ESTA, MINHA, JANELA
Um dia tremendamente nebuloso, chove e o vento
Invade-me a alma, e leva por um momento
Meu pensamento longe, pela asa de andorinha,
Habitando-me e logo sinto um frio pela espinha.
Então fecho esta, minha, janela, faltas-me;
O que penso escrever teima em não sair;
Tranco-me no édredon, e vejo a noite cair,
Paralisada ao som intermitente, chove-me.
Embarco, no meio de um marasmo, sem poesia,
E o sono que não vem! Sinto a tua ausência,
As paredes tremem e o lustre some-se;
Adormeço à luz de uma vela que ao vento apaga-se.
© RÓ MAR