RESPIRO UM LABIRINTO
Adormecida no plasma de uma noite fria
Respiro um labirinto, não há mesmo poesia
Que me valha! Ladeada de roseira amarela
Num caminho de curvas e contracurvas sem estrela!
Um sonho tenebroso que me corta a respiração
E acorda a madrugada atracando-a ao dia;
Como se quisesse permanecer em mim, que solidão!
Pouco a pouco renasce a luz de um outro dia;
Ainda respiro a mistura perplexa da roseira amarela
No alcatrão! Ainda assim, estou contente por ter mais um dia
E debruço o olhar nesta, minha, janela;
Vejo que ainda não chove, e que há em frente mais um dia,
E escrevo alguns rabiscos, num papel rasurado em cera de vela,
Que definham o meu presente e há réstia de alegria.
© RÓ MAR