segunda-feira, 4 de janeiro de 2016

ESTA, MINHA, JANELA




ESTA, MINHA, JANELA


Um dia tremendamente nebuloso, chove e o vento
Invade-me a alma, e leva por um momento
Meu pensamento longe, pela asa de andorinha,
Habitando-me e logo sinto um frio pela espinha.

Então fecho esta, minha, janela, faltas-me;
O que penso escrever teima em não sair;
Tranco-me no édredon, e vejo a noite cair,
Paralisada ao som intermitente, chove-me.

Embarco, no meio de um marasmo, sem poesia,
E o sono que não vem! Sinto a tua ausência,
As paredes tremem e o lustre some-se;
Adormeço à luz de uma vela que ao vento apaga-se.

© RÓ MAR