ESTA, MINHA, JANELA
Um dia de inverno, a neve povoa pelas vidraças
E esta, minha, janela tão fria e subordinada!
Mas, não há nada que a faça cair em desgraças,
Acende-se a lareira que irrompe o silêncio da geada!
O coração à janela parafraseando as canções
Da vitrola e escuta-se o palavreado lacrimado de uma cinderella;
De súbito, outro ar irrompe e o tapete voa, para lá da janela,
O vento acaricia as portas e, assim, respiro alguns amores!
No meio da tempestade surgem pautas musicais
Compostas pelos dedos semicongelados,
De uma alma resgatada nos meandros possais,
E escuta-se o sonante sapateado de namorados.
© RÓ MAR