RESPIRO (A) MAR
Adormecida em manto oiro saudade
Respiro (a) mar! Saracoteando a pele em poesia
A alma liberta-se, e olvida que vive utopia,
Num tempo que já foi meu e de verdade.
Tão íntimo e ainda presente! Ondas que banham
O coração (a) mar; as acaricio em fina mão,
Amando como se fosse a primeira vez;
Possuída por um amor escrevo mais uma vez.
Adormecida no dorso de uma paixão,
Solto caligrafia à linha do horizonte,
Observo o culminar do dia em refrão.
Tão perto de ser real! Então belisco o papiro,
Que volúpia minha alma, e assim suspiro
Letras que cruzam o sol e a lua tão presente.
© RÓ MAR