim de outrora, um lamento,
Que vem apedrejar o esquecimento
E não há vontade para mais escrever!

Há vozes que interpelam o que me vem à ideia!
Quero mesmo é sair, de perto de tantos ventos,
Mas, as portas fechadas e o dia que não clareia!

Para lá um dia pardo e cá dentro escarlate a mais,
Que dilema! Respiro um turbilhão de sentimentos;
Resta-me tingir a alma de cores cruciais.

© RÓ MAR

ESTA, MINHA, JANELA




ESTA, MINHA, JANELA


Um dia pardo e não me vem nada à ideia!
Abro, esta, minha, janela, entro e fecho as portas;
Engendro-me às trepadeiras, vermelhas,
Que abrem a alma à luz de uma simples candeia.

Folhas luzidias que me acendem o coração!
Neste viveiro escrevo, tudo o que me vem à ideia,
Tanto escarlate quanto as plantas que me rodeiam;
Assim, adormeço o mau tempo em poesia!

A minha boca vai ditando todos os momentos,
A minha mão trepa as palavras ao confim
E os meus dedos enleiam os sentimentos
Até ao momento que tropeço num certo jardim!

© RÓ MAR

sábado, 9 de janeiro de 2016

RESPIRO BELEZA NATURA




RESPIRO BELEZA NATURA


Num cru cabide, de um tempo sem fim, debuxei o que quis
E encontrei uma nova alma e, assim, respiro beleza natura;
Qual amo, e espero que me ame também , sempre pura!
Cresce pelas nuas paredes a vontade, e fiz,

Que hidrata a alma e eleva o coração a marte!
E, aquele jardim abre a passagem para o mundo da arte;
Obra plena de vida, cores que trazem poesia,
E quiçá seja mais que tela num outro dia!

Sinto alguma leveza ao sentir algo, não sei bem o quê!?
Mas, que sinto, sinto, e como sinto, o que não se vê!
Mas, na verdade respira-se neste ar uma outra natureza:

A minha tão amada natura e, que é tua também, sua beleza;
E, termino, sorrindo estes meus versos,
Pousando em entrelinhas a percetível chave de meus traços.

© RÓ MAR

ESTA, MINHA, JANELA




ESTA, MINHA, JANELA


Eis que, abro esta, minha, janela e encontro um jardim
Onde circula o ar puro, a natureza que sempre quis!
E, o dia cresce na tela, em que penduro a alma arlequim,
Num cru cabide, de um tempo sem fim, e o mundo diz:

Mas, que cousa tão bela! Será em óleo ou aguarela!?
E, eu assim digo: Ah, é a nossa natureza que pinta a janela
Que hidrata a alma e a pinceis que escorrem do coração!
E, é assim que o dia sonha em voz alta e faz uma nação!

Quero ainda acreditar que todos temos uma nova arte
Para espelhar o que há de bom e assim poder crescer
O universo com destreza e também mais à parte,
Num círculo de fé e esperança, uma outra natura a ser.

© RÓ MAR

RESPIRO ARCO-ÍRIS




RESPIRO ARCO-ÍRIS


Peço a deus que me ilumine o dia, e assim adormeço
Rezando para que a vida me dê novo começo.
Eis que, teço o meu próprio destino numa teia de arco-íris
E repouso, como um bicho-da-seda, dentro da iris.

Então, sonho que sou uma perfumada rosa
Que nascerá para amar e ser amada outro dia;
Que a vida dá mais oportunidades e ainda sou fermosa;
E quedo, até que saia a saudade, enleia em poesia!

Respiro arco-íris, que se transparece das sedas rosas, lilases
De um casulo, que tece a alma para assim fazer as pazes
Com o universo e quiçá fazer-me voar que nem borboleta!

A vida é sempre o que somos e o que sou é nada,
Então, é aqui neste meu lugar que sou amada;
Sei que o tempo é escasso, ainda assim espero novo planeta!

© RÓ MAR

ESTA, MINHA, JANELA




ESTA, MINHA, JANELA


O pensamento nem sempre equaciona e distancia
Dos momentos mais tristes e às vezes leva-nos à saudade,
Sem fundamento, num escrito sem poesia;
Esta, minha, janela abre para um mar sem claridade.

O meu destino está traçado em águas turvas
E custa a perceber como o poderei desafiar,
Para que ressalte a brancura das ondas,
Até onde o sonho possa navegar espelhando o mar!

O meu coração acorda para uma certa realidade
Que me é infiel e eu fecho o olho para não a ver;
Preciso de esquecer esta saudade que traz infelicidade
E tento adormecer o dia, lá longe, para assim ainda viver.

© RÓ MAR

RESPIRO ROMÃ




RESPIRO ROMÃ


Saindo para a rua, repleta das melhores intenções…
Levo a bagagem no coração e pela alma paixões,
Que outrora tive, e vou em busca da cobiçada romã;
Levo à mão a lapiseira para poder desenhar o amanhã.

Sinto o tempero do dia pelo desejo em mim
De ter um dia feliz, pelo menos mais uma vez,
E a imaginação conduz-me a um lugar tão assim:
Onde há verde próspero, há frutos, é a minha vez…

De trautear as Janeiras saboreando meus desejos;
Respiro romã e sinto aos lábios os beijos
De um amor de múltiplas sementes e polpa vermelha.

Um dia maravilhoso…porque assim quis
Refrescar a minha alma pela paisagem do dia que fiz;
Entretanto faz-se noite de reis e trago no coração a centelha.

© RÓ MAR

ESTA, MINHA, JANELA




ESTA, MINHA, JANELA


Lembro que hoje é um dia muito especial,
Que em tempos festejava em alegria,
Dia de reis, que em toda a parte era igual;
Havia bolo-rei à mesa e nas ruas poesia.

Cantavam as Janeiras de manhã à noite;
Havia vivacidade e cantigas genuínas.
Tempo de saborear o fruto das romãzeiras
No seio da família e desejar muita sorte.

Os tempos eram outros, mas a minha imaginação
Diz-me que há-de ser outra vez dia de reis!
Esta, minha, janela, abre-se, hoje, dia seis,
Sei que algures está a romã do meu coração.

© RÓ MAR

RESPIRO ESPERANÇA, FÉ, ALEGRIA




RESPIRO ESPERANÇA, FÉ, ALEGRIA


Sigo a estrela que brilha em mim e caminho
Ao encontro da minha paz repleta de fé
Em poder ver o menino Jesus ao lado Maria e José
Deitado sob as palhinhas sagradas de um pergaminho.

Longa viagem que me permite estar perto dos céus;
A claridade que me envolve é dádiva de deus;
Assim, percebo o significado do nascimento e o valor do amor
Legado pelos reis magos: Gaspar, Baltasar e Belchior.

Não trago incenso, nem mirra, muito menos ouro,
Mas, trago o coração aberto para receber o espirito santo;
É a maior cousa que posso ofertar perante tamanho tesouro.

A brancura e leveza deste momento
Invade a minha alma e deixo cair um verso:
Nasceu o salvador reina a paz pelo universo.

© RÓ MAR

ESTA, MINHA, JANELA




ESTA, MINHA, JANELA


Acordei cedo e logo percebi 
Que o dia brilhava mais do que podia!
Quiçá, a serenidade de um chá a poesia
Ou esta, minha, janela rendilhada que anotei!

Que airoso adamascado planeia pela minha alma!
Lembra os reis magos e é mesmo outro dia
Que traz certa esperança, fé, alegria
Ao meu coração e inspira a certa calma.

A mística e singela magnitude deste universo
Sacode o meu olho e deixo cair um verso;
Qual parte em direção a Belém: terra abençoada
Pelo deus menino que nasceu à hora de consoada.

© RÓ MAR